CAPÍTULO 03
JÚLIA LAVISCK
ALGUNS DIAS DEPOIS
Hoje é sábado, aproveitei para dar uma passada na casa dos meus pais para ver como eles estavam, mas para a minha surpresa meu pai não está em casa, foi para Nova York ajuda Alex em algum problema que Christian se meteu.
— E papai não te contou do que se trata?
— Christian acabou salvando uma moça de ser abusada em um beco próximo a uma boate em que ele e Theo estavam, mas no dia seguinte os dois meninos aparecem mortos e testemunhas viram Christian brigando com eles na noite anterior e o pior é que descobriram que os meninos eram filhos de um traficante muito perigoso do Brasil.— arregalo meus olhos em total surpresa.
— Uau, mas que merda, a tia Angel deve está m*l com isso.
— Sim, pensei emir junto com seu pai para ve-la, mas Adam achou melhor ficar porque ele não sabe a exata proporção de tudo. Mas pelo que saiu nos jornais. Christian é suspeito da morte e agora esse traficante está perseguindo eles, mas a história não acaba ai.
— Tem mais?
— A menina que Christian salvou havia fugido desse traficante anos, ele abusava dele, batia e matou o irmão dela, a menina perdeu uma perna por isso.— levo a mão a boca em total espanto.
— Mãe, mas isso é horrível, os Coopers se meterem em uma merda tão grande, mas Christian não ficaria quieto e deixaria aquela menina ser abusa ou Deus, até morta. Onde ela está agora?
— Morando com eles, todos eles estão na mansão do Alex e Angel em total refugio e com segurança máxima, Matteo também viajou com eles. Só espero que todos fiquem bem e que nada de r**m aconteça.
— A última vez que vi Christian, conversamos sobre a nova empresa, não me disse nada e parecia bem, mas já deveria imagina que assim como eu, ele é bom em mascarar certos tipos de emoções.
— Mas vamos mudar um pouco de assunto, estou feliz por te vindo ver sua mãe, e como anda as coisas na empresa?
— Indo bem, consegui dois clientes novos e mandei um a merda.— Isabel me olha chocada.
— O que aconteceu?
— Aquele velho machismo, achando que por ser mulher não sei tomar boas decisões, quase soquei a cara daquele homem na mesa, mas Dominic interveio e o colocou para fora.
— Pelo que fiquei sabendo ele é um homem lindo e um bom partido.
— Mãe.— reviro os olhos já não gostando do rumo dessa conversa.
— O que foi? Só estou destacando o óbvio.
— Meu foco é a empresa e ele é vice presidente, seria antiético.
— Mas querida, te vejo tão sozinha as vezes desde quando sua amiga casou.— minha única amiga, Ava, volta de lua de mel semana que vem e trabalha como secretária na empresa do meu pai, mas tirou licença para viajar e deixamos uma temporária.
— Ela vai ficar surpresa quando voltar e ver que eu sou a chefe dela, para ela não ter ligado é porque ela provavelmente não viu os jornais ou os sites de fofocas anunciando isso.
— Queria, por favor, olha, deveria agir mais como uma mulher na sua idade, sei que tem responsabilidade, mas conhecer alguém legal e ter filhos não é uma ideia r**m, olha seus irmãos.— estava demorando.
— Quantas vezes vou ter que dizer que não sou eles, que não quero namorar, casar ou ter filhos, porque insiste em querer me perturbar com isso?— ela solta uma respiração pesada.
— Não quero que fique sozinha enquanto todos estão fazendo suas vidas.
— Tenho vinte e dois anos, sou nova demais para pensar nisso, quero focar na minha carreira, coisas assim só iriam atrapalhar.— me viro para sair.
— Já vai embora? Sua irmã Sophia voltou hoje de viagem, vem jantar com seus avôs hoje. Seu tio Pedro e sobrinhos também.— Minha mãe foi adotada pela família de Pedro quando ainda é bem nova, Hiz e Jenna são como pais para ela, Pedro deveria ter a idade de Sophia quando se conheceram, dez anos de idade. Ela é filha de uma mulher que foi uma grande filha da p**a do meu pai a deixando ainda bem pequena com ele. Quando meu pai casou com a minha mãe ela passou a ver como a mãe que nunca teve.
— Minha avó Kátia vem também?
— Ela vem sim, faz tempo que não a vemos, agora vive viajando pelo mundo ajudando em boas causas que quase não para em casa.
— Queria muito ficar, mas não vou poder, tenho um evento para ir, de gala pelo que entendi, vou com o Dominic, ele me chamou, disse que pode ter novos clientes lá.— ela não esconde o sorriso de animação.
— E já sabe com o que vai? Como vai usar o cabelo?
— Eu ia sair para dar uma olhada em tudo agora.
— Não comprou com antecedência? Querida, então tem pouco tempo, ainda precisa passar no salão, então vou com você para ajudar.
— Não tem que organizar o jantar?
— Posso pedir a Governanta para fazer isso, o importante agora e minha garotinha sair linda para seu primeiro encontro.— pisco meus olhos várias vezes.
— Uou, espera um pouco ai, isso não é um encontro dona Isabel, ele é....
— Bláblá, vice presidente, quem liga para isso, agora vamos. Só vou lá em cima pegar a minha bolsa.— ela corre feito uma criança e eu abro um sorriso de ante disso.
Só você mesmo, dona Isabel.
****
O dia foi bem exaustivo, minha mãe me fez olhar cada loja e experimentar quase todos os vestidos que via pela frente. No final até que ela teve bom gosto, fomos para o salão e juntas tivemos um momento que a tempos não tínhamos e isso me deixa feliz, por mais que eu não seja uma filha amorosa, digo e repito, os amo mais que a minha vida. Fomos para o meu apartamento, corri para me arruma pois já era seis horas, Dominic ficou de vir me buscar as sete em ponto e se tem uma coisa que odeio é atrasos, minha mãe me ajuda com uma maquiagem rápida e ajeita meu cabelo, coloco o vestido perto com pequenos brilhantes e sinceramente estou me sentindo bem poderosa. O vestido é longo, com um decote V enorme nas costas e um pequeno na frente, ele molda perfeitamente minhas curvas e combinou muito com meu cabelo escovado para trás e bem liso. O batom vermelho simplesmente está lindo em meus lábios carnudos. O salto da mesa cor do vestido com o solado vermelho, foi o ponto crucial.
— Olha, parece até uma menina.— ironia Estela. Geralmente não sou muito de me maquiar, me cuido muito, mas maquiagem e vestidos nunca foram meu forte.
— Está linda meu amor, acho que será a mais bonita desse evento.— ela se aproxima.— leva camisinha por favor.
— Mãe, por favor.— meu celular toca. O nome dele brilha na tela.
— Já estou descendo.— e desligo.
— Querida, não deveria ser tão grossa, deixe o homem subir.
— Mãe acho melhor ir pra casa, me avisa quando chegar.— saio andando sem dar chance que nenhuma fale.
— Espere querida, eu vou descer também, tchau Estela.
— Cuidado.
— Querida, por favor, tente ser um pouco mais agradável, mesmo não gostando muito de pessoas, acho que é o ideal.
— Eu não gosto de gente i****a e Dominic é um, só aceitei ir porque vai ser bom para a empresa.— Já estávamos no elevador.
— Você é igual seu pai quando nos conhecemos, talvez pior.— abro um sorriso.
— Esse é meu objetivo.
Ao chegarmos na portaria, de longe vejo ele. p***a! Como ele consegue ficar ainda mais gostoso a cada dia que o vejo? Dominic está encostado em uma Land Rover escura bem grande, e ele vestido de smoking e o cabelo preso em um coque alto, ficou uma pegada muito da máfia com todas aquelas tatuagens, o que me faz lembrar que esse italiano agora é chefe da família dele, e sim tem a a ver com a máfia mesmo. O safado nem se quer disfarça seu olhar em todo o meu corpo.
— Sr King, é um prazer conhece-lo, sou Isabel Lavisck, mãe da Júlia.— ele pega na mão da minha mãe e da um beijo nas costas de sua mão. Ah se meu pai ver, e a mamãe ficou toda sem jeito, sério mesmo isso?
— É um prazer conhece-la Sra Lavisck, fique tranquila, a trarei sã e salva para casa.— Ah p***a, p**a que...
— Se não ficar com ela, vai perde muito fácil, ele é lindo.— sussurra em meu ouvido e eu reviro os olhos.
— Tchau mãe, me avise quando chegar.— ela da um acena e vai até o motorista que abre a porta para que ela entre, quando o carro dela sair. Dominic abre a porta do seu carro e eu entro.
— Devo admitir, superou todas as minhas expectativas.— murmura ao entra no carro.
— E quais eram elas?
— Você vestida com uma roupa escura e um capacete em suas mãos.— estava demorando para ele tocar nesse assunto.
— Desculpe então desaponta-lo, Dominic.
— Ainda fico me perguntando, o que uma mulher, filha de um homem tão influente, faria em um local tão escuro e longe da cidade como aquele.— e da partida no carro.
— Algo que não é da sua conta.— ele abre um sorriso e sem me olhar diz.
— Acredito que seu pai gostaria muito de saber que a sua filha frequenta o seu Casino clandestino.
— O que eu faço ou deixo de fazer, é da minha conta, não da sua ou a de ninguém.
— Acho bem estranho também, porque desde que cheguei a cidade eu frequento la, mas nunca vi seu rosto ali, o que me faz pensar em algo ainda pior. Que a mocinha não vai ali para aposta em jogos, ou vai ali para ver lutas, aposta nelas ou pior, participar.— Ele é bom, muito bom mesmo.
— E se isso for verdade? Qual o problema?
— Não tenho nada contra isso, até porque a vida é sua pode fazer dela o que quiser, mas não tem medo de um dia se machucar muito. As pessoas que lutam ali são perigosas e muita das vezes lutam para matar.— Ah se ele soubesse.
— Digamos que só estou pondo em prática, o que foi me ensinado.
— Òtimo, se você diz, então tudo bem, mas quero ver um dia isso, ver como luta, nunca fui la, mas já ouvi muitos rumores, acredito que você é a famosa Athena.
— Sim, a única mulher que luta naquele lugar, sou muito respeitada e me sinto em casa ali. Ser mulher em um local cheios de homens, sem medo de alguém te julgar, ou pior, tentar fazer algo, é incrível, acho que toda mulher deveria se sentir assim um dia.
— Assim como?
— Ser respeitada e não ter medo por esta em um local onde algum homem esteja.— fico quieta por alguns segundos e volto a falar.— Na empresa isso vai ser um desafio.— ele me olha rapidamente em me surpreendo quando ele pega a uma de suas mãos e coloca em cima da minha que estava em meu colo. Aquela sensação, aquele calor, aquela coisa inexplicável me atinge novamente, mas dessa vez, não me atrevo a tirar sua mão da minha.
O que esse homem faz comigo?