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O Plano Secreto De Katryn

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intro-logo
Blurb

Katryn Kinckaid herda do pai a liderança de uma poderosa organização criminosa, em que sua família há anos controla uma vasta quantidade de atividades ilegais, entre elas, tráfico de cocaína e heroína, tráfico de pessoas, cassinos ilegais, bordéis de luxo, equipes de assassinos de aluguel e um complexo serviço de segurança que atende políticos influentes, grandes empresários e outros mafiosos.

Casada com Dominicke, e mãe da adorável Marianne, ela busca uma maneira de proteger o futuro e a inocência de sua filha, legalizando os negócios que envolvem sua família, para que possam viver com mais tranquilidade e ela possa se dedicar mais ao casamento.

No entanto, seu amado marido parece se envolver em vários casos extraconjugais. Embora não seja essa a verdade, e Dominicke esteja ajudando a polícia com informações sobre a família de Katryn em troca de manter a liberdade dela e a segurança da filha, o acordo tem que permanecer secreto, o que resulta no divórcio dos dois. Outra vez solteira, ela precisa lidar com o fim do relacionamento com seu primeiro amor, enquanto se vê dividida entre os três filhos de seu padrinho Salvatore; Ícarus, seu melhor amigo, charmoso e habilidoso, que oferece apoio, carinho e conforto. E seus dois irmãos mais velhos, o amável e inteligente Mateo, que encontra soluções inteligentes e pacíficas para os dilemas de Katryn, e o forte e corajoso Demétrio, que não poupa violência quando se trata de manter ela e a filha seguras.

As escolhas de Katryn não definem apenas seu futuro, mas também o destino de sua filha e o legado de sua família. Será que ela conseguirá proteger Marianne, legalizar os negócios da família e encontrar a felicidade? O que ela sacrificaria? Até onde ela iria para alcançar o que deseja?

