Willow estava ouvindo música quando a empregada veio avisar que Bartolomeo estava na porta.
— Mande ele entrar — disse Willow, tirando os fones.
— Ele está com os irmãos, senhorita, e disse que os quatro vão até um parque. Tome cuidado, menina.
— Por que está dizendo isso?
— Porque dizem que eles têm certos costumes, Bartolomeo e Francesco. Eu, no seu lugar, não sairia com os três. Diga que não vai.
Mas Willow desceu as escadas, decidida. Encontrou os três homens encostados no carro, esperando por ela. Francesco lhe deu um sorriso, mas Caio continuou distante, nem sequer olhou para ela. Quando finalmente se mexeu, foi apenas para acenar de leve. Willow percebeu que ele era o mais novo e o mais perigoso dos três.
Os três irmãos a observavam em silêncio, como se esperassem por algo. Bartolomeo abriu a porta do carro para ela.
— Onde vamos? — perguntou Willow, tentando esconder seu nervosismo.
— Conversar em uma praça. __ Foi a resposta de Bartolomeo..
— Não podemos conversar aqui?
— Não, Willow. Vamos para um lugar mais tranquilo.
— Eu não vou ser forçada a nada, vou?
— Claro que não. É só uma conversa no parque. Já avisei ao seu pai, fique tranquila.
Willow entrou no carro, mas o nervosismo não a abandonava. Sentou-se no banco ao lado do Bartolomeo que dirigia, e quase saltou quando sentiu os dedos de alguém tocarem seu cabelo. Era Caio.
— Caio? __ Francesco chamou.
Ele continuava mexendo nos fios de cabelo dela, silencioso. Willow virou a cabeça para encará-lo.
— Por que está tocando no meu cabelo?
— Ele não fala, Willow — explicou Francesco. — Escuta e entende tudo, mas nunca disse uma palavra.
— Ele é autista?
— Talvez. Mas ele funciona bem, só é... diferente. Não gosta muito de gente. Mas parece que gostou do seu cabelo.
Caio puxou o cabelo de Willow de repente, e ela gritou. Bartolomeo estacionou o carro no parque.
— Caio, não assim — disse Bartolomeo. Francesco tomou a mão do irmão e o ensinou a acariciar..
Willow observava a cena, sentindo-se cada vez mais desconfortável.
— Bartolomeo — ela começou, tentando manter a calma.
— Fale, Willow,
— Por que ele... — Willow estremeceu quando Caio passou a mão no pescoço dela. Ela desceu do carro rapidamente, sem querer mais aquela proximidade.
Os irmãos a seguiram até uma mesa debaixo de uma árvore, onde se sentaram. Caio tentou se aproximar de novo, mas Willow se levantou, notando o olhar fixo dele na sua camiseta. Ele olhava para os s£ios dela..
— Caio, foque nas plantas — disse Bartolomeo — Isso não é apropriado.garoto, não.
Caio fechou os olhos, obediente.
— Por que me trouxeram aqui? — Willow perguntou, nervosa, sentindo que havia algo mais do que apenas uma conversa.
— Porque precisamos ser sinceros com você — respondeu Bartolomeo. — E com as outras noivas também.
Willow já sabia que eles estavam organizando outros casamentos, mas ainda não entendia tudo.
— Sinceros sobre o quê?
— Nós três vamos nos casar, Willow. E depois do casamento, continuaremos juntos. Você será minha esposa, mas vai conviver com Caio e Francesco. E as esposas deles também.
Willow começou a entender a situação. Morariam todos como uma grande família.
— E elas vão me aceitar? Vão gostar de mim?
— A ideia é que vocês sejam amigas — disse Bartolomeo, tentando parecer razoável.
— Tem mais, não tem?
— Tem — Ele admitiu. — Não sabemos exatamente como tudo vai funcionar, mas provavelmente vamos estar todos juntos nisso.
Willow demorou um pouco para processar o que ele estava dizendo.
— Bartolomeo — ela começou, a voz trêmula — isso vai ser um daqueles casamentos abertos, em que cada um fica com quem quer, sem sentimentos, sem compromisso?
A ideia de estar envolvida em algo tão impessoal a deixou inquieta. Ela já havia enfrentado frieza e solidão antes. Isso não era o que ela queria. Willow sentiu seu corpo tremer, tentando absorver o que acabara de ouvir. Aquilo não parecia certo.
O Dilema de Willow
Willow se levantou de repente, a tensão crescendo dentro dela.
— Eu não me caso, não assim. Sem compromisso, sem afeto. Não gosto desse tipo de casamento liberal, onde cada um fica com quem quer.
— Não é assim, Willow — respondeu Bartolomeo, com paciência. — Não vai ser nada liberal. Estou falando de nós, dos meus irmãos e das esposas deles, e não de outras pessoas. Nós seremos capazes de amar vocês.
— Vocês vão ficar com mulheres de fora também? — perguntou ela, ainda desconfiada.
— Não. Eu nem ia falar sobre isso agora, mas nosso irmão Gideon disse que não seria justo esconder. Você tinha o direito de saber como seria — explicou Bartolomeo.
Willow hesitou por um momento, antes de perguntar:
— O que Savana e Alexandra acharam disso?
— Ainda não falamos com elas — admitiu Francesco.
Willow se sentou de novo, completamente indecisa. Olhou para Caio, depois para Francesco e finalmente para Bartolomeo. Eles eram intimidantes, mas ao mesmo tempo, algo neles a deixava pensativa. Sua própria casa era tão fria, tão r.uim, que a ideia de algo diferente parecia tentadora.
— Tem certeza que vão ser bons? — perguntou, com a voz tremendo.
— Claro — garantiu Bartolomeo. — Vamos aprender. Caio nunca teve contato com outra mulher, mas vamos ajudar. Não é, Caio?
Caio deu um aceno afirmativo, ainda sem dizer nada. Pela primeira vez, ele deu um aceno afirmativo sobre o casamento.
— Podem me levar para falar com Savana e Alexandra? — pediu Willow.
— Quer falar com elas?
— Quero. Só vou dizer sim depois de falar com elas, porque se elas não concordarem, não vai funcionar. Mas estou assustada, com medo. Vocês três são... estranhos — admitiu, com um suspiro de nervosismo.
Francesco se inclinou um pouco para frente, tentando tranquilizá-la.
— Nós vamos tratar você bem, Willow. Prometemos.