DIAS ATUAIS...
Sicília- Itália.
MAXIM
— Clemência, eu imploro, consigliere — quem clamava parecendo aterrorizado era Pietro Ferrari, soldado da máfia siciliana.
Seus braços estavam presos por correntes. Eu já tinha garantido para ele algumas costelas quebradas, o rosto estava tomado de sangue, os olhos inchados, a boca estava cortada, o nariz quebrado e várias escoriações por todo o corpo.
— Você implora? Logo você, bastardo de merda, que incendiou a casa do Luca deixando ele e a esposa com mais de setenta por cento do corpo queimados, e o seu filho de apenas cinco anos só não teve queimaduras mais graves porque teve o seu corpo protegido pelo corpo do pai. Você fez tudo isso sem clemência, apenas para poder atingir os seus objetivos gananciosos — indaguei.
O motivo pelo qual ele incendiou a residência do soldado da organização, foi por ter sido delatado.
O Luca tentou aconselha-lo a não cometer tal ato, e além de não dar ouvidos ao colega, o desgraçado ainda tentou matar ele e a sua família.
Pietro era um traidor, era o cabeça de um grupo de soldados que se juntaram para nos roubar enquanto Federico Lombardi o nosso antigo Don estava em coma, aproveitando do fato de que eu e o Don Enrico, filho do Federico, ainda estávamos interinamente nas nossas posições.
Com os outros filhos da put@ eu já havia tido o meu acerto de contas, só faltava esse miserável para conseguir extinguir as laranjas podres da família Lombardi.
Pelo menos por enquanto, já que sabemos que nesse mundo muitas vezes a "lealdade" é só teoria. Onde tem muito dinheiro e poder envolvido, até alguns que até então se diziam "incorruptíveis" se tornam corruptos.
— Se vai me matar, mata logo, desgraçado — o patif£ falou tirando a máscara de uma vez por todas. — Incendiei mesma a casa daquele desgraçado, ele é um delator de merda, e por mim aquela família maldita teria morrido.
— Deixa eu te dar uma ótima notícia antes de acabar com você: o Luca, a esposa e o filho estão fora de perigo, já você... Em breve eu estarei escutando os seus gritos de agonia — meu sorriso era maquiavélico, os meus demônios salivavam dentro de mim ansiando pelos gritos de desespero do maldito.
— POR QUE NÃO DÁ UM TIRO LOGO NO MEIO DA MINHA TESTA? — ele esbravejou. — EU ROUBEI MESMO, DUZENTOS MIL EUROS DESSE CARREGAMENTO FORAM PARA O MEU BOLSO. AQUELE DON DE MERDA É UM HERDEIRO RIQUINHO QUE TEVE NAS MÃOS DE BANDEJA O IMPÉRIO DO PAI.
— Já que você passou a mão no que não te pertencia, que tal a gente começar por esse m£mbro? — perguntei alisando a lâmina do machado, vendo os seus olhos dobrarem de tamanho a medida que eu me aproximava.
Eu dei uma machadada precisa e vislumbrei com um sorriso de satisfação a mão do patif£ cair no chão e o seu braço deslizar pelos punhos da corrente.
— AH... — os gritos de agonia ecoavam por aquele galpão.
Eu fiz o mesmo com a outra mão e o desgraçado desmaiou.
— Coloca os torniquetes — ordenei. — Eu ainda quero me divertir por um tempo com o maldito.
O desgraçado estava caído no chão, apenas os seus calcanhares ainda estavam presos pelas correntes.
Eu mandei que jogassem um balde de água no patif£, fazendo com que ele se acordasse sufocado.
Além do prazer de torturar o maldito, aquilo servia como uma espécie de espetáculo para dar exemplo para os demais.
Eu estava escolhendo o próximo brinquedo que iria usar no maldito, quando o meu celular vibrou no meu bolso.
— Fala, Serena — atendi depois de vê na tela do celular o nome da irmã do Don.
— Maxim, eu preciso da sua ajuda.
— O que deseja?
— A Isa — eu podia sentir a aflição em sua voz, — ela foi sequestrada.
Quando ela falou aquele nome, o meu coração errou algumas batidas.
— Onde você está? — perguntei olhando para o bastardo que se contorcia de dor no chão.
— Na cabana do Angelo.
A cabana que ela se referia era onde morava o irmão gêmeo do Don, que era o sottocapo da família na organização, chefe de uma agência de justiceiros e hacker do parlamento.
— Vou avisar ao Don e estou indo ao encontro de vocês.
— Nos encontre na agência, é mais perto da pista de pouso. Nós temos que correr contra o tempo.
Ela não estava falando da agência de justiceiros do irmão, mas sim da agência secreta que o Marco marido dela lidera junto com ela.
— Combinado — falei encerrando a ligação.
— MERDA — esbravejei irado. — Você tem muita sorte, patif£, vai fazer companhia ao diab0 antes do que eu prévia — falei descarregando a munição da minha arma no infeliz.
[...]
Em trinta minutos, depois de relatar tudo ao Don, eu já estava no avião com destino a Roma.
Usei o avião particular da familia Lombardi para uso dos trabalhos da organização, por sugestão do Don.
[...]
Pouco mais de uma hora depois, eu chegava na sala de reuniões da agência.
— O que temos sobre o sequestro? — perguntei tentando fazer transparecer uma tranquilidade que eu não estava sentindo.