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Capítulo I - KATRYN
— Katryyyn, querida! Onde você está? Chegará atrasada na empresa outra vez. A voz de Dominicke me tira do transe, e eu enxugo as lágrimas que escorrem pelo rosto, mesmo sabendo que não posso disfarçar os olhos vermelhos e inchados. Conserto minha postura, assumindo um ar de rainha do universo que fui treinada para ter, e espero que ele entre no meu escritório. Antes que as portas duplas sejam abertas, olho mais uma vez para acordo de divórcio que eu mesma elaborei e respiro fundo, me preparando para o que estou prestes a fazer. Quando Dominicke entra em minha sala privativa, não consigo evitar me lembrar de quando nos conhecemos. Era meu aniversário de dezesseis anos, e seria tradicionalmente o dia em que iria debutar, mas, na verdade, era apenas uma desculpa do meu pai para me encontrar um pretendente adequado. Um homem de família respeitada, inteligente, que soubesse sobre o nosso mundo, mas que ficasse fora dos negócios da minha família. O rapaz ruivo, pálido, de olhos azuis, gentil e confiante não deveria nem de longe ser uma opção. Com a minha vasta experiência na família em que cresci, já sabia só de olhá-lo que ele seria trucidado por nossa agressividade, congelado por nossa frieza e destruído pelos nossos segredos. Não, minha primeira opção deveria ser Ícarus, o homem moreno, de olhos verdes intensos, cabelos pretos, postura altiva e um corpo de tirar o fôlego. O filho mais novo de um grande mafioso italiano, inútil como herdeiro do pai, mas versado nas regras que regeriam o meu mundo quando meu pai morresse, instruído o bastante para me ajudar a liderar minha família. Alguém que demonstrava a inteligência, força e dureza tão necessárias para sobreviver a uma união comigo. No entanto, meus olhos eram atraídos para Nickie automaticamente, com uma espécie de desejo doentio, que sabia que o arruinaria se o tivesse, mas ainda assim o queria. No final, quem acaba completamente arruinada sou eu. Com um monte de cacos para reunir, e colar um a um, sozinha. A voz de meu quase ex-marido interrompe novamente os meus pensamentos. — Querida, você está… Leva apenas meio segundo para que ele perceba que eu estava chorando, e seu rosto se molda com a preocupação. — Kat, você está chorando? O que houve? Sua reação aquece algo dentro de mim, e me paralisa por um momento. Quando enfim consigo reorganizar as palavras que pretendia dizer, solto um suspiro cansado e começo. — Sente-se, Dominicke! Temos algo a discutir, e não podemos mais adiar. Ele se senta, obedecendo. Assim como todos os peões sob o meu comando, mesmo que ele não seja um subordinado meu. Meus olhos focam os seus, aponto o envelope pardo em minha mesa e falo as palavras que mudam toda a dinâmica entre nós e parecem sugar todo o ar do cômodo. — Esse é o nosso acordo de divórcio, Dominicke. Procure o seu advogado, leia, sinta-se à vontade para sugerir alterações, e procure assinar quanto antes, por gentileza! Ele se levanta como se a poltrona à minha frente o tivesse dado um choque. E então a briga que eu daria tudo para evitar tem seu início. — Não pode estar falando sério, não com essa frieza, não como se estivesse falando de uma simples negociação, como se não estivesse falando com toda a calma do mundo que decidiu acabar com a nossa família. Seu tom alterado me incomoda, mas é a sua acusação que me tira do sério, e me leva a atirar em sua cara todas as coisas que tenho guardado em mim mesma para não gerar conflitos inúteis. — Não ouse me acusar de destruir a nossa família! Não quando vem me traindo há meses, com uma quantidade inacreditável de mulheres, quando é tão indiscreto e tão disposto a me humilhar, que sequer tenta manter seus casos em segredo, quando preciso subornar jornalistas e jornais inteiros para evitar a exposição pública da minha fama de esposa traída. Meu tom de voz, embora baixo, é cortante. O que contribui para aumentar sua raiva e desencadear o embate inútil do qual eu tentei desesperadamente nos livrar. — Como eu não teria um caso? Desde que seu maldito pai morreu, você não tem um minuto sequer para mim. Dedica quase tudo aos negócios nojentos da sua família, e o pouco que resta é dedicado a Marianne. Sou um mero artigo decorativo, que você arrasta daqui para lá, para fazer boa figura ao seu lado. E fora isso, não existo para você. Embora me sinta injustiçada, porque tenho me desdobrado para dar conta das obrigações que herdei do meu pai, e de educar minha adorável filha longe do mundo criminoso em que vivo. Não posso tirar o mérito da acusação que me foi feita. Entre liderar minha família e manter minha garotinha longe dos meus segredos, não tenho tido tempo para ser a esposa de Dominicke. Me sinto tão ferida, que tudo o que posso é lhe responder em tom baixo e derrotado. — Se já acabou de expressar como se sente, isso é tudo. Leia, procure seu advogado, e por favor, te imploro que assine logo. Ele solta um suspiro igualmente derrotado, e depois de uma longa pausa responde em tom baixo e raivoso. — Se é o que quer, então concederei o seu desejo. Mas esse desejo vai te custar muito caro, muito mesmo. Abaixo os meus olhos, para esconder o quanto estão marejados, e ele interpreta erroneamente meu silêncio como um pedido silencioso para que saia. Após ouvir o bater das portas duplas, sinto necessidade de dizer para o nada. — Já me custou tudo. Qualquer preço a pagar será pequeno em comparação ao que já perdi. E não pela primeira vez no dia, ouço o barulho do meu coração se partindo, em resposta às palavras que eu disse. No entanto, lamentar não mudará nada. Por tanto, apanho a minha bolsa, as chaves do carro e vou para a sede da empresa, onde mais um dia coloco em prática meu plano de legalizar os negócios familiares, e tirar o nome da minha família da lista de famílias proeminentes no mundo do crime.

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