Capítulo 2

2098 Words
NATÁLIA: Acordei num susto com a porta da sala batendo. Nem tinha percebido quando dormi. Meu corpo doía por estar toda torta no sofá. Merda !. Olhei pra cima e lá estava ele, com aquele olhar vermelho por ter usando droga.           VN: O que tu estava fazendo com a p***a do Grego, Natália? Tava querendo dar pra ele também, p***a? - já foi gritando, e eu bufei, ao sentir minha cabeça latejar.           Natália: Do que você tá falando, louco? Eu realmente não lembrava de nada. Só de quando comeri um beber. Lembrava das coisas que fiz ao longo do dia, mas quando eu acordava não lembrava nem do meu nome direito. E espera! Quem é Grego, cara?           VN: Não se faz de cínica, não, p***a. - gritou. Ele veio pra cima de mim segurando, meu pescoço com força, e eu me debati um pouco, tentando me soltar.           VN: Eu já te mandei o papo, se eu te ver com outro cara, eu mato tu e ele p***a. Tá me ouvindo? - gritou de novo, e eu assenti. Ele me deu um selinho longo e saiu da minha casa batendo a porta. Sempre é assim, ele vem, me ameaça, me machuca e depois me dá um selinho, pra “tentar” me fazer não ficar com raiva dele, pois ele sabe que gosto dele. Não é paixão, e muito menos amor, eu só ... gosto! Eu me envolvo com VN faz anos, e sempre foi assim, ele acredita em tudo o que os outros falam, e quem acaba se fodendo é eu. Somente eu! Eu já fui parar no hospital por causa de fofoca. Eu tinha ido no medico lá na barra, pois pensei que estava grávida, ai alguém foi lá e falou pra ele que eu sai do morrro e entrei em um carro todo preto. Ele recomendo que eu fosse a X9 que tem aqui. Me bateu tanto que eu fui parar no hospital com uma costela e um braço quebrado. Depois de uma semana eles descobriram quem realmente era a X9, mataram ela e o que o VN fez? Veio aqui falar com a trouxa, pedir desculpas e com promessas falsas que iria mudar. No mesmo dia eu tentei me “largar” dele de vez, disse até que iria embora, e ele me bateu de novo, mesmo eu elevando em uma maca, no hospital. Eu já tentei de tudo pra ele me deixar em paz, mas parece que o capeta lá, gosta desse demônio aqui. O povo desse morro sabe que ele tem uma segunda fiel, mas ninguém sabe que é eu. Sigilo total. Se soubessem eu ficaria como a vagabunda da história, a que pega homem dos outros, bom, eu pego, mas ninguém iria saber o real motivo por eu estar com ele. O povo pensaria que estou com ele por dinheiro, e luxo! Por que quero! Não estou por que quero, estou por que sou obrigada a isso! Se eu pudesse largava tudo aqui, e iria embora. Mas pergunta se eu consigo. p***a, se eu pisar os pés fora desse morro, os vapores dele falam pra ele e o louco vem me buscar, e me leva pra casa pelos cabelos. Minha única opção é continuar sendo a amante, a segunda opção. Até ele morrer de vez!. O que eu espero que não esteja muito longe de acontecer!. A mulher dele não sabe que eu sou a amante fixa dele, se soubesse eu apanharia demais. Tenho dó dela, tenho dó por ela ter um marido tão filho da p**a assim, que trai e bate nela. Eu sinceramente, não quero isso nunca pra minha vida. Nunca mesmo. Passei a mão em meu pescoço, e respirei bem fundo, segurando a enorme vontade de chorar. Liguei a tv e coloquei em um filme qualquer que passava em um canal. Eu nem prestava a atenção no filme direito, tava pensando em como a minha vida é uma bosta, e tudo por causa dele. Desgraçado!.           J2: Natália tu nem sabe, cara. – falou, e entrou em casa rindo. Lá vem o fofoqueiro. Esse é pior que mulher quando se trata de fofoca. Nunca vi igual.           Natália: Manda ai, bixa.           J2: Bixa é teu **, p*****a. – deu um tapa na minha cabeça. – Mas ai, não tem a Jéssica da treze?           Natália: Hm. – murmurei, amarrando meus cabelos em um coque.           J2: Pô, ela apanhou feio da mulher do Laranja, pegou os dois na cama, carai. Menina ficou louca e bateu na garota. – gargalhou.           Natália: Não vou julgar essa menina por que também sou amante. – suspirei, e ele já fechou a cara.           J2: Esquece isso pelo menos por hoje, c*****o. Aproveita que tu tá de folga e vamo dar um rolê na pista, pô. Aproveitar também enquanto ainda tenha a fixa limpa.           Natália: Ai, tô afim não, Jorginho.           J2: Então vamo tomar um açaí. Eu p**o, pô. Tô legal hoje.           Natália: Em dez minutos eu tô pronta. – sorri. Me levantei correndo e fui me arrumar. Tomei um banho rápidão, vesti um vestido florido, uma rasteirinha e desci amarrando meus cabelos novamente.           Natália: Vamos. – chamei ele, que já se levantou indo até a oorta. Saímos de casa, comigo trancando tudo e subimos a favela apostando corrida até a barraca de açaí. Cheguei lá morrendo, mas me mantive plena. Pedi um completo e ele também. Peguei o meu e fui me sentar na pracinha.           J2: Nossa, lembrei de um bagulho aqui agora, mano. – falou do nada, e gargalhou.           Natália: Fala ai.           J2: Ontem fui encontrar uma mina ai, nós foi pra um motel mó f**a lá na Barra, tudo do bom e do melhor, mas me arrependi quando tirei a calcinha dela, p***a, era a própria Amazônia ali mano. A b****a dela tinha mais cabelo do que na própria cabeça da menina. Broxei da hora. – negou. – Eu fingi que eu tinha um corre pra resolver e meti o pé.           