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1064 Words
Heloísa Correia Marcos disse que hoje iria me levar pra conhecer o morro que ele nasceu, o morro do Encanto. O que irei falar agora pode chocar muitas pessoas mas não é porque eu sou do Rio de Janeiro e sou pobre que eu moro em favela, eu moro num bairro pobre mas não é e nem é próximo de uma favela, na verdade eu nunca nem se quer subi um morro. Essa é a primeira vez que eu vou, só conheço as favelas pelas reportagens e pelas fanfics que eu leio, sempre tive curiosidade de conhecer mas o medo de eu levar uma bala no cU é maior. Opto por usar um short jeans, um tênis preto com branco e uma blusa do meu time do coração, Corinthians. Pra ser sincera eu não entendo nada de futebol e nem assisto mas se for pra escolher um time eu prefiro o Corinthians desde criança sempre gostei dele. Minha mãe saiu para ir pra casa de uma amiga dela e eu vou sair com o Marcos, iremos para um churrasco na casa do primo dele, ele ficou de vir me buscar em casa. Depois de pronta tiro uma foto no espelho simples do meu quarto e mando pra ele que não demora muito em visualizar. Ele é fluminense de coração, sei porque sempre via as postagens dele então já imagino ele implicando com o meu time, vejo que ele está digitando e já começo a rir imaginando a mensagem mas assim que ela chega meu sorriso some e eu fico um pouco desconfortável. " Quer se amostrar pra algum macho com esse short ? Coloca uma calça ou então não vai. " Não entendo sua mensagem, meu short não é curto está num tamanho normal, fico pensando que talvez eu não deveria ir mesmo mas depois lembro que estamos indo para uma zona de perigo, sei lá, talvez ele tenha medo que eu seja assediada ou alguma coisa do tipo então opto por colocar uma calça jeans azul claro mesmo. Escuto a buzina do carro e saio de casa fechando a porta, não entendo muito de carro mas tenho certeza que o que está na minha frente é caríssimo. Vejo algumas pessoas na frente de casa olhando para ver quem era mas seus vidros são escuros então não dá pra ver quem está no interior do carro. Abro a porta e entro. Heloísa - Bom dia. - Digo lhe dando um beijo na buchecha, o mesmo me puxa e sua boca toma a minha num beijo necessitado. Marcos - Agora sim bom dia mandada. - Diz sorrindo dando uma leve mordida nos meus lábios e dando partida no carro. Ele parece atento ao trânsito enquanto no carro toca a música " chefe do crime perfeito - Filipe Ret " seus dedos batem no volante ao ritmo da música. Observo seus braços cheios de veias e seu rosto másculo, ele é lindo demais nem sei o que ele quer com alguém como eu. Marcos - Eu sei que sou um gostoso. - Fico paralisada quando percebo que fui pega no flagra, olho para ele sem graça e ele tem um sorriso safado no rosto. Heloísa - Desculpa. - Digo. Marcos - Não sei não, sabe o que seria bom para você se redimir. - Heloísa - O que ? - Pergunto entrando na brincadeira. Marcos - Depois eu te digo, se eu falar agora você vai se assustar. - Fiquei pensando no que ele falou mas não puxei mais assunto, o resto do caminho fomos num silêncio agradável. Chegamos no pé do morro e vejo uma barricada e uns caras armados, meu cU tá tão travado que não passa nem sinal de Wi-fi. Vejo os caras se aproximando do carro e agarro os braços do Marcos. Heloísa - Marcos... - Digo com medo o olhando. L4L - Relaxa mandada, esqueceu que seu namorado é cria de favela ? - Ele começa a falar com os caras que parecem conhecer ele e logo nossa entrada é liberada, o carro anda alguns metros mas logo chega numa parte onde tem que ir a pé. Desço do carro e o Marcos segura minha mãe entrelaçando nossos dedos, começamos a subir umas escadas e passar por uns becos. Depois de alguns minutos paramos em frente a uma casa com laje, ela parece bem simples mas também aparenta está lotada de gente e esse é um ponto negativo pra mim pois apesar de eu ter ido no show do Marcos eu não curto muito lugares lotados e barulhentos. Heloísa - Quem mora aqui ? - Pergunto quando ele bate no portão. L4L - Meu primo. - Responde simples. Heloísa - Porque ele não saiu da favela como você e foi morar no asfalto ? - Pergunto novamente. De repente o portão é aberto e aparece um cara todo tatuado, com um cordão de ouro enorme e uma arma grande atravessando seu corpo. L4L - Porque ele é o dono do morro. - O primo em questão me olha de cima a baixo e cumprimenta o Marcos com um toque de mão e um abraço. Tenho certeza que a minha cara é de puro choque e a única coisa que eu sinto no momento é medo. L4L - Heloísa esse aqui é o Playboy meu primo, o de frente aqui da comunidade, Playboy essa aqui é a minha garota Heloísa. - Nos apresenta e eu continuo em estado de choque. O Marcos é envolvido com o tráfico de drogas ?! Playboy - Satisfação mina, de boa ? - Faz um toque comigo e eu lhe dou um sorriso mesmo contra gosto. Heloísa - Olá, de boa e você ? - Tento fazer soar o mais parecido com o jeito que ele fala. Os dois me olham e começam a rir entre eles. Playboy - Ela é engraçada. - Diz para o Marcos como se eu não estivesse presente. L4L - Ela é demais, mas não elogia muito não se não eu arranco teus dentes e enfio no seu r**o seu filho da put4. - Absorvo as palavras perplexas enquanto sou guiada para dentro da casa. Subimos umas escadas para a laje e percebo que não estou só na casa do dono do morro mas também que eu estou participando de um churrasco do crime pois o que mais eu vejo são traficantes.
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