Nico
_Perna direita - diz Ricardo a Nico que pega a adaga e crava na outra perna de Paolo, o homem grita de dor, atrás deles se ouve um dispara de arma.
_Eu avisei - diz Alícia aos outros seguranças que observava um de seus companheiros baleado a sua frente.
_Eu queria muito poder te deixar vivo Paolo, mas por sua causa o meu pai tem me causado alguns problemas, então nada mais justo do que enviar sua cabeça de presente para ele - Ricardo havia perdido um carregamento e alguns parceiros por interferência de seu pai, por causa de Paolo agora seu pai temia que Ricardo tomasse sua máfia, algo que ele nunca teve interesse.
_Por favor Ricardo, eu faço qualquer coisa - implorou Paolo com o rosto pálido.
_Você me deve Paolo, quero receber cada centavo que perdi por sua causa.
_Eu p**o, te dou tudo o que quiser.
_Vejo que agora estamos nos entendendo - diz Ricardo fazendo um gesto para Alícia se aproximar, Nico assume o lugar de Alícia enquanto ela abre a maleta sobre a mesa revelando um computador.
_Você vai acessar sua conta e Alícia vai transferir o valor que você me deve - Nico assiste enquanto Alícia digita rapidamente no computador, ela passa para Paolo e ele acessa sua conta devolvendo o computador a Alícia, ela digita um valor e faz a transferência.
_Vai querer só isso? - pergunta incrédulo.
_Só quero o que me foi tirado, nem um centavo a mais - Paolo suspira em alívio ao ouvir isso.
_Então está tudo certo - diz animado, Ricardo deixa escapar uma risada.
_Acho que você não me ouviu direito quando eu disse que enviaria sua cabeça para o meu pai - Ricardo observa Paolo tremer a sua frente e sua covardia o enoja.
_Mas...
_Comigo não tem mais Paolo, se eu te visito isso será apenas uma vez - Ricardo puxa sua arma e faz um disparo matando Paolo, atrás dele Nico faz o mesmo com os seguranças.
_Espere no carro Alícia - diz Ricardo sem olha-la.
_Sim chefe - ela pega sua maleta e sai, sabia o que iria acontecer e apreciava Ricardo a ter mandado sair, a última coisa que ela queria ver era Nico cortando a cabeça de Paolo.
Minutos depois Ricardo entra no carro e Alícia vê Nico colocando uma caixa no porta malas.
Nico estava admirado com a coragem de Alícia, sabia que ela era frágil, mas em nenhum momento ela demostrou fraqueza na frente dos outros, pelo contrário, ela havia adotado uma expressão feroz ao defende-los.
_Pra onde Chefe? - pergunta Nico entrando no carro.
_Para o galpão do meu pai - Ricardo pretendia por fogo no galpão, mas não queria criar uma guerra com o pai, então preferiu uma abordagem menos agressiva, pelo menos era o que ele considerava a cabeça de Paolo.
Ao chegar ao galpão, o velho Don da máfia sai para recebê-los, sua expressão não era das melhores o que mostrava que a presença da Fênix em seu galpão não era bem vinda.
_O que quer aqui? - diz indo direto ao assunto.
_Bom dia pra você também meu pai - o sorriso no rosto de Ricardo mostrava que não era isso que ele desejava ao velho a sua frente, na verdade, se Ricardo pudesse arrancar sua cabeça neste momento, ele o faria.
_Não tenho tempo para suas infantilidades - diz virando as costas.
_Tenho algo para você - Nico vai até o porta malas do carro e pega a caixa com a cabeça de Paolo, e entrega ao velho Dom. Ele encara a caixa com desconfiança e entrega a um soldado que a abre e mostra seu conteúdo ao velho. Os olhos do homem eram duas brasas em chama de tamanha sua raiva neste momento.
_Ficou louco? - esbraveja.
_Não, apenas sábio.
_O que significa isso Ricardo? - o velho espumava o canto da boca de raiva.
_É um aviso meu pai, se interferir em meus negócios de novo a próxima cabeça que estará numa caixa será a sua - os olhos de Ricardo eram duas pedras de gelo encarando o homem a sua frente, Ricardo o odiava com todo seu coração, só não havia o matado por causa de suas irmãs.
O velho não demostrava medo diante de Ricardo, mas sim raiva, ele sabia que o filho o odiava, e ele se odiava ainda mais pelo o que havia feito a ele, mas jamais admitiria isso. O que tinha sido feito não poderia ser desfeito.
_Temos que discutir sua ascenção - diz mudando de assunto.
_Se depender de mim sua organização pode ruir - Ricardo não dependia dos recursos de seu pai, e o que ele menos queria era lhe suceder. O mero pensamento lhe revirava o estômago.
_Seu ingrato! Não pensa nas suas irmãs? - por mais que o pai de Ricardo ouve-se errado ele se preocupava com o destino de suas filhas, ou quase isso, e sabia que o melhor era se Ricardo assumisse, assim ele garantiria a segurança delas.
_Não se preocupe, assim que você bater as botas eu arrumo um bom casamento pra elas - diz ele com um sorriso de deboche no rosto.
_Quando vai aprender a respeitar seu pai?
_Quando o senhor começar a se dar ao respeito - diz virando as costas e saindo, não havia mais nada para ele naquele lugar, e ficar alí lhe trazia velhas lembranças.
O homem observava seu filho partir, aquele que seria o futuro Don da máfia, seu coração já velho se apertava ao ver o tamanho do ódio que seu filho nutria por ele, mas ele não tinha poder de voltar ao tempo e consertar as coisas, ele só podia colher os frutos dos seus erros.
Ricardo entra no carro tentando controlar sua raiva, ele evitava bater de frente com seu pai, mas as vezes era inevitável, eles eram parecidos de mais, um dos motivos por sempre estarem brigando, e por mais que lhe doesse admitir isso, ainda era a verdade.