HAYLEY
“Com certeza o meu pai virá para inauguração, afinal, ele é um dos sócios.”
As palavras ditas anteriormente por Jonathan atormentam-me sem parar. Eu prometi que ia parar de pensar nele, pois a sua rejeição não foi nada fácil de lidar. Mas tem um outro lado meu, totalmente obscuro que deseja vê-lo. Deseja mostrá-lo o que ele perdeu. Eu não sou mais a menininha boba e virgem a quem ele rejeitou. Eu sou Hayley Bennett, e o que eu quero sempre consigo.
Mordo a tampa da minha caneta divagando enquanto sinto mãos a agarrarem a minha cintura por trás. Tirando o fato que o meu pai está na boate, só uma pessoa teria peito para me tocar de maneira tão íntima.
— Tenho uma boa notícia para te dar.
— Samuel diz após deixar um beijo na minha bochecha.
Olho para ele com um sorriso.
— Consegui uma stripper para a inauguração. Ela é a melhor… entrei em contato com um amigo meu dono de uma boate e ele a indicou.
— Maravilha! Eu sabia que não ia me decepcionar.
O agarro, distribuindo beijos pela sua face.
Enquanto repasso alguns detalhes da festa de inauguração com Samuel, ouço vozes vindo em nossa direção.
Ergo o olhar e quase tenho um treco quando vejo Jonathan e seu pai caminhando lado a lado. Deus, realmente não estava esperando por esse reencontro tão repentino. Achei que o veria no dia da festa. Não estou tão tranquila como achei que ficaria.
— Ei, só respira. Você ficou muito tensa.
Ouço a voz tranquilizadora do meu irmão.
Olho para ele e pisco lentamente, agradecida por ele me apoiar sempre e não me julgar.
Recebo uma piscadela de Jonathan como de costume assim que ele para ao meu lado. Ele beija a minha bochecha e sussurra na minha orelha.
— Está linda! Mas isso você já sabe.
Sorrio.
De canto de olho percebo que Ítalo nos observa com curiosidade.
— Ei, Ítalo, achei que só o veria na inauguração da boate — Samuel murmura iniciando uma breve conversa.
Ítalo o cumprimenta com um aperto de mão.
— Eu quis adiantar alguns contratos pendentes, então achei melhor vir antes da inauguração.
Seus olhos azuis deslizam para mim e ele solta um meio sorriso.
— Bom te ver, Hayley.
— Igualmente, Ítalo.
— Respondo com um sorriso forçado.
Sorrir genuinamente para ele depois de tudo é uma merda. Suas últimas palavras ainda martelam minha mente, por mais que eu me esforce para esquecê-las.
— Travis me contou que você está organizando a inauguração da boate. Fico muito feliz. Sei que você é inteligente e fará o seu melhor.
Concordo, sentindo meu peito apertar com suas palavras. Droga! Porque é tão difícil controlar minhas emoções quando estou perto dele? A cada olhar intenso seu, sinto como se ele pudesse ver através de mim.
— Hayley sempre é boa no que faz, pai. Ela é uma Bennett, certo?
Ítalo olha para Jonathan com uma sobrancelha erguida. Jonathan me olha com um sorriso malicioso e não é muito sutil com suas palavras, então com certeza ele já sacou que está rolando algo entre nós.
Mas, e daí? Não é como se ele se importasse. Ítalo deixou claro quando falou que não vai acontecer nada entre nós. Nunca!
— Bom, foi bom revê-los. Eu vou indo, preciso conversar com o pai de vocês.
Se despede e gira em seus calcanhares seguindo para o escritório do papai.
Suspiro e volto a atenção para as minhas tarefas do dia. Mesmo aturdida, checo a lista de convidados.
— Tem planos para mais tarde?
Jonathan fala atrás de mim, assim que Samuel se afasta.
Ele desliza o seu indicador pelo meu braço sorrindo sedutoramente.
— Talvez!
— Talvez?
Ele retira o tablet que uso das minhas mãos com a sobrancelha arqueada.
— Quero te ver hoje, gata. Pode dormir comigo, garanto que não vai se arrepender.
