Um mês depois.
ERIC
Eric?
Esculto de longe uma voz feminina.
— Eric? Acorde.
Abro os olhos e vejo Lucy minha governanta apertar o controle para abrir as cortinas do meu quarto.
— Lucy me dê uns minutos.
— De maneira alguma, já preparei seu desejum e você tem uma hora antes de ir para empresa.
— Ok. Sem você eu não seria nada.
— Não mesmo.
Ela se aproxima deixa um beijo casto em minha testa.
— Sabe que já tenho vinte nove anos, não preciso mais desses beijos maternais.
Ela para na porta e me olha.
— Mais para mim será sempre meu bebê, troquei suas fraudas garoto. Levanta essa b***a da cama e desça antes que o café esfrie.
Levanto, estico meu corpo, caminho e entro no meu banheiro e tomo uma ducha. E logo fecho os olhos deixando a água morna cair sobre meu rosto, e a mesma silhueta vem nos meus pensamentos.
Pele morena, cabelos lisos castanhos e os olhos nas mesmas cores, seu corpo em formato de pêra, seu sorriso meigo...
Tenho tido os mesmos pensamentos nesses últimos trinta dias. Deito e acordo pensando naquela linda mulher qual salvei de um encontro desastroso. E em mim ficou o desejo de beijá-la, olhei nos teus olhos antes de entrar naquele táxi.
Minha vontade era trazer ela para minha cama e nunca mais tirá-la do meu lado.
A última vez que me senti tão atraído por uma mulher foi Micaela, minha esposa.
A dor mais profunda que tento esquecer todos os dias.
Saio enrolado na toalha, vou até meu closet, aperto o botão do controle para às portas das camisas se abrirem.
Vou na arara de blusas sociais brancas e pego uma, do outro lado aperto o outro botão e às araras das calças surgem e eu vou nas sociais na cor azul marinho.
Faço a mesma sequência e a gavetinha de gravatas se abrem e pego a cor preta sem estampa. Pego o blazer no mesmo tom da calça e visto o conjunto de três peças que se ajusta perfeitamente no meu corpo. Finalizo com meus sapatos italiano preto, abro a gaveta de relógios e apenas passo um creme e deixo o cabelo bagunçado mesmo.
Saio do quarto e minha linda companheira de uma vida está ali no fim da escada me esperando.
— Bom dia filho.
— Bom dia Lucy.
Vou até à mesa qual preparou para mim e tomo meu café tranquilo antes de ir para empresa. Peço que Lucy me acompanhe e ela faz.
Enquanto o silêncio reina na sala de jantar, ela para e me olha.
— Tão lindo e tão sozinho.
— Tenho você, então não estou sozinho.
— Você entendeu garoto. Precisa arrumar uma mulher para formar uma linda família.
— Está recente Lucy.
— Que recentemente Eric três anos que você só sai com mulheres apenas uma noite.
— Mais é assim, não encontrei a mulher certa. Todas só ligam para minha conta bancária.
— Você sempre muito sensível, mais perdeu aquele brilho desde que Micaela se foi.
— Você sabe a minha dor Lu, eu não fui nem homem suficiente para salvar a minha mulher, ela se arriscou para salvar a gente, eu fui a p***a de um inútil.
Nessa hora fico alterado e dou um soco na mesa.
— Acalme-se meu filho. Nada disso foi culpa sua.
— Talvez se eu tivesse...
Abaixo a cabeça e choro apertando os pulsos com raiva.
— Como posso ter uma mulher ao meu lado se eu não posso ser um homem que possa protegê-la, cuida.
— Não pense assim Eric. Desse jeito você nunca vai se livrar dessa culpa e nunca irá ser feliz.
— Preciso ir.
Levanto, pego minha maleta que Lucy deixou no Hall de entrada e saio.
...
— Bom dia Sr. Parker.
Apenas acento com a cabeça cumprimentando as pessoas até chegar na minha sala.
Passo pela minha secretária e paro de frente a minha sala olho para o lado e lá está a sala com a placa "vice-precidência", suspiro e olho para a inutil ao meu lado.
— Eu não pedi para você mandar desfazer daquela merda? – Falo trincando os dentes.
— Pediu senhor, mais a dona Paula pediu para deixar.
— A dona Paula é sua chefe? Ela quem paga a p***a do seu salário?
— Não senhor. – Diz com a voz trêmula.
