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1625 Words
Heloísa Correia Saio da sala da faculdade com alguns colegas meus do curso, faço graduação em enfermagem e quero me especializar em pediatria, consegui passar no Enem então não p**o nada. Sempre sonhei em cuidar do próximo, pensei em fazer medicina mas acredito que seria demais pra minha cabeça e eu teria muitas responsabilidades sendo médica, então decidi por fazer enfermagem e me sinto realizada com a escolha que fiz. Meus amigos conversam sobre onde irão almoçar e eu não me envolvo muito no assunto, irei almoçar em casa pois não tenho dinheiro sobrando. Eu e minha mãe vivemos bem na medida do possível mas não posso me dar certos luxos, quando você é pobre almoçar fora não é uma necessidade comparada ao fato de você precisar ter comida a semana toda em casa, precisamos saber bem escolher para não gastar mais do que podemos. Me despeço dos meus colegas indo em direção ao ponto de ônibus, meu celular começar a tocar e vejo seu nome aparecer. Deixo tocar três vezes para poder atender, não quero que ele pense que sou uma desocupada ou esteja desesperada. Heloísa - Alô ? - Digo assim que atendo. Sento numa cadeira no ponto de ônibus. L4L - E aí mandada, quer colar na minha goma essa noite ? - Pergunta e sinto um frio subir pela minha espinha de tão nervosa que eu fiquei. Heloísa - Po...pode ser, de que horas mais ou menos ? - L4L - De 19:00 tá bom pra você ? Quero aproveitar nossa noite juntos. - " Meu Deus a gente vai t*****r de novo. " Essa é a primeira coisa que me vem na cabeça. L4L - Me manda teu endereço pra eu ir te buscar. - Diz antes de eu respondê-lo. Heloísa - Sim, de 19:00 horas está bom pra mim mas eu prefiro ir de Uber se não tiver problema pra você. - Ele fica em silêncio por um momento e vejo que meu ônibus está se aproximando. L4L - Fecho então mandada, você... - O corto antes dele terminar de falar. Heloísa - Meu ônibus chegou, de noite a gente se fala de novo, tchau. - Não o espero se despedir e desligo a ligação. Entro no ônibus, p**o minha passagem e me sento numa cadeira. Meu celular vibra e eu abro a mensagem dele. L4L - Eu ia te falar o meu endereço ou você tem bola de cristal e ia adivinhar onde eu moro ? - Sua mensagem me deixa com vergonha. Respondo com um macaquinho tampando os olhos para demostrar minha vergonha e ele me manda seu endereço. " certo, até a noite " respondo e ele apenas visualiza. Lembro do que a Eduarda falou e começo a pensar no que irei usar hoje de noite, acho que vou com um vestido soltinho. " Quero fud3r mas também não quero parecer desesperada ", irei usar um vestido que passe essa vibe, vou me depilar também e lavar meu cabelo. Hoje irei usar ele cacheado natural. Minha cabeça está a mil e só consigo pensar no nosso encontro. Quando deu 18:30 o Uber chegou e eu já estava pronta, ele mora num condomínio chique que fica bem dizer do outro lado da cidade, e leva mais ou menos 45/50 minutos. Provavelmente irei chegar atrasada mas esse é o charme do brasileiro, se não for pra chegar atrasado a gente nem sai de casa. Me despeço da minha mãe com um abraço e vou para o carro, o caminho foi bem tranquilo, assim que chegamos no condomínio o porteiro ligou pro apartamento dele e ele aprovou a minha entrada. Conforme fui caminhando pelo prédio vi como deve ser bom ter dinheiro, era tudo lindo e muito chique, porém ao mesmo tempo pensava como o mundo era um lugar desigual, enquanto uns tem tanto outros não tem nada. Pego o elevador e clico no andar do seu quarto e assim que eu saio vejo uma enorme porta branca. Toco a campainha e dou uma checada no meu rosto pelo reflexo do celular. A porta a minha frente é aberta por um senhora que me olha enigmática, ela me observa bem e depois me dá um meio sorriso e dá espaço para mim entrar. Fico sem entender quem é ela e porque do olhar. Heloísa - Olá, boa noite. - Digo simples e entro no apartamento observando ao redor, ela não me respondeu e continua me olhando de cima a baixo. Escuto passos se aproximando e olho em direção o vindo até mim, seu olhar está diferente, não está doce como antes está mais para algo possessivo, na sua boca tem um meio sorriso safado e eu lhe dou um sorriso simpática sem saber o que fazer. L4L - É aí mandada. - Diz e me agarra me dando um