Reviro os olhos, recuperando meu tablet.
— Hum… não estamos namorando. Isso é programa de casal.
Torço o nariz e ele ergue o meu queixo.
— Calma! Não precisa surtar. Eu sei o que temos, e não tenho intenção de mudar nada, ok?
Quando não respondo ele insiste.
— Cara, não vamos assistir a um filme ou contar como foi nosso dia. Só vamos… t*****r.
Você sabe que romance não é o meu forte.
— Diz e sinto sinceridade em sua voz, mas tem o seu pai. Jonathan ainda mora com o pai, seria no mínimo, estranho.
— Certo… e o seu pai? O apartamento de vocês não é muito grande. Ele poderia facilmente nos ouvir.
Um pensamento vingativo passa pela minha mente e algo doentio vibra em mim. E daí se ele escutar o seu querido filho fodendo-me com tudo de si?
Jonathan lambe os lábios e se inclina sussurrando no meu ouvido.
— Relaxa, ele nunca dorme em casa.
Fecho os punhos quando ouço essa informação. Balanço a cabeça tentando dissipar o sentimento que borbulha dentro de mim.
Ciúmes! Eu não devia, mas é o que eu estou sentindo nesse exato momento.
— E então? Posso esperar por você?
— Indaga e assinto, concordando.
Nada melhor que um bom s&xo para esquecer todos os meus problemas. Mesmo que um dos meus problemas seja o pai do meu amigo de fod@.
Com um sorriso malicioso, Jonathan se despede. Sigo o restante do meu dia organizando os últimos detalhes, pois a festa de inauguração será amanhã. Quando chega o meu horário, piloto minha Harley e sigo para casa. Minha mãe preparava o jantar e apenas dei boa noite e subi para tomar um banho. Dou graças a Deus que meu pai não está em casa e aviso minha mãe que irei dormir na casa de uma amiga. Ela não esconde sua preocupação e sei o que ela deve está pensando.
— Mãe, não se preocupe. Eu não estou indo para nenhuma festa. Será apenas uma noite de bate papo com uma amiga do tempo do ensino médio que eu não via há dois anos. Ela foi embora para o Japão e retornou a pouco, me ligou e marcamos de nos encontrar, nada demais.
Dona Alisson suspira e beija a minha bochecha.
— Se cuida, monstrinha! E por favor, não esquece de me ligar assim que chegar na casa da sua amiga.
— Ok! Prometo! — Pego o meu capacete no aparador da sala quando escuto o seu praguejo.
— Maldição! Hayley, não acredito que você vai sair nessa coisa. Maldita hora que seu pai resolveu te dar isso.
— Mamãe…
— Vá com o meu carro, eu não me importo.
Nego e me viro para jogar um beijo no ar.
— Está tudo bem, mãe! Eu sei me cuidar, tá? Nada vai acontecer.
Minha mãe pragueja se dando por vencida.
Ela não se conforma que meu pai tenha me presenteado com uma moto. Ela não entende como pilotando minha Harley, sinto-me viva, livre e totalmente feliz. Eu nasci para fazer isso. Ela costuma dizer que eu a deixo de cabelos brancos, não discordo já que o meu irmão é tão calmo e centrado. Chega ser irritante como Samuel é perfeito.
Pego a avenida principal e em poucos minutos chego ao apartamento de Jonathan. Viu? É por isso que eu adoro minha moto. Rápida e prática, assim como eu.
Toco a campainha e sou recebida por um peitoral desenhado e rígido e um sorriso travesso.
— Entre, estava ansioso, esperando por você, princesa. Passo por ele que me agarra por trás e planta um beijo na minha nunca, respirando pesadamente.
— Pedi comida chinesa para nós. A sua preferida.
Me afasto e caminho até o sofá, desabando contra ele.
Jonathan continua de pé, me olhando como um predador voraz que eu sei que ele é. Resolvo lhe dar um real motivo para deixá-lo ainda mais faminto.
Abro minhas pernas lentamente e sorrio mordendo o lábio inferior.
Ele suga uma respiração profunda.
— Hayley…
— Apreciando a visão, gato?