— ENTÃO p***a! – Dou um soco na sua mesa.
Ela se treme inteira e fica encolhida na cadeira, entro para minha sala batendo à porta com força.
Pego um copo de uísque no aparador e bebo em um gole, faço outra dose dessa vez com gelo e bebirico caminhando até minha mesa.
— Paula venha até minha sala.
Retiro o botão do telefone e vou até à janela gigantesca e fico olhando Nova Iorque quase inteira.
— Onde encontro você Bombom? – Balbucio baixo e tomo um gole da minha bebida.
Não paro de pensar nela, em toda sua personalidade forte.
Lembro de como olhou para mim, sentiu o mesmo que eu.
A faísca entre nós foi instantânea.
— Eric?
Ouço a voz de Paula fechando à porta.
— O que deseja?
— Desejo que pare de desfazer às minhas ordens.
— Ah isso?
— É assim que responde?
— Alguém precisa ter juízo, para que quer desfazer da sala ao lado.
— Ooh Paula, por acaso sou eu quem p**o seu salário, você faz parte do RH...
— Vai começar com sua arrogância? Deixa a sala quieta, vai que no futuro...
— Eu não irei colocar ninguém naquela sala.
— Tá bom, mais não desfaça. Eu só quero seu bem. Sou sua melhor amiga, sua melhor funcionária e nunca irei prejudicar você, no entanto não precisa ser rude assim.
— Já mandou aquele casal embora?
— Não!
— Como não? Eu vou demitir você, já que não respeita às minhas ordens.
— Pare com isso Eric. Só porque viu aqueles dois se beijando no elevador.
— Eu já disse e vou repetir, eu não quero meus funcionários de namorico dentro dessa empresa.
— Já resolvi o problema.
— Entenda que essa é a regra absoluta dentro desse prédio. Que serve até para eu mesmo.
— Ultimamente tem levado até para vida. É uma regra estúpida. Mais isso tem seus contras e eu concordo.
— Então demita.
— Tenho outro assunto.
Sério? Me ignorou?
Sento na minha cadeira e folheio alguns papéis.
— Fale.
— Anthony veio reclamar que a parte do marketing está um caos sem uma diretora.
— Você é do RH resolva.
— Preciso que permita que amplie as buscas, esse mês veio três que não deram conta do serviço.
— Faça o que for, apenas arrume. E peça para Anthony ser menos desesperado.
— kkkk Quase uma missão impossível aquele gay é surtado.
— Gay com muito orgulho ouviram?
Ele simplesmente invade a minha sala com todo seu reboliço.
— Vim saber se resolveram meu problema.
— Sabe que aquele objeto de madeira enorme se chama porta e sua utilidade é para ser batida. – Falo tom de diversão.
— Eu sei o que é uma porta e sua função, mais não existe obstáculos na minha frente. Só o que insistem em deixar na minha área.
— Kkkk Estamos resolvendo.
— Três dias. E quero minha diretora aqui.
— Quem dá às ordens sou! – Falo alto quando sai rebolando através da porta.
— Dê um jeito de arrumar essa pessoa.
— Vou dar.
Algumas horas se passam e continuo preso aqui na minha sala resolvendo inumeros problemas e assisnaturas.
E do nada toco os meus lábios e penso naquela que tem tirado o meu sossego, lembro da sua boca vermelha chamando minha atenção. A forma como reagiu quando me aproximei.
Mordo um sorriso e giro a minha cadeira olhando a lua brilhar olho para baixo e meu p*u já deu sinal. Ajeito ele porque na sua posição está me incomodando.
Fecho os olhos e imagino ela na minha frente com aqueles sorriso, sentando neste momento no meu colo, acariciando meu rosto. Meu corpo vai esquentando de um jeito tão bom, que sou capaz de explodir.
Volto meu pensamento para o que é real e volto a trabalhar.
Novamente meu telefone toca.
— Fala Kiara.
— Sua tia está aqui.
— Já disse que quando ela estiver aqui dizer que não estou.
— Eu já disse mais ela vai esperar.
Não é possível, quando ela dá as caras é só para infernizar a minha vida.
Irmã do meu pai e muito traiçoeira, ficou maluca quando meu pai deixou todos os bens sobre meu domínio e somente a casa qual foi dos meus avós para ela.
Desde então faz a minha vida um inferno.
Detesto ela.
Mais