ONDE TUDO COMEÇOU

1015 Words
MAXIM Eu conheci a Isabella a quase três anos atrás, no aniversário de vinte anos da Serena. Eu estava bem maI naquele dia. Coincidentemente também seria o aniversário do meu irmão. E a data sempre me deixava sentindo muita raiva e tristeza ao mesmo tempo. Sem falar que eu tinha fracassado em uma missão. Na época eu era chefe da agência secreta e da agência de justiceiros. E a equipe estava desfalcada, visto que os meus dois melhores agentes, o Marco e a Serena, estavam comemorando o aniversário da Serena. *** Nós tínhamos que ter invadido o esconderijo de uma quadrilha de crimes cibernéticos que vinha estorquindo e ameaçando multinacionais em vários países da Europa. Eu havia conseguido através do Angelo a localização de onde os criminosos atuavam sem que ele soubesse que eu era chefe da agencia secreta. Na época, para o Angelo e para todos os outros, eu era apenas o chefe da agência de justiceiros. Pois bem, no fim, ao chegar no esconderijo, o local não só estava vazio, como não tinha nem sinal de qualquer prova contra os desgraçados. *** Naquele dia eu só queria me afogar em uma garrafa de whisky, de preferência escocês, mas por toda a consideração que eu sempre tive pela Serena, acabei decidindo ir até a balada onde a comemoração do seu aniversário estava acontecendo. Eu lembro de ter chegado depois que todos já estavam lá com uma faca tática de combate e de antiguidade para presentear a Serena. Pelo canto do olho eu pude vislumbrar uma linda loira com rosto de menina que estava ao lado dela, era a Isabella. Eu cumprimentei o Angelo, a Aurora sua esposa, o Don Enrico que ainda não era Don na época, a Fiorella esposa dele, que também ainda não era esposa e o Marco. Ao ser apresentado a Isabella, eu fiquei inebriado com o seu perfume que misturava âmbar, jasmim e um leve frescor de laranja. Dizem que o cheiro de um perfume misturado ao cheiro de cada pele se torna único. E eu posso dizer que aquele foi o cheiro mais incrível que eu já senti na minha vida. Eu cheguei a inalar mais profundamente para nunca mais esquecer aquele aroma, mas aquele momento que para mim estava sendo tão prazeroso foi interrompido pelo babaca do namorado dela. O cara chamou ela de put@ e aquilo já fez o meu sangue ferver, mas quando ele a pegou pelo braço tentando forçar ela a ir embora com ele contra a vontade dela, aquilo fez com que eu sentisse uma vontade incontrolável de quebrar o pescoço do patif&. Sem falar que ele estava visivelmente embriagado e eu tinha visto o idiot@ aos beijos com uma garota na pista. Eu tentei. Eu juro que eu tentei pedir com calma que ele soltasse o braço da moça, mas o imbeciI estava tentando fazer com que eu mandasse para o espaço o último resquício de paciência que restava em mim. Infelizmente ou felizmente, já que eu estava precisando extravasar, o idiot@ não só não soltou o pulso da garota, como insistiu que ela iria embora com ele e apertou ainda mais o punho dela, fazendo com que uma expressão de dor se formasse no seu rosto. Eu apertei com muita força o pulso do patif£, fazendo com que ele a soltasse. Quando ela se afastou e se aproximou da Serena, eu quebrei o seu pulso, o fazendo gritar de dor. Ele me xingou e ameaçou, mas eu não estava nem aí. Eu dei um único soco, fazendo o bastardo de merda cair duro no chão. Depois chutei as suas costelas e o enxotei da área Vip onde estávamos, o jogando escada abaixo. A minha única preocupação naquele momento era não assustar a garota, mas eu falhei miseravelmente. Quando eu voltei para a sala Vip e fui até ela para perguntar como estava, as suas mãos tremiam. *** As confusões daquela noite não acabaram quando eu enxotei o patif£. O covarde não deu mais as caras, até porque estava com costelas e punho quebrados, mas mandou doze capangas para nos encurralar no estacionamento. Nós estávamos na desvantagem, eram doze contra cinco, já que a Serena não abriu mão de cair na porrada com os desgraçados. Segundos depois, para nossa surpresa e desespero do Angelo, a Aurora também entrou na briga. Ela já treinava artes marciais e defesa pessoal há algum tempo com ele. E ao colocar em prática as aulas, mostrou que era uma boa aluna. O Don Enrico acabou levando uma facada no braço e a Fiorella prevendo que ele estava prestes a ser atingido novamente, pegou a faca que eu havia dado de presente para a Serena e acertou na clavícula do maldito capanga que estava em confronto com o Enrico. Até a Isabella, que não tinha experiência nenhuma em lutas, entrou no meio da briga para defender a Serena após ela ter levado um chute no estômago. Ao tentar dar o mata leão no desgraçado, a Isabella acabou sendo jogada para longe e aquilo fez o meu sangue ferver. Tomado pela raiva, com um único soco certeiro eu fiz o filho da put@ apagar. O tornozelo da Isabella ficou bem inchada por conta de uma luxação e eu, a Serena e o Marco a levamos para o hospital. [...] No hospital, eu fui fumar um cigarro no jardim, coisa que eu só faço quando a adrenalina está a mil. Eu não via a hora de ir atrás do covarde que só sabe ser valente com mulher e dar uma boa lição nele. As consequências do que aconteceu poderiam ter sido muito mais graves. *** Após apagar o cigarro, eu voltei para o corredor de onde o enfermeiro trazia a Isabella em uma cadeira de rodas. Ela e o enfermeiro conversaram e eu vi o exato momento em que ele acariciou o braço dela em um gesto de carinho. Eu não conseguia entender muito bem o que estava acontecendo comigo, mas a minha vontade era fazer com o punho dele a mesma coisa que eu tinha feito com o do covarde.
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