Capítulo 2: Só pode ser um engano isso. POV. Clara

1399 Words
Ainda não conseguia entender o que aquela frase dizia, mas a palavra “aposta”, ficava ali, martelando insistentemente na minha mente. Será que era verdade? Como Pedro foi capaz disso? Só havia uma única certeza de que faria e era procurar saber a verdade e contar mesmo que se for verdade e Pedro não mereça, que eu estou grávida. Lágrimas pareciam cachoeiras rolando pelo meu rosto. O coração estava tão despedaçado, que m*l podia acreditar no que meus ouvidos acabaram de escutar. A sensação de que somente eu, fui quem vivi numa mentira e me recrimino por ter caído nesse golpe. - Como assim Debby, que aquele retardado fez uma aposta e a nossa amiga quem era o motivo? – Olhei para Claire que estava tão estupefata quanto eu, mas uma luz pairou em minha mente. Quem sabe não seja um engano tudo isso? O coração se aqueceu. A esperança estava ali, batendo na porta. enxuguei minhas lágrimas e encarei minha amiga que me olhou parecendo estar com pena e isso era o fim. Sempre odiei que me olhassem compadecidos com minha dor ou o que estava passando, sem saber o quanto me machucava ainda mais aquela cara de cachorro chutado da mudança, só para ficar pior do que já está meu coração, e isso acontecia desde que sofria na escola com os tais populares e até mesmo crianças que não queriam brincar comigo por ser a quatro olhos ou a esquisita dos livros. Só que ergui minha cabeça, a encarei esperançosa e consenti de cabeça para que minha amiga abra logo a boca. - Amiga, eu sinto muito. Mas ouvi daquela insuportável da Olívia que o traste pegava e depois de terminarem voltou a pegar entre as piranhas que fica se esfregando dia sim, dia sim, praticamente gritando aos quatro ventos no bar em que eu estava perto da faculdade, aquele que tem o gatinho do barman que já dei uns pegas e que íamos ter até um replay... - Por favor né Debby, nos poupe dos seus envolvimentos amorosos e vai logo para o que mais importa que é o assunto da nossa amiga. – Claire a interrompe irritada. Com o sorriso que estava nos lábios de Debby ao lembrar-se de Mateo, o gatinho do qual ela se refere, vi minha amiga encarar nossa amiga enfezada, já que tinha tudo para um repeteco com aquele homem que ela não se cansa de falar que é lindo de cabelos longos com um penteado samurai e cavanhaque que a deixa louca quando toca a sua pele e aqueles músculos a envolvendo, agora pareciam duelar com suas raivas e frustrações. - O que é isso Claire! Ficou doida por acaso?! Deixei de ficar com o meu gatinho para vir aqui contar e coincidiu de ser no mesmo lugar que ele trabalha e agora, está aí mordidinha só porque estou sendo detalhista. Me poupe! – Debby cruzou os braços e se virou para o lado com a cabeça erguida e aquele nariz dela empinado. Se não estivesse tão ansiosa para saber o que de fato aquela cobra que eu sei que é louca pelo meu Pedro, poderia rir, porque essas duas quando resolvem se alfinetar ou discutir é até engraçado. E antes que estoure uma bomba nuclear nesse quarto, resolvo intervir. Porque claro, já vi o quanto Claire está parecendo aquele bonequinho do filme de animação “raiva”, chega a estar vermelha como ele, encarando Debby. - Meninas, vamos nos acalmar. E Debby, fala logo o que você ouviu e quem estava com essa cobra no bar. – As olho em represália fungando. E pelo visto, parece funcionar. Debby se vira lentamente parecendo que suas armas foram ao chão. Já Claire, dá um leve aperto no meu ombro e ambas, sorriem fraco. Um suspiro profundo, soltaram. - Então, como eu ia dizendo antes de ser interrompida... – Debby faz a sua careta de sempre olhando para Claire e vira seu rosto me encarando com o semblante mais suave e continua. – Enfim, ela estava com aquele amigo do traste, o tal do Liam e os dois riam e contavam para quem quisesse escutar que os três apostaram que aquele lá levaria