Ainda fingindo estar trêmula, eu me sentei no sofá de Solange. Ela se aproximou um pouco mais, sentando-se ao meu lado. Por um momento, enquanto minha cabeça estava abaixada, notei que ela me observava. Não foi algo que pude deixar passar despercebido, porque ela colocou um braço ao meu redor e me acariciou levemente, como se quisesse me confortar. Será que minha atuação tinha sido realmente boa ou despertado algum gatilho nela? — Eu sinto muito, Sol — falei baixinho, enxugando os olhos. Eu já tinha escutado o portão da garagem se abrindo novamente. Picasso deveria estar saindo. — Ele me perguntou para quem eu trabalhava e, mesmo negando saber de alguma coisa, ele quase me agrediu. Desculpa. Eu já passei por muitos relacionamentos que chegaram ao ponto limite de uma agressão, então tive m