beijo me deixando com mais vergonha ainda. Olho pra trás dele e um vejo um garotinho, esse eu conheço bem é o filho dele. Davi, que tem 4 anos. L4L - Essa aqui é a minha mãe... - Aponta para a mulher que abriu a porta pra mim. L4L - Mãe essa aqui é a minha namorada, Heloísa. - Quando ele diz namorada minhas pernas ficam bambas e minha boca fica seca. Heloísa - Olá senhora, é um prazer. - Dou-lhe um sorriso sem entender o que está acontecendo. Como assim namorada ? Como assim ele está me apresentando para a mãe dele ? Ele nem sequer me avisou nada. Vejo de relance o pequeno Davi se aproximar do pai e abraçar as pernas dele enquanto me olha, lhe dou um sorriso e ele sorri de volta escondendo seu rosto nas pernas do pai, adoro crianças. Adriana ( mãe do Marcos ) - O Marcos falou muito de você, é um prazer te conhecer. O que você faz da vida ? - Me pergunta logo de cara. L4L - Mãe... - Ele diz a repreendendo mas ela não parece ligar muito. Heloísa - Eu faço faculdade de enfermagem, no momento eu não trabalho, estou esperando chegar a fase dos estágios. - Lhe respondo. Adriana - Não é influencer ? - Ok, ela é bem direta mesmo. Heloísa - Não senhora. - Adriana - Milagre você querer ter uma profissão de verdade, hoje em dia essa nova geração só quer saber de ser digital influencer e postar dancinhas de biquíni, minha ex nora era assim. Você gosta do curso que está fazendo ? - A ex nora em questão é a ex esposa do Marcos, pelo visto ela não era muito fã dela. Heloísa - Gosto sim, pretendo me especializar em pediatria. - Sorrio ao lembrar da minha futura profissão. Adriana - Certo, vejo que nos daremos bem Heloísa. Bem-vinda a família. - Se aproxima e me dá um abraço. Adriana - Vou ver como está o jantar, já volto. - Avisa depois de nos separamos. Heloísa - A senhora precisa de ajuda ? - Indago sendo educada. Adriana - Não, pode sentar já já o jantar será servido. - Diz antes de sair. Agradeço aos deuses por ter vindo arrumadinha, optei por um vestido soltinho florido e um saltinho dourado, pelo menos estou apresentável. L4L - Foi m*l aí pelo interrogatório da minha mãe, sou filho único sabe ? - Diz coçando a cabeça. Heloísa - Desde quando a gente começou a namorar ? - Pergunto o olhando atentamente. Ele se aproxima de mim como um predador que está pronto para devorar a vítima, é impressionando como suas feições mudam rapidamente. Uma de suas mãos segura minha cintura enquanto a outra segura o meu pescoço de forma firme, sua boca se aproxima do meu ouvido e eu sinto seu hálito quente em contato com a minha pele. L4L - Desde que eu disse que a gente namora. - Minhas pernas enfraquecem e eu fecho meus olhos esperando seu próximo passo mas ele simplesmente me solta e eu o encaro. L4L - Tem criança na sala não se esqueça disso. - Sua voz sai carregada de deboche e eu sorrio sem acreditar no que acabou de acontecer. Davi - Papai ela é mesmo sua namorada ? - O pequeno Davi pergunta. Seu pai afirma com a cabeça e bagunça seu cabelo. Eu converso com o menino e nós nos sentamos no sofá, o Marcos de um lado, eu no meio e o Davi do meu lado. Sinto a barra do meu vestido ser levemente levantada e sua mão apertar minha coxa. Olho para ele como forma de repreensão por estar fazendo isso enquanto estamos com o Davi. L4L - Adorei o seu cabelo, estava com saudades de você. - Dito isso ele tira a mão da minha coxa pois sua mãe chegou avisando que o jantar estava pronto. Nos levantamentos e fomos jantar, a noite correu bem, sua mãe e seu filho gostaram de mim aparentemente. Quando deu por volta das 22:00 ele me levou pra casa contra meu gosto pois eu preferia ir de Uber. L4L - Porque você não quer que eu vá na sua casa, tá me escondendo algo mandada ? - Estavamos no seu quarto, Davi assitia boneco e estava quase dormindo enquanto o Marcos me encurralava contra a cabeceira da cama e me olhava sério. Heloísa - Não, é só que eu não quero chamar atenção chegando num carro de luxo em casa. - Sou sincera com a minha resposta, ele me olha atentamente e afirma com a cabeça. Cês acham que ele aceitou eu ir de Uber ? Claro que não, me levou em casa nem aí para o que eu tinha falado mais cedo. Não preciso dizer que no carro nós demos uns amassos né ? mesmo eu estando um pouco irritada com ele.
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