Capítulo 21: Descobrindo a verdade POV Claire.

1585 Words
Desde que conheci Debby, minha vida nunca mais foi cinza. Sempre foi uma mulher meio maluquinha, quer dizer, meio não. Uma maluca completa. Claro que com o passar do tempo, tínhamos alguns estranhamentos. Estranhamentos esses, que muitas vezes a nossa caçulinha que chegou para dividir o quarto no dormitório da ala feminina na Universidade, era quem equilibrava as nossas discussões. Clara era a menina mulher cheia de luz. Por mais que tenha sofrido tanto no passado com os bullying de vários idiotas desde criança, não perdia sua alegria, mas eu sabia bem que aquilo tudo era uma máscara. Ela escondia bem suas dores e aquela camuflagem, era o tempo de algo acontecer para estourar e transbordar toda a dor que possuía em seu coração. E esse estouro se deu com aquele traste do Pedro Armstrong. Um playboyzinho metido que me lembrava muito um dos meus ex o Rafael. Alguém que sempre acha que por ter prestígio, ser bonito, pode fazer tudo e o principal, por ter dinheiro, acredita que compra o que quiser e isso inclui competir com seus amigos para levar minha amiga para a cama e depois a descartar como se fosse um lixo. Claro que com a sua partida que ainda tenho esperanças de que ela esteja viva, sinto aquela tristeza imensa e uma saudade sem tamanho. Já conhecia a Chloe, nos conhecemos quando a loira que é mais velha que minha amiga e iguaizinhas na aparência, vinha sempre nas férias e acabávamos saindo todas juntas, mas se acontecesse o mesmo que aconteceu com a sua gêmea, tenho a certeza que a Clara não faria o mesmo que ela. Ela tinha muito amor em seu coração, muita luz. Não que Chloe não tenha tais sentimentos, mas se a loira tivesse nascido homem, com certeza seria o tipo masculino perfeito, que age mais pela razão do que emoção. Por mais que eu esteja a ajudando nessa vingança que acho mais parecida com uma justiça, eu sinto que seria uma perda de tempo. Ao invés dela deixar tudo fluir e seguir o seu curso, vivendo e acima de tudo, sendo a famosa Madame C que é, Chloe não quer nem saber de deixar isso tudo de lado. Quando conheci Dominique, acreditando fielmente antes que a vingança poderia resolver e assim me sentiria vingada por todos do meu passado sobre esses planos da minha amiga, ao nos olharmos e sentir aquela avalanche no meu coração, percebi que tem coisas mais importantes do que só se basear no lado negativo e na raiva e minhas convicções, foram por água abaixo. E hoje, ao acordar ao lado daquele belo homem que me fez de gato e sapato na noite anterior, foi a confirmação do que agora quero mais do que tudo, viver o amor e dissipar toda a mágoa, rancor e raiva acumulados com o tempo por pessoas que sinceramente não valeram a pena. Mas claro, que não deixarei de ajudar minha amiga em nome da nossa doce Clara e do pinguinho que esperava e algo me diz que teríamos um sobrinho. O que parecia ser mais um dia como outro, só que mais colorido e achei até estranho não ter o meu quarto invadido por uma certa maluca que sempre adorou me deixar constrangida, e esse era um dos motivos de muitas das nossas discussões, nos arrumamos e descemos rindo, já que não tive esse desprazer assim que acordei. Ao sentar na mesa, percebi duas pessoas junto com Chloe conversando parecendo sussurrar. Me pareceu ser algo proibido, mas não dei importância. Não até ver quem era o homem sentado à minha frente e que para Dom, não pareciam estranhos. Era o mesmo homem que estava nas buscas para encontrar minha amiga três anos atrás, mas que não tivemos bons resultados. A moça que estava ao seu lado, parecia ser uma boa pessoa. Uma linda mulher por sinal, mas não me causou ciúmes, pois, percebi que a mesma não ligou muito para Dominique. Só o cumprimentou educadamente como a todos que o fizeram na mesa. Mas, o que me atraiu mais, foi o som que emitia da pequena babá eletrônica e meus instintos jornalísticos, me diz que é uma criança muito especial, já que Chloe se deu ao trabalho de preparar um quarto e se fosse para um estranho, acho que não pedido a tantos detalhes na decoração. Por um clarear das ideias, tive a sensação de que poderia ser o filho da minha amiga, mais como? Deveria estar louca e ao buscar no meu crush já que não rotulamos o que estamos começando a viver, parecia que para Dominique, era tudo normal e ele sabia o que tudo aquilo significava, e pelo visto, eu era a última a