Cap 5

1211 Words
Eu já estava naquele lugar imundo fazia uns três dias, pelo menos era isso que eu imaginava já que nem abrir a janela eu podia, não estava entendo o motivo desse medo todo, mas fazer o quê, era o que tinha Meu rosto ainda mostrava uma marca meio avermelhada onde aquele infeliz tinha me dado o tapa, pensa numa indignação, eu nunca levei tapa nem da minha mãe e esse i****a tava se achando no direito de me tratar igual a suas putas. Cara, aquela casa tava era um nojo, e o grandão ainda continuava todo esparramado lá no quarto, não tinha nem previsão quando a bela adormecida ia decidir acordar, então eu tinha que pelo menos deixar o lugar apresentável né, não ia ficar morando num lixão Graças a Deus o Parça não veio muito aqui não nesses dias, pelo menos foi assim que eu ouvi esses menino chamando ele, nunca entendi o porquê de todos os nomes serem trocados, pelo amor de Deus, é cada falta de criatividade e outra coisa que está sendo trocado aqui direto é esse monte de soldado com arma pendurada nas costas, ou eu estou louca ou cada dia aparece um ser diferente aqui pra ficar me vigando, aff, cê acha que eu vou enfrentar adolescente apontando arma pra minha cabeça sem medo de ser mandado pra Fundação Casa? Aquilo ali é no máximo três anos e rua e a minha linda e bela cútis? Vai ser comida por bigato, tô fora A febre do cara lá abaixou pra caramba, fiquei até assustada de ter feito alguma cagada porque quando eu encontrei ele, parecia um p***o molhado, mas depois que eu mexi naqueles buracos todos, ele não parava de suar e ficar gritando durante a noite, a febre bateu quarenta graus, cada tremelique que ele dava era uma reza que saía da minha boca por medo de morrer, nunca rezei tanto pra uma pessoa ficar viva como fiz pra esse cara que nunca nem tive i********e. Quando a gente fala que não pode contar vitória antes da hora, tem que acreditar mesmo viu, porque o Parça apareceu do nada já naquela delicadeza toda pra cima de mim exigindo saber se o negócio tinha dado certo - Coé, como ele tá - Do mesmo jeito que ontem - E qual era o mesmo jeito que ontem carai? Tu é muito abusada viu - Não, eu não sou, só dou a resposta do mesmo tom da pergunta - Fala logo o papo reto p***a, tá achano que eu vô tê dó de tu é? Foi a mesma coisa que levar um tapa de novo porque a minha memória estava muito viva, ainda mais quando toquei na minha bochecha e senti que a parte ainda estava dolorida - Só estou falando que ele está exatamente como ontem, não teve febre alta, não delirou, para mim ele está melhorando Foi a primeira vez que eu vi o ser agir de forma diferente, ele colocou as duas palmas das mãos na nuca e andou de um lado a outro no cômodo, pra falar a verdade, tive até a impressão que ele tava fazendo reza, mas não quis me atrever a perguntar. Depois de uns cinco minutos fazendo isso ele veio até mim e nem reconheci o homem que tava na minha frente, o bicho mudou do nada - Valeu ae mano, eu sei que tu fez tudo por medo carai e que eu num fui o melhor cara naum, mas ele é meu parça véi, tava me trancano todo aí, a gente é família tá ligado, só eu ele, eu e Deus, se eu perdesse o Salô, num sei o que ia fazê naum Eu olhava ele de cima a baixo, com certeza esse cara era bipolar e decidiu descarregar a personalidade colérica dele todinha em cima de mim e deixou essa ai, que tá me fazendo ter mais medo, pra momento especial - Bom, fico feliz por você. Será que posso voltar pra minha casa agora, minha mãe deve estar morrendo de preocupação - Tá nada, a gente deu um jeito - O quê? Mas que jeito? - A gente pediu pruma mina aí liga pra ela e solta que tu tinha ido pra um intensivão e que num deu tempo de avisa - Ah, num creio, e ela acreditou nessa história m*l contada - Acredito pô - Nossa, eu tenho que conversar com ela pra dizer que ela não pode ficar caindo em qualquer ladainha não, ainda mais numa assim sem pé e nem cabeça, isso não tem nem cabimento pelo amor de Deus, cês não tem criatividade nem pra nome, quanto mais pra conta história - Belê, da próxima vez eu vô sola o papo reto, fala que tu tá cuidano do dono do morro morô - Tá, já entendi - Cara, como tu pode sê assim tão marrenta? - Marrenta? Amigooo, eu sou um amor de pessoa, vocês que me pegaram na marra pra fazer serviço de médico e ainda me obrigaram a ficar aqui nesse chiqueiro, comendo lavagem e cuidando de um ser que nem me faz diferença - Num faz pra tu carai, mas pra nois faiz - Pra vocês - Escuta aqui... A gente ainda tava na briga de cão e gato quando escutamos a voz do cara lá no fundo, parecia que ele estava fazendo a força da vida só pra dizer uns negocinhos de nada. Menina do céu, a voz do cara era grossa e mesmo embargada fazia um medo do caramba, já dizia todos os meus pelinhos do corpo arrepiados - p***a, ele acordo Antes mesmo dele sair da minha frente para ir ao encontro do doente, eu já aproveitei pra jogar a deixa né, não ia deixar passar e muito menos correr o risco - Eu posso ir embora? O cara parou na hora, putz - É que ele já acordou né, não precisa mais de mim e pra falar a verdade eu nem queria que ele me visse sabe, vai que ele me trata grosso que nem um ogro igual a você, eu hein, não tô afim não Eu a minha boca grande, ele estava até bonzinho, estou pra te dizer que vi até um sorriso no canto da boca, mas depois que acabei a frase, o bicho ficou pra lá de carrancudo - Tu só vai embora quando eu mandá, sussega ae Ele saiu batendo o pé e parecia que o quarto estava tendo era festa de tanta gritaria que tinha. Eu até pensei em sair de fininho já que todo mundo tinha se enfiado lá no cômodo, mas não era i****a né, tinha ganhado um tabefe por muito menos e duvido muito que a casa não tinha vigia do lado de fora, mas a minha alegria tem durado muito pouco, pelo menos nesses últimos dias, acho que o karma de ter que ficar do lado desse tal de Parça, porque o bicho saiu de lá do quarto depois de alguns minutos, com um sorriso de orelha e orelha e com uma frase que para ele era de dar orgulho - Bora, se adiante, o chefe tá a fim de te vê Que saco, pensa numa garota que não está se dando bem com a sorte
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