Anna Narrando.
A tortura começou, meu papá chamou eu e o velhote na frente para consumar o nosso noivado, ao que parece todos os chefes dos clãs Espanhóis estão presentes e se eu fizer uma cena agora irei prejudicar todos. Sem contar o líder da Máfia Carroma, veio direto da Itália para prestigiar a nossa união, coitado, achando que estou de acordo com tudo e que não passa de um contrato.
- Buenas noches a todos.Estamos todos aquí para celebrar el compromiso de mi hija Anna Contini con Matteo Mallardo. A través del matrimonio, las dos mafias se unirán para evitar ataques y poder ayudar a todos aquellos que nos necesiten. Estoy completamente feliz de recibir a Matteo Mallardo como mi yerno. ( Boa noite a todos. Estamos todos aqui para comemorar o noivado da minha filha Anna Contini com o Matteo Mallardo. Atravez desde casamento, as duas mafias se unirão para evitar ataques e conseguir ajudar todos aqueles que necessitam de nós. Estou completamente feliz em receber Matteo Mallardo como meu genro. ) - Papá falou ao microfone. - Venham até aqui, Matteo e Anna...
Assim que ele nos chamou a frente, eu fui andando devagar contra a minha vontade, minha cara era tão feia que qualquer pessoa que chegasse perto, com certeza sairia correndo.
O velhote veio andando com um sorrisinho de lado, que vontade de lhe enfiar um tapa no meio da cara, e com duas taças na mão.
- Hago mías las palabras de mi futuro suegro. Me gustaría pedir la mano de Anna en matrimonio delante de todos, prometiendo ser fiel, cariñosa, respetuosa y amorosa durante todos los días de nuestras vidas. Anna, ¿aceptarías este anillo que simboliza nuestra unión? ( Faço as palavras do meu futuro sogro as minhas. Gostaria de pedir a mão da Anna em casamento diante de todos, prometendo ser fiel, cuidar, respeitar e amar por todos os dias de nossas vidas. Anna, aceita este anel simbolizando a nossa união? ) - Ele perguntou abrindo a caixinha com um anel de diamantes.
Assim que ele abriu a caixinha, eu olhei em direção as pessoas que estavam em nossa direção e me deparei com um par de olhos conhecidos em minha direção.
Imediatamente meus olhos se encheram de lágrimas vendo Carlos me olhando e negando com a cabeça.
Eu tenho duas opções, eu aceito e ele nunca mais vai me perdoar, nunca mais vai me ouvir na vida ou eu vou atrás dele e dou início a uma chacina.
Dios mio, não acredito que estou prestes a cometer a maior merda da minha vida.
Papá nunca me perdoaria e eu colocaria em risco a vida de todos, incluindo a do Carlos.
- Si, aceito! - Eu falei com o olhar triste e pude ver Carlos indo em direção a porta de saída.
Matteo colocou o grande anel em meu dedo e nós bebemos nossas taças de champanhe, quando as felicitações acabaram, na primeira oportunidade que eu tive, sai correndo atrás dele deixando todos para trás.
Eu precisava encontrar ele, ainda bem que o navio está em auto mar, não tem como ele sumir.
Fui para fora do salão e pude encontrar ele segurando na grade do navio, observando o mar.
Eu me aproximei dele devagar, com receio da sua reação.
Quando ia tocar sua mão, ele se afastou de mim e me olhou, seus olhos eram vermelhos, eu só enxergava raiva.
- No te acerques a mi! ( Não se aproxima de mim )
- Carlos escúchame por favor... ( Carlos me escuta, por favor... ) - Falei tentando me aproximar.
- Ya basta de mentiras, Anna. Supongamos que solo era un pasatiempo para ti, ¡nunca me amaste realmente! ( Chega de mentiras, Anna. Assuma que eu fui apenas um passa tempo para você, voce nunca me amou de verdade! ) - Carlos falou completamente transtornado.
- Carlos te iba a decir, no me caso porque quiera, todo es por un maldito contrato. Yo te amo... ( Carlos eu ia te contar, eu não estou casando porque quero, tudo esta sendo por causa de um maldito contrato. Eu te amo... ) - Me aproximei dele e tentei abraçar ele, mas foi em vão.
Carlos me empurrou com força, me fazendo bater as costas na ponta de um ferro, senti sua ponta me cortando, mas não podia dar importância a isso agora.
Ele veio até mim com fúria e começou a gritar.
- Destruiste mi vida, perra. Me has estado engañando todo este tiempo y voy a hacerte pagar por ello. ( Você destruiu minha vida, sua vagabunda. Você me enganou todo esse tempo e eu vou fazer você pagar por isso. ) - Ele falou apontando o dedo na minha cara. - Te arrepentirás de haberme engañado y de haber fingido todo este tiempo que me amabas.
