Caio
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Reviro os olhos, rindo enquanto o pequeno fogo de artifício de um metro e meio de distância sai da casa da matilha como um maldito tornado. As mulheres são todas iguais, é muito fácil tirar uma onda delas.
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Elas são fofas, mas anseiam por tortura, quanto mais malvado eu sou, mais desesperadas elas ficam para pular no meu p*u. E não se engane, essa garota quer isso.
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Eu vi o jeito que ela olhou para mim. Seria divertido brincar com ela, mas hoje em dia, costumo machucar meus brinquedos. Afinal, a miséria adora companhia.
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Entro na porta do antigo escritório do meu pai, encostado no batente. Minha garganta aperta quando olho para dentro, para Gael sentado atrás da grande mesa preta. Eu sei que é e******o, mas uma parte de mim ainda espera ver meu pai sentado atrás daquela mesa toda vez que passo por este escritório. Cada maldita vez.
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Fabiola está descansando em um assento no lado oposto da mesa, de lado com as pernas jogadas sobre um dos braços da cadeira.
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— Ei, baby Alfa. — ela sorri, virando-se para olhar para mim.
Eu empurro o capuz do meu moletom da minha cabeça e preguiçosamente passo a mão pelo meu cabelo, sorrindo de volta para ela.
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— Você sabe que você é a única autorizada a me chamar assim, certo?— Eu gosto da Fabiola. Se eu não gostasse, eu não aturaria o apelido.
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Não me entenda m*l, eu odiei nas primeiras vezes que ela usou... quando eu a conheci, porém, tanto ela quanto o apelido cresceram em mim. Fabiola é teimosa como o inferno, m*l humorada pra c*****o honestamente, eu não sei como Gael a aguenta, mas ela também é como é, o que é raro hoje em dia a garota é tão real quanto parece, o que eu respeito.
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Fabiola sorri para mim presunçosamente enquanto Gael olha para cima da papelada na frente dele.
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— Você está pronto para se sentar e passar a revisar isso? — ele pergunta, empurrando para trás em sua cadeira.
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— Uh, na verdade, eu vou sair com os caras. Que tal outro dia? — murmuro, coçando a parte de trás da minha cabeça enquanto meus olhos permanecem abatidos.
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Lanço um olhar rápido para Gael, notando a rigidez de sua mandíbula e como seus lábios estão pressionados em uma linha apertada. Ele não está feliz que eu continue adiando isso, mas ei, eu não pedi a ele para vir aqui e vasculhar a contabilidade as merdas do meu pai. Ele assumiu isso para si.
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— Que tal amanhã? — Pelo tom de voz de Gael, é mais uma exigência do que uma pergunta.
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O cara está em uma posição de autoridade há tanto tempo que obviamente não está acostumado a encontrar resistência. O problema é que agora estamos em igualdade de condições, então ele não pode me puxar para cima para forçar minha cooperação.
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— Pode ser. Provavelmente não estarei de volta até pelo menos três da manhã.— Eu deu de ombros, empurrando o batente da porta.
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— Tente fazer os dois.— Gael murmura, olhando para a papelada espalhada sobre a mesa na frente dele.
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Não há chance no inferno, mas também não há sentido em discutir. Não importa a hora que ele quisesse fazer isso, eu encontraria alguma desculpa para sair. Não me faltaram desculpas nos últimos dois meses.
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Eu nasci para ser Alfa desta matilha. Eu sempre quis ser Alfa, mas não assim. Nunca nessa possibilidade.
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O vento fresco na montanha hoje. Nos últimos invernos, meus amigos e eu criamos o hábito de vir aqui para beber e fumar várias vezes por semana.
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A super matilha possui e opera a estação de esqui, então podemos aproveitar o fato de que temos acesso constante quando está em alta temporada, certo? Ninguém parece se importar muito desde que nos afastemos dos turistas humanos, mas poucos deles se aventuram tão alto na montanha quanto nós. Quanto mais perigosa a corrida, melhor.
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A maioria dos transmorfos são atléticos por natureza. O surf na neve é tão naturalmente para mim quanto andar de bicicleta, e quando comecei a ficar bom nisso, a adrenalina me fisgou. Hoje em dia é como uma droga para anestesiar todo o resto.
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— Mais uma vez, então? — Maicon pergunta, empurrando seus óculos para cima para descansar em sua testa.
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Acabamos de sair do elevador no topo de uma corrida, a mesma em que Maicon quebrou o fêmur na semana passada ao sair de um salto. Chorou como um maldito bebê.
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Ele tem agido como se não fosse grande coisa desde então, mas também tem andado tímido. A cura rápida do transmorfo significa que fazemos um monte de merda estúpida e de alto risco aqui sem considerar as consequências, embora mesmo com a cura rápida, um osso quebrado ainda doa para um c*****o.
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— Caio. — Meu amigo Leon desliza seus óculos para cima e olha para mim, arqueando uma sobrancelha escura.
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Nós seis somos amigos desde crianças, mas Leon é meu amigo mais próximo do grupo. Porque eu sou um tipo alfa, todos eles olham para mim como seu líder, e Leon é como meu braço direito. Se eu escolhesse um Beta, seria ele, sem dúvida. Inferno, se Rui continuar me tratando como merda o suficiente, eu poderia f***r ele e substituí-lo.
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— Tudo bem.— eu respondo, dando a Leon um breve aceno de cabeça. Eu não olho para os outros para confirmação, eles sabem o que eu digo.
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Cauê desliza ao lado de Maion, batendo em seu ombro.
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— Tente não sangrar por toda a neve novamente, hein? — ele zomba enquanto Maicon empalidece.
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Sempre houve algo um pouco sombrio sobre Cauê, ele apenas adia uma vibe que as pessoas tendem a evitar. Isso nunca me incomodou porque eu nunca questionei sua lealdade, ele derramaria sangue em defesa de qualquer um de nós. O que assusta todo mundo, porém, é o quanto ele claramente iria gostar disso.
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— Ah, vamos, Cauê deixe ele de lado.— Alex ri, balançando a cabeça. Ele e seu irmão gêmeo Alef completam nosso grupo de amigos.
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Eles são gêmeos fraternos, mas você não adivinharia imediatamente que eles eram parentes olhando para eles. Alef - ou Ale, como o chamamos - é alto e magro, enquanto Alex é mais baixo e construído como um muro de tijolo. Alef tem feições escuras, Alex, luz.
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Por serem irmãos de útero, eles não poderiam parecer mais diferentes, embora suas personalidades gritem umas das outras. Eles também estão super sincronizados um com o outro e fazem coisas de gêmeos clichês como terminar as frases um do outro.
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— Vamos apenas fazer isso, eu preciso de uma bebida. — eu rosno, puxando meus óculos para baixo sobre meus olhos.