Natália: Você deixou a menina lá seu i****a? – perguntei rindo.           J2: Deixei meta pro Uber. Nem que enfiassem uma arma no meu **, eu comeria aquela mata atlântica. Gosto das lisinhas.           Natália: Você é um i*****l, Jorge. Coitada da menina. - neguei, dando risada.           J2: Coitado de mim se colocasse a boca naquela floresta maldita. Dei risada, e quase me engasguei com o açaí. Esse cara é f**a, muito do i****a, na moral, retardado que só. Sempre vem com essa falando que não gosta de t*****r com como negas que tem pêlo na b****a, que só quer comer se para lisinha. O celular do Jorge apitou, assim que ele viu o que era, ele fechou a cara maneiro.           J2: Ele quer tu no barraco mais tarde, como meia noite. - bufou. - Por que tu não larga essa p***a, Natália?           Natália: Você não entende, Jorge. - murmurei. Ele bufou e foi me acompanhando até minha casa, em silêncio o caminho todo. Eu não queria falar pra ele que eu só estou com o VN por que sou obrigada, do jeito que ele é doido, tentaria arranjar briga com o VN e daria bo pra ele. E, eu não quero isso. É melhor ele continuar pensando que fico com o Vinícius por que quero. Por vontade própria mesmo.           J2: Hoje à noite eu vou sair com uma mina ai, tá ligada? A mina parece ser firmeza. E tipo, eu queria agradar ela com algum bagulho. Da uma idéia ai. - parou em frente a minha casa.           Natália: Ah, não sei. Leva flores ué. - dei de ombros.            J2: Muito clichê. Acho que vou levar camisinha de sabor mesmo. - deu risada. Ele beijou minha testa e logo foi embora. Entrei em casa, e já fui tomar aquele banho de princesa. Me depilei todo e pá. Me trajei com um vestido de ficar em casa mesmo. Penteei meus cabelos e deitei na cama, pegando meu celular, pra esperar as horas passar, pra eu infelizmente ter que ir naquele barraco. Quando foi meia-noite, eu sai de casa morrendo de frio. Por mais que eu estava de calça legging e uma blusa de moletom, eu ainda sentia frio. Estava garoando. E nem pro outro lá mandar alguém vir me buscar. Arrombado! Assim que entrei no barraco que a gente sempre se encontrava, vi ele fazendo uma carreirinha em cima da cômoda. Revirei os olhos querendo dar meia volta e ir embora. Odiava ele drogado. Vinícius já era um demônio sem usar droga, e quando usa vira o próprio capeta.          VN: Tira a roupa. - me olhei. Fiz careta e cosméticosi a tirar a roupa enquanto ele cheirava. Deitei na cama nua rezando pra ele não me machucar igual das outras vezes que ele estava drogado. Mas parece que não adiantou. A noite toda ele me machucou, me bateu e tudo. Eu tinha que arranjar um jeito de sair disso, se não eu enlouqueceria de vez. E eu meio que sabia como seria meu final se continuasse com ele. Ou era queimada, ou jogada no canteiro do L2. Terminei de vestir minhas roupas, e me sentei na cama disposta a terminar isso de uma vez. Não aguentava mais, e já estava no meu limite a tempos já.           Natália: VN? - chamei ele, que mexia no celular ainda receberá na cama.           VN: Manda. - respondeu, ainda com a cara no celular. Já estava vontade de enfiar aquela p***a dando na boca dele.           Natália: Eu não quero mais. - suspirei, passando a mão entre meus cabelos. - Não quero mais ficar com você, eu cansei, de verdade. Você pode me bater, mas eu não fico mais com você. Ele, na mesma hora que eu disse, jogou o celular na cama e veio até mim. Segurou meus cabelos com força me fazendo olhar em seus olhos.          VN: Tu não tem que querer nada, p***a! Tu é minha! Vai ficar comigo até eu cansar.           Natália: Eu tô cansada disso, de você me batendo, me xingando, de ser uma segunda opção. Cansei de tudo. Eu não quero mais isso.           VN: f**a se. - gritou, cara a cara comigo, me fazendo assustar um pouco. - Já disse que tu vai ficar comigo até eu cansar e dizer que acabou. Enquanto isso não acontece, tu vai continuar comigo sim. E se tu tenta fugir ou qualquer parada, eu mato aquele seu amiguinho. Ele é tão baixo, me ameaçar usando uma única pessoa que eu me importo. Isso é tão baixo que me dá nojo. Sai daquele barraco querendo me matar por ter transado com ele naquele baile. Isso nunca deveria ter acontecido. Mas eu burra achei que ele não iria querer mais nada comigo. Mas como sempre, eu estava tão enganada. O que eu mais queria era me livrar dele de uma vez. Ser feliz com alguém que seja só meu, que não me machuque que nem ele faz. As vezes quando eu tinha invasão eu pedia pra ele ser preso, ou cair de alguma laje, bater a memória, esquecer quem eu sou. Eu ficaria tão feliz se isso acontece. Eu faria até um churrasco pra comemorar. Mas enquanto isso não acontece, eu sou obrigada a ficar com ele, aguentando toda como surras, como humilhações. Cansa demais isso, desgasta pra c*****o. Eu realmente não sei o que eu vi nesse homem. Mas, antes de tudo ele era diferente, me tratava bem, e quando eu não queria, ele apenas ia embora, não me forçava a nada. Mas agora, se eu falo não, ele já vem doido me bater, e me forçar a t*****r com ele. É somente nojo que sinto por esse cara !.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD