— E por que diabos eu estou aqui se não há ninguém para libertar? — perguntei mais para mim mesma do que para Picasso. Aliás, pensei que a música estaria alta o suficiente para ele não escutar. O medo se acumulou em meu estômago. Medo frio e intenso, de um modo que eu não sentia há anos. — Se não há situação caótica alguma ocorrendo neste morro, por que é que fui enviada para cá? Contrariando o que eu pensava, Picasso escutou, e abriu um sorriso quando meus olhos encontraram os seus. — Sabe, Juju, se eu entendesse de leis, juraria que sua chegada em minha comunidade é apenas uma queima de arquivo indireta — disse ele, dando de ombros. — Mas, quem sou eu, um mero traficante, perto da poderosa e intocável capitã do BOPE? Engoli em seco. O meu coração disparou no peito, e não tinha nada a