Finalmente as aulas acabaram, peguei minha mochila e tava saindo da sala quando sinto uma puxada leve no meu braço, quando olho é Rafael.
- vai rolar a ajuda?- ele perguntou.
- tenho outra escolha?
- até tem, mas como vc é um amor de pessoa, vai escolher me ajudar né? - ele disse sorrindo.
- ta Rafael, sábado.
- i, não dá, tem churrasco na Rocinha.
- já começou dando errado...vc troca o estudo por farra.- eu ia sair, mas ele entrou na frente.
- ta, 13:00 lá em casa, beleza?
- ok. - saí e fui pra casa, como sempre, sem Arthur, pq geralmente ele saía com Rafael para fazerem bagunça.
Cheguei em casa e me joguei no sofá, minha mãe veio da cozinha.
- que foi? Ta triste?- minha mãe sempre foi mãezona mesmo, sempre faz questão de mostrar sua preocupação, mesmo sendo louca as vezes e botar todo mundo pra correr.
- impressão.
- é seu pai e seu irmão? - suspirei.
- mãe, eu não quero ser essas garotas caretas que perdem a virgindade com 30 anos. - ela riu e sentou do meu lado.
- Helo, quem disse que precisa de pressa pra isso?
- meu pai e o Arthur afastam todo mundo de mim.
- eles querem te proteger, mas eu vou falar com seu pai.
- não, deixa...vou descansar, hoje quero dançar muito.
- olha lá em.
- vcs vão?
- acha mesmo que seu pai deixaria vc ir sozinha?- rolei os olhos a fazendo rir e subi pro meu quarto...tomei um banho, coloquei uma roupa confortável e dormi a tarde toda.
...mais tarde...
Coloquei essa roupa e desci, Arthur levantou o olhar até mim e ficou me fitando sério :
- que m***a é essa Heloísa? - ele perguntou e eu mandei dedo pra ele.
- não enche.
- to falando sério carai, vai colocar uma calça.
- vc não manda em mim.- ele se aproximou e segurou meu rosto me fazendo o olhar.
- eu não quero que tu seja essas mina da comunidade que dão pra todo mundo.
- se me conhecesse saberia que eu jamais me sujeitaria a isso Arthur. - ele suspirou e me deu um beijo na testa.
- eu sei, só me previno...se relarem na minha irmã já sabe.- ele disse e eu rolei os olhos.
Arthur tinha esse jeito valentão, mas nem numa arma ele sabia pegar, graças a minha mãe que não pode nem imaginar isso, ela sempre diz que Arthur poderia escolher seu futuro aos 18, mas no fundo o que ela queria era que o único futuro que ele não escolhesse fosse o mesmo do meu pai.
Eu e Arthur fomos na frente, chegamos no baile e a música alta já tocava, ele me deu um beijo na bochecha, soltou o "se cuida" de sempre e sumiu no meio da multidão, entrei e sentei no bar super desanimada, na frente dos meus pais eu não bebia.
Percebi que alguém sentou do meu lado, olhei e era Rafael sorrindo, pq ele fazia aquilo? Poxa, ele sabia que eu gostava dele e sabia também que eu nunca ia ter ele e ainda vinha dar aquele sorriso e me olhar daquele jeito. Que iludida que eu sou.
- ue, não ta com o Arthur?
- aquele lá já subiu pro quartinho...
- e vc não deveria ta fazendo o mesmo?
- não tô afim hoje. - eu ri.
- olha só, que novidade.
-para, tu sabe que não sou tanto assim...
- não sei de nada.
- vamo dançar?
- melhor não.
- qual foi? Eu não mordo não.
mas beija ne, esse é um dos maiores problemas.
Suspirei e saí na frente até a pista de dança, comecei a dançar no ritmo da música e Rafael sorriu pra mim acompanhando meu ritmo com as mãos na minha cintura.