CAPÍTULO 3

1077 Words
James Smith Estou saindo de uma reunião quando minha secretária me dá o recado da minha esposa. Ela pede para chegar cedo em casa para o jantar e já até imagino o motivo. Hoje fazemos dois anos de casados e ela com certeza deve estar querendo comemorar, só não me lembro quando foi que dei a ela esse tipo de esperança. Passo o restante do dia trabalhando, mas em momento algum sai da minha cabeça que Amélia me quer cedo em casa. Sinto que alguma coisa mudou em relação a ela depois que o nosso filho nasceu, mas não consigo compreender esse sentimento. Para piorar mais ainda a minha vida, tem a Madalena me cobrando cada vez mais o que não posso dar a ela. Evito ao máximo minha mulher e filho para não ver minha amante porque tive a excelente ideia de colocá-los debaixo do mesmo teto. Isso é ridículo e tenho que dar um jeito na situação o mais rápido possível. Como sempre acontece não consigo sair cedo da empresa, o que deve ter deixado Amélia frustrada mais uma vez. Para não deixar a data passar em branco, antes de ir para casa ligo para um amigo que tem uma joalheria. Ele logo se dispõe a abrir a loja para que compre uma joia para minha esposa, assim ela não fica de cara feia por dias. Essa tática tem funcionado muito bem depois que nos casamos. Chego em casa, extremamente cansado, mas ao entrar não é minha esposa que está me esperando na sala. Madalena está a minha espera e quando ela me vê com a sacola da joalheria nas mãos, me encara surpresa. — Onde está minha esposa? Ela se levanta e anda na minha direção tentando me beijar. Seguro em seus braços, a impedindo de continuar. — O que foi, James? Você nunca me rejeitou, o que está acontecendo agora? — Eu fiz uma pergunta. Onde está a minha mulher? — A sua mulher, sou eu. Eu sou a mulher que você ama. Sorrio da sua afirmação. Ela me parece muito certa do que fala. — Quando foi que te disse que te amava? Eu não tenho lembrança disso. Ela me olha incrédula. — Quando foi que mudou? Não entendo sua pergunta. — O que mudou? — Quando foi que o que sentia por mim, começou a mudar? — Madalena, entenda que as coisas mudaram. Agora tenho um filho, tenho uma família que precisa de mim. Ela avança na minha direção querendo me bater, mas não permito e seguro suas mãos. — Preciso de você e não ela e aquele garoto remelento. Eu a jogo no sofá e ela cai de qualquer jeito. — Muito cuidado quando for abrir sua boca para falar do meu filho. Não venha se fazer de vítima para cima de mim, nós dois sabemos muito bem quais eram as suas verdadeiras intenções quando começamos a nos envolver. Ela arregala os olhos percebendo que não vai mais conseguir me enganar com esse papinho de boa moça. Queria uma b****a gostosa e ela me deu com a intenção de que um dia, a assumiria para todos e eu i****a caí no seu joguinho. — A sua esposa deve estar chorando no quarto porque o marido dela mais uma vez foi um cretino. Tudo o que a i****a sabe fazer é chorar em vez de tomar uma atitude. O que ela fala é um tapa na minha cara, um tapa forte, mas não quero mais discutir, principalmente com ela. Subo a escada e entro no nosso quarto, porém, não vejo Amélia dormindo na nossa cama. Procuro minha mulher no banheiro no closet e nada dela. Resolvo ir para o único lugar onde tenho certeza de que ela pode estar, o quarto do nosso filho. Abro a porta devagar para não acordar o bebê e ao entrar no cômodo vejo Amélia deitada encolhida na cama da babá. Ao olhar para o berço, vejo Carlos acordado, brincando com os pezinhos. — E aí, garotão, você tem cuidado da mamãe por mim? Meu filho abre um sorriso como se gostasse de escutar a minha voz. Eu me aproximo do berço e ao pegá-lo no colo, Amélia acorda assustada. — O que você está fazendo com meu filho? Essa pergunta me pega desprevenido. O que essa mulher pensa de mim? — Que eu saiba ele também é meu filho. Você estava dormindo e ele estava acordado. Era para ser o contrário, não é mesmo? Ela se levanta e caminha na minha direção, tentando tirar o bebê dos meus braços, mas não permito. — Me dê meu filho agora mesmo — diz enraivecida. — Que p***a é essa, Amélia? Acha mesmo que teria coragem de fazer m*l ao meu filho? Ela sorri debochando da minha cara. — De você, espero qualquer coisa, nunca se importou com ele e nem comigo. Não entendo o motivo de ter entrado aqui na calada da noite e pegá-lo no colo. Sei contando nos dedos da mão, as vezes que entrou aqui para ver o menino. Não quero você perto do meu filho, não quero que ele seja influenciado por você em nada. Se essa mulher queria me tirar do sério, ela conseguiu. — Mais que merda é essa que está falando? Carlos é meu filho, é claro que ele vai ser influenciado por mim. — Não se eu puder impedir. Meu filho vai crescer sabendo muito bem o tipo de pai que ele tem para que no futuro, não siga seus passos — diz conseguindo tirar o menino dos meus braços. — E que tipo de pai eu sou, Amélia? Que tipo de homem você acha que sou? Ela sorri e me olha, ninando o bebê em seus braços. — Você quer que eu faça uma lista? Mas vai ter que me dar um tempo porque ela vai ser extremamente longa. Vejo que minha comportada esposa criou garras, isso vai ser interessante. — Coloque o bebê para dormir e depois vá para o nosso quarto, tenho uma coisa para você — digo me aproximando da porta. — Não conte com isso, marido, quero distância de você. — Você que sabe, mas esteja preparada para arcar com as consequências, caso desobedeça. Eu a escuto me xingando baixinho e sorrio. Fecho a porta e vou para o nosso quarto. Não gosto de ameaçá-la, mas com Amélia tudo é difícil. Ela tem o poder de me tirar do sério, sem fazer muito esforço.
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