você para a cama. A CDF que ele nunca comeu, como disse aquela naja loira. Por mais que sejam duas pessoas próximas ao Pedro, não foi necessariamente ele quem falou. Mas, havia algo a mais que iria conversar com ele. Tem uma pessoinha que precisa ser anunciado. Meus pensamentos devaneiam que nem escuto que me chamam, até sentir um chacoalho de Debby. - Clara! Amiga, você está bem? - Hum?! Estou bem sim. Meninas, eu preciso ir. – Vou ao banheiro jogar uma água no rosto e sim, preciso esclarecer essa história e contar para o Pedro que ele será pai. - Ir?! Como assim ir Claire. O que Clara quer dizer com isso? Não escuto nada do que Claire a responde e tenho a certeza de que deu de ombros. Assim que saio do banheiro, encontro as duas me olhando em interrogativa e seguro em um ombro de cada e sorrio. - Eu preciso sair e independente do que você ouviu Debby, preciso falar com o Pedro. Um arregalar de olhos, Debby me lançou, já Claire, mesmo com um sorriso triste, sabia o porquê, eu precisava conversar com o Pedro. Assim que passei por elas, uma voz ressoou logo atrás. - Amiga, nós vamos com você. Eu mesmo, não irei deixar você falar com aquele i****a! – Debby parecia desesperada, mas entendia bem a sua preocupação. Sempre fomos muito unidas desde que nos conhecemos, que são as irmãs que tenho aqui comigo constantemente. - Não precisa Debby. Eu tenho e vou conversar com ele à sós. Está tudo bem minha amiga. - Clara, eu concordo com a Debby. Você não pode ir sozinha ainda mais na sua atual condição. – Claire me olha compreensiva. Nos encarando, Debby indaga. - O que eu perdi! A quê condição Claire se refere? – Seu nariz empinado e sobrancelha arqueada me encara. Meneio a cabeça sorrindo. Sim, não posso esconder isso da minha amiga. - Eu estou grávida Debby. – Sorrio e assim que conto a novidade, a cara que Debby faz é impagável. Seu queixo vai ao chão da forma que fica chocada. Até mesmo Claire, pega seu celular e tira uma foto despertando nossa amiga daquele estado estático. - Grávida amiga?! – Seus olhos marejam. Me emociono e em meio ao inundar de lágrimas em meus olhos e sorriso, aceno consentindo. Abrindo os braços, Debby me chama para um abraço. Sabia que minha amiga não me julgaria e sim me acolheria. Não pensei duas vezes e corri até aqueles braços, sentindo o abraço forte da minha amiga me envolver. No mesmo momento, outros braços nos envolveram. Senti-me tão acolhida que só faltava minha mãe e Chloe naquele momento. Um nó se formou em meu peito quando pensei nelas e não sei porque dessa sensação estranha em meu coração. Desfazendo do abraço, sinto minha amiga parecendo ponderar as palavras e dispara. - Vamos com você Clara. E concordo com Claire, não acho prudente você ir falar com aquele... – A encaro com o cenho fechado e Debby ergue as mãos em rendição. – O pai do nosso pinguinho. Mesmo que ele não preste, tem o direito de saber. Mas... - Não tem mais Debby. – A interrompo chateada. – Isso é algo que preciso fazer sozinha e não se preocupem, eu vou ficar bem. – Sorrio as tranquilizando, mesmo não tendo muita certeza de que a conversa será como espero. Se dando por vencidas, apenas assentiram me fazendo inúmeras recomendações de que ligaria para elas e se caso, algo desse errado, não ficaria por lá e sairia de cabeça erguida. Mesmo com a certeza de que tudo dará certo e assim espero, prometo as minhas amigas, senão, elas não me deixariam sair dali. Com meu casaco de couro, botas e calça de lã, minha bolsa nos ombros, saí após me despedir das minhas amigas. Ao girar a maçaneta, senti algo estranho. Era como se fosse a última vez que as veria e sorri com lágrimas nos olhos. Pareciam que elas sentiam o mesmo. Seus olhos e sorrisos tristes estavam da mesma forma. Suspirei e saí e estava rumo a felicidade, pelo menos é o que eu esperava... Continua...
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