Capítulo 1

779 Words
Heloísa narrando: Na semana passada completei 17 anos, quando eu tinha 15 não via a hora de ter 18, porque aí sim o Arthur e meu pai iam parar com esse ciúme doentio deles que ja afastou todos os caras do morro de mim, mas parece que a cada ano que passa a "p******o" deles fica ainda pior. Eu realmente estava esgotada daquilo, minha mãe até tentava me ajudar, mas quando ela via que era muito empenho discutir com eles ela pulava fora. Isso era um saco. Eu estava tomando café com os dois na mesa e Arthur me olhou.  - hoje tem baile pai. - ele disse ainda com o olhar fixo em mim e eu rolei os olhos. - que bom, carrega as armas. - pode pá. - bufei. - da pra vcs pararem de fazer pressão psicológica? Podem ficar despreocupados pq todos os caras nem chegam perto de mim mais. Vou morrer virgem por culpa de vcs.- os dois sorriram, tinham o mesmo sorriso. - isso é ótimo, só não te enfio num convento pq tua mãe me ameaçou. - meu pai disse e eu rolei os olhos. - e nem vem ficar no meu pé hoje Arthur, não tô afim de vc me enchendo o saco. - tem saco agora?- ele perguntou e eu sorri cínica.  - engraçadão.- ele riu e levantou.  - to vazando. - ele disse saindo, estudávamos todos juntos. Todos no caso, eu, Arthur, o i****a do Rafael e a escrota da irmã dele, a Raissa... eu estava na mesma sala que Arthur e Rafael e tinha que aguentar eles em todas as aulas brincando igual duas crianças. Era uma escola fora do morro, mas não muito longe, segui Arthur e começamos andar um ao lado do outro, ele me abraçou pelo pescoço: - maninha, é bom que ninguém se engrace pro seu lado hoje. - aff para Arthur, isso é muito chato.- eu disse empurrando ele. - só não quero que tu sofra... - eu não vou sofrer... - eu conheço vc, vc chorou até quando seu peixe morreu afogado. - ele não morreu afogado Arthur, ele morreu porque quando fui pra casa da tia Bruna vc passou 3 semanas sem alimentar ele. - nunca nem vi.  - chato. - ele riu baixo. - ta, talvez ele não tenha morrido afogado, mas ele morreu e vc passou uma semana chorando. - eu amava ele ta? - maninha...te falta ódio. - ele disse me dando um t**a leve no ombro e entrando na escola, rolei os olhos e fui direto pra sala...ainda estava vazia então sentei no fundo, coloquei meus fones e a primeira música da playlist que tocou, claro, era minha preferida: Titanium do David Guetta. Depois de umas quatro músicas o sinal tocou, os primeiros a entrar na sala foram Rafael e Arthur. Eles eram melhores amigos desde que éramos crianças, aprofundando mais a história, eu tinha uma quedinha por Rafael, confesso. Eu era uma criança quando escrevia isso em diários, uma vez Arthur achou esse diário, ele ficou tão maluco que contou tudo pra Rafael que simplesmente espalhou isso pra escola toda, naquele dia eu senti tanta raiva dele como nunca havia sentido de ninguém antes. Desde então, eu evito ao máximo falar com ele, mas ele sempre vem me provocar com piadinhas idiotas. Eu me arrependo TANTO de ter perdido meu BV com ele... A irmã dele talvez me odiasse pelo motivo de eu gostar dele, mas pra ela eu não ligava, sempre que todo mundo se reúne para churrascos e bailes, a gente nem se olha. E é bom que continue assim, não está me atrapalhando. Quando todos os alunos entraram percebi que Rafael estava sentado do meu lado na outra fileira e Arthur sentado a sua frente...o Professor de matemática entrou, eu adorava matemática, modéstia a parte, eu mandava muito bem. O professor nos cumprimentou e passou entregando nossas provas. - Parabéns Heloísa, 9,8. - errei uma questão? Fala sério.  - Rafael como sempre. 2,0. - o olhei e ele bufou jogando a prova na mesa. - indico que comece a estudar se não quiser repetir de ano. Heloísa pode te ajudar.- ele disse saindo e eu arregalei os olhos. - pq eu?- eu disse e ele me olhou e soltou aquele sorriso i****a que infelizmente eu gostava. -qual foi? Não custa me ajudar a passar em uma prova Helô. - ele disse - custa meus momentos de paz... - não quer reservar um lugarzinho no céu? Me ajuda vai. - o teu prazer é me enfernizar, só pode.- eu disse me virando pra frente e Arthur o olhou e riu. - tomou. - Rafael bufou...
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