saber. Mas, será? Com a bela mulher que ouvi bem o bombeiro de nome Steven chamar de Ellen Consuelo, entrou no quarto afoita e pegando o belo menino de cabelos castanhos e aqueles olhos. Os olhos que não são estranhos e tão lindos num verde parecendo esmeraldas. Estava boquiaberta com Dominique ao meu lado e assim que o menino olhou para Chloe no colo da babá, ali eu tive a certeza do que pareciam nuvens de fumaça na minha mente. - Mamãe! Aproximando-se do pequeno, Chloe o pegou no colo e o mesmo deitou sua cabecinha coçando os olhinhos sonolento. - Shiii meu pequeno. Não é a mamãe meu amor, mas a titia Chloe, pequeno Lucca. - Lucca? – Murmuro como se para mim mesmo, mas era como uma pergunta aleatória para Chloe que me olhou e sorriu consentindo de cabeça. - Vamos minha raposinha para a mesa do café. – Dominique diz me puxando pela mão para que voltássemos para a mesa do café. Me desvencilho do seu toque e o encaro com uma cara feia o fazendo abaixar a cabeça. Aquilo para mim, foi mais ainda a constatação de que estão me escondendo algo e eu ei de descobrir. Voltando meu olhar para Chloe, percebi a imensa semelhança que aquele garotinho em seu colo tem com ela, mas vejo também alguns traços de Pedro, mas seria muita pretensão pensar ser o meu sobrinho, filho da minha amiga Clara que não morreu como muitos pensam e até falam? Claro que não. Olhos marejados, sorrisos em meio as lágrimas que teimavam em cair estavam ali presentes. Não podia acreditar que sabiam o tempo todo e agora eu estava ali, frente ao milagre da vida e de que tudo o que pedimos a Deus, demora, mas temos a resposta, mais convicta e certa do que Ele pode nos dar no seu tempo e não no nosso. Estou tão congelada no lugar, o medo absurdo de que tudo seja um sonho, que não ouso me mexer para não acordar o que quer seja isso que estou vivendo. Chloe com aquele pequeno anjo tão lindo em seus braços caminham na minha direção. A garganta presa em um nó, o deglutir doloroso por tamanho bolo que estava preso, precisava ser solto. Mas, cadê as palavras que não vinham. Fechei meus olhos com as lágrimas ainda descendo por meu rosto até que ouvi sua voz reverberar tão dorida quanto seria a minha se conseguisse falar algo. - Eu te apresento Lucca, Claire. Ele é filho da Clara e do Steven. O bombeiro que conhecemos no passado, é o pai de coração desse pequeno. Aquelas palavras ressoavam como um antidoto que esperei tanto para ouvir. Tinha tanta culpa em meu coração por Clara ter cometido aquela loucura, acreditava que podia ter evitado que ela fizesse aquilo se eu tivesse insistido mais para acompanha-la naquela noite, ou quem sabe ter a seguido de longe para ajuda-la a evitar tal tragédia. Tudo parece tão surreal, que ao abrir meus olhos, percebo que não é um sonho. Estico minha mão para tocá-lo e o menininho lindo com seus bracinhos agarrados no pescoço da sua tia, me olha e sorri. O sorriso mais lindo e genuíno que poderia receber naquele momento, me fez esquecer toda a raiva que começava a se instalar em meu coração por ter vivido esse tempo todo no escuro. Mas, depois resolveria tudo isso. Sentindo o seu corpinho com meus dedos, é uma felicidade sem tamanho que sorrio involuntariamente. Pigarreio e encaro Chloe que não está diferente de mim. - Se ele é o filho da Clara, onde ela está? – É o que consigo perguntar naquele momento e a sinto suspirar pesado. - Ela está no quarto ao lado, mas está dormindo agora. Consul... - Sim Clara. – Ellen Consuelo se aproxima e Chloe se vira dando o pequeno para a mesma de volta. Virando-se para mim, já que Dominique e Steven não estavam mais ali que nem vi a hora que saíram daquele quarto, enxugando seu rosto, me olha e sinaliza. - Claire, eu sei que quer me bater por ter escondido algo tão sério para você, mas preciso te contar tudo e... quero que me ouça primeiro e depois pode fazer o que quiser. Apenas assinto sem falar nada. - Vamos ao escritório. Lá te esclareço tudo com Dominique e Steven. - Tudo bem. E assim, seguimos para o escritório, mas antes... olhei novamente na direção daquele anjinho que ao me fitar sorriu e balançou sua mãozinha gordinha me dando tchau. Sorri de volta e acenei saindo em seguida. Continua... Será que Claire irá perdoar fácil o Dominique? E o maia importante, será que ela perdoará as amigas que sabiam o tempo todo que Clara e o pequeno Lucca estavam vivos?
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