( Você vai se arrepender de ter me enganado e por fingir todo esse tempo que me amava. )
- Carlos déjame explicarte. ( Carlos deixa eu te explicar. ) - Eu pedia chorando.
- Me esquece garota! - Ele falou e virou de costas, indo em direção a saída do navio que estava sendo atracado na costa.
Eu olhei na mesma direção que ele estava indo e o vi esbarrando no Matteo.
Ele com certeza viu toda a situação e eu estou completamente ferrada, ele vai contar tudo para o meu pai e eu não vou mais ter como esconder.
Eu abaixei a cabeça enquanto ele ainda estava a me olhar.
Eu precisava voltar para encontrar Tânia, comecei a andar e senti uma leve dor nas costas, com certeza por causa do corte.
Passei por ele que ainda estava lá parado, dei alguns passos e logo senti ele puxar o meu braço.
- O que você quer? - Falei com raiva.
- Você está sangrando... - Ele falou apontando para o corte nas minhas costas.
- Eu estou bem! - Falei puxando meu braço. - Já estragou minha vida o suficiente.
- Não pode entrar lá dessa forma... Vão pensar que eu te machuquei. - Ele falou com uma sobrancelha erguida.
- Deixe que falem... de certa forma a culpa disso é toda sua. - Respondi debochando.
- Não foi eu que fiz isso com você garota!
- Tinha que fazer pacto com meu pai? - Falei e ameacei andar para dentro do Salão principal. - Ai...
Reclamei da dor que comecei a sentir nas costas.
- Deixa eu te ajudar, garota... não seja uma pirralha teimosa. - Ele falou tirando seu terno e jogando sobre meu ombro. - Cubra esse ferimento, lá dentro dou uma desculpa e te levo para sua casa... pode chamar por sua amiga.
Eu assenti e começamos a andar para dentro do salão. Ele quis segurar minha cintura mas eu empurrei sua mão.
Aí já é demais para mim...
Todos nos olharam, eu estava com o rosto vermelho do choro, abaixei minha cabeça tentando disfarçar.
Ele me acompanhou até onde meu papá, Tania e Abuela estava.
- O que significa isso? - Papá falou indo em nossa direção.
- Não é nada papá... - Falei tentando disfarçar.
- Presumo que esteja na hora de levar ela para casa, não acha? - Matteo falou para o meu papá.
- Você vai me contar tudo o que aconteceu. - Papá falou desconfiado.
- Vamos Hija... - Abuela falou vindo até mim e colocou a mão nas minhas costas.
- Aí... - Reclamei com o toque dela.
- Que houve Hija? - Abuela perguntou preocupada.
- Não é nada... vamos sair daqui, por favor...
Abuela assentiu e começou a andar na frente comigo e com Tânia enquanto papá ficou para trás conversando algo com Matteo e olhando em nossa direção.
Eu senti um frio na barriga com o olhar dele sobre mim, eu tenho certeza que vai vir uma bomba quando chegarmos em casa.
Entramos no carro do Ruíz e ele dirigiu até em casa.
O caminho inteiro não trocamos uma palavra.
Chegamos em frente a casa da Tânia, ela olhou para a Abuela sem entender nada.
- Acho melhor ficar em casa, querida! - Abuela falou para Tânia.
- Não Abuela, quero ela comigo. - Pedi.
- Tudo bem amiga, acho que agora é um momento de família, nos falamos depois. - Ela me abraçou e saiu do carro. - Adiós.
Ela fechou a porta e o Ruíz voltou a dirigir para casa.
Assim que chegamos, eu subi direto para o meu quarto, tirei aquele vestido e entrei para o banheiro, eu precisava tirar aquele sangue todo das minhas costas.
Eu liguei o chuveiro e deixei a água cair pelo meu corpo, senti queimar o local do corte e olhei para o chão, vendo aquele sangue se misturar com a água.
Fiquei um tempo debaixo do chuveiro até ouvir batidas na porta do meu quarto, com certeza era o meu papá.
Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha, me sequei e vesti minha lingerie, virei de costas para o espelho entrando ver o machucado.
- Nossa, está feio isso... - Falei para mim mesma.
Abri minha gaveta e preparei um curativo, coloquei nas costas e fui para o closet pegar a minha roupa.
Vesti um cropped para não apertar o machucado e um short curto de pano mole para ficar em casa, passei desodorante, perfume e hidratante no corpo, prendi meu cabelo num coque frouxo e destranquei a porta do meu quarto.