Francesco, Bartolomeo e Caio estavam sentados à mesa, comendo em silêncio, quando Gideon, o outro irmão Falcão chegou. Gideon não fazia parte do cartel, pelo contrário, era um juiz e casado, Ele entrou abraçou cada um dos irmãos e se sentou com eles para o lanche.
— Já marcaram o casamento? — perguntou Gideon, pegando uma fatia de pão.
— Já. O casamento dos três, no mesmo dia, apenas com algumas pessoas — respondeu Bartolomeo, direto.
— E Caio? Está certo disso? — Gideon olhou para o irmão mais novo, esperando uma resposta.
Caio, como de costume, balançou a cabeça em negação e voltou a comer. Caio não queria se casar.. Gideon ergueu as sobrancelhas.
— Não vão mudar de ideia? — perguntou para Bartolomeo e Francesco..
Era irmaõs, Caio, Francesco e Bartolomeo compartilhavam o mesmo sangue, Gideon não, mas ainda se amavam e respeitavam, mas quando se tratava de Caio, a palavra de Francesco e Bartolomeo tinha mais peso.
— Não vamos — respondeu Bartolomeo com firmeza. — Você está casado. Nós também vamos nos casar, e Caio também se casa.
— Ele já conheceu a noiva dele?
— Ainda não. Vamos resolver isso mais tarde — explicou Francesco.
Gideon fez uma pausa antes de falar de novo, com uma ideia clara na mente.
— Então, façam o seguinte: arrumem o apartamento ao lado. Deixem as mulheres se acostumarem com vocês antes de começar um casamento de verdade. Vocês se casam, mas colocam elas no apartamento ao lado e fazem uma transição aos poucos. Assim, as mulheres se acostumam com a dinâmica de vocês, e Caio não vai sentir a mudança de uma vez só.
Bartolomeo e Francesco trocaram olhares, não estavam muito dispostos.
— Bartolomeo é o mais velho entre vocês três — continuou Gideon. — Mas eu sou o irmão mais velho entre nós quatro. Ou vocês cedem, ou eu ordeno e me deve respeito. Não estão sendo sensatos. Não podem simplesmente jogar três mulheres aqui dentro e esperar que elas não surtem. Savana e Alexandra foram criadas em uma gaiola dourada, depois os pais morrerem naquele acidente, Saiko Nakamoto as manteve seguras também, precisam pensar e ofercer paciência.
Bartolomeo suspirou e acenou em concordância.
— Cedemos, Gideon. Pelo respeito que temos por você.. somente , por isso.
— E tem mais uma coisa — disse Gideon, olhando de um para o outro. — Vocês precisam contar para elas. Expliquem que, possivelmente, haverá um relacionamento com os três. Não é justo deixar para depois e correr o risco de elas se recusarem, se elas disserem não, todos vão ser infelizes.. O irmão se voltou para Caio.. e disse __ Não pode machucar as mulheres, sabe disso?
Caio olhou para os irmãos e ficou em silêncio, mas ele tinha entendido bem, ele não falava, mas escutava tudo, só não queriam se casar.
— Vamos falar com Willow hoje, e depois conversamos com Savana e Alexandra. Vamos tentar sermos pacientes.
Depois de algumas horas juntos, conversando e ajustando os últimos detalhes, Gideon partiu para a sua própria casa.. e Caio fugiu para o estúdio de dança que seus irmãos haviam construído para ele quando completou quinze anos. Era um espaço grande, com espelhos e um piso perfeito, ele dançava jazz, a dança que ele havia aprendido sozinho. Assim como o piano, o saxofone e o violoncelo, Caio não precisou de aulas para aprender. Tudo o que ele fazia, era de ouvido e por instinto, como se a música já estivesse dentro dele.
A dança era o que o mantinha na linha, o que controlava sua mente e corpo. Ele dançava porque precisava se acalmar, especialmente naquele dia, quando a ideia do casamento o irritava profundamente. Caio havia se recusado até mesmo a olhar as fotos das mulheres. Não se via com o corpo de alguém ao seu lado, e pio.r, não sentia nenhum tipo de desejo, por ninguém. Nem sequer se masturb.ava. E agora queriam que ele se casasse. Isso o deixava à beira de explodir.
Por quase quarenta minutos, ele se entregou à dança. Movimentos rápidos, precisos, intensos. Seu corpo era como uma máquina perfeita, cada gesto sincronizado com o jazz que tocava ao fundo. A dança o envolvia completamente, e por aquele tempo, ele se desligava do mundo.
Mas mesmo depois de toda a movimentação, a frustração ainda o atingia. Ele estava quase dando um soco nos irmãos, de tanto que o pressionavam para o casamento. Sabia que teria que ver as mulheres em breve, e ia deixar claro que nenhuma delas mexia com ele.
Tomou um banho frio, para terminar de esfriar a cabeça. Depois, preparou-se para acompanhar os irmãos. Estava calmo por fora, mas por dentro, a tempestade ainda rodava. Só o tempo diria o que viria a seguir, mas definitivamente, não queria se casar,.