Capítulo 39

1019 Words
_Cheguei! - diz Aurélio entrando sem ser convidado - Não me chamaram mais eu vim mesmo assim. _Você é como um chiclete Aurélio, quanto mais a gente tenta tirar mais gruda. _Vou tomar isso como um elogio - diz colocando uma pequena caixa em cima da mesa. _O que é isso? _Torta de chocolate - diz com um sorriso, ele sabia que era a preferida dela. _Você me conhece bem. _Mais do que certas pessoas - diz mais alto. _Aurelio! _Esta bem - diz erguendo as mãos - Estamos em trégua.- então seus olhos se movem para a mulher sentada no sofá observando a conversa. _Vem, deixe-me te apresentar a Alícia - diz Síria o puxando. _Alicia esse é o Aurélio ou Don Aurélio, mas a gente nunca o chama assim. _Prazer Alícia - diz Aurélio dando um beijo em sua mão - Que tal você preencher o vazio do meu coração? - diz dando uma piscadinha pra ela. _Fica longe dela Aurélio! - diz Nico o ameaçando com uma espátula. _Qual é? Por que vocês ficaram com todas as mulheres bonitas - diz se jogando no sofá. _Você que é muito lento - diz Nico. _Mas eu não tô namorando ninguém - diz Alícia que no meio da discussão havia sido esquecida. _Então, quer sair comigo? _Eu já disse que não. - grita Nico. _Quem é o lento agora Nico - diz Aurélio rindo dele. _Eu vou arrancar seu pescoço se chegar perto dela! _Está bem, hoje eu quero paz - diz ele indo até os outros. De longe Síria via Klaus tentando segurar o riso, parando para olhar ela percebeu que a cena diante de seus olhos era acolhedora, era como uma família deveria ser, unidos, apesar de suas diferenças, após terminar de cozinhar Síria e Alícia arrumam a mesa e eles se sentam para comer. _Você já havia usado essa cozinha antes? - pergunta Nico se servindo de uma porção de arroz. _Não, na verdade nunca nem dormi aqui - eles param e a olham surpresos. _Por que? _Nunca senti necessidade, sempre estive na casa do Ricardo - diz dando de ombros. _Então por que comprou a casa? - pergunta Aurélio. _Eu pensei que o dia que Ricardo encontra-se sua cara metade ele gostaria de um pouco de privacidade, então achei que seria uma boa ideia comprar a casa - ela sabia que um dia isso aconteceria, Ricardo vivia recebendo propostas, mas ele se recusava a entrar em um casamento de interesses, então aguardava de forma paciente o dia em que encontraria aquela aquém ele entregaria seu coração. _Faz sentido - diz Nico. Neste momento o telefone de Aurélio toca e ele atende. _Alô! - todos observam sua expressão escurecer e seus olhos brilharem de ódio - MAS QUE p***a! EU VOU CAÇAR ESSE DESGRAÇADO! - ele desliga o telefone e Síria percebe sua mão tremendo. _O que ouve? - pergunta Síria preocupada. _Problemas com Emílio, eu vou matar esse desgraçado, desta vez ele não me escapa - sua expressão era sombria e em seus olhos havia uma promessa de uma morte lenta e dolorosa para Emílio. _Eu preciso ir, quando terminar eu volto - diz ele se despedindo, Síria se levanta e lhe dá um abraço. _Tome cuidado, e se precisar de ajuda e só ligar que eu estarei lá em um estralar de dedos. _Obrigada pequena - sem mais esperar ele se vira e vai embora, Síria encara a comida em seu prato com tristeza, pois ele nem havia comido antes de sair. Eles terminaram de jantar em silêncio, e como esperado a comida de Nico estava maravilhosa, comeram a torta que Aurélio havia trazido e ainda conversaram um pouco na sala. _Eu vou indo - diz Alícia depois de algum tempo. _Eu te levo - responde Nico se levantando - Boa noite pra vocês, e mantenha suas mãos longe da minha irmã - completa fuzilando Klaus com o olhar. _Nunca faria nada que ela não quisesse - responde Klaus. _Esse é o problema. _Nico! _Ta bom - diz se desculpando - Vamos Alícia. _Tchau Sí, foi um prazer te conhecer Klaus - diz ela sorrindo. _Igualmente. Quando eles saem Síria tira os sapatos e se deita com a cabeça no colo de Klaus. _Eu reparei que você sempre faz isso com Xavier - diz ele fazendo carinho na cabeça de Síria, isso sempre o havia incomodado, mas até então não achava que devia interferir em sua relação com outras pessoas, ele vê ela suspirar e imagina que devia haver alguma história por trás disso. _Lembra que havia te dito que meu marido morreu? _Sim, me lembro. _Meu filho também morreu junto com ele - Klaus sentiu como se seu coração tivesse parado de tão grande que foi o choque, ele olhava para ela imaginando o quanto ela deveria ter sofrido com tudo isso. _Eu sinto muito. _Está tudo bem, hoje já estou mais acostumada, mas ainda sinto muita saudades - ela se vira e olha para ele - Ele era a criança mais doce do mundo, ainda me lembro que eu amava ficar segurando suas mãozinhas, aqueles dedos gordinhos - Klaus vê um sorriso triste se formar em seu rosto. _Como ele morreu? - Klaus sabia que devia ser doloroso para ela se lembrar disso, mas era importante falar, ele queria que ela tirasse o peso que havia em seu coração. _Os dois foram assassinados. - não era preciso ir muito Lange para saber o que havia acontecido, ela trabalhava com gente perigosa, uma hora a conta chegava, agora Klaus começou a entender sua relutância em aceitar a namorar com ele, ela temia que ele tivesse o mesmo destino que a sua antiga família. _Foi por isso que você não queria ficar comigo? - Síria olha para Klaus com ternura, sua mão se ergue para acariciar seu rosto. _Sim, você é importante para mim, e nunca me perdoaria se algo acontecesse com você - ele fecha os olhos e suspira, pega sua mão e leva aos lábios dando um beijo na palma. _Você não vai me perder, agora eu pertenço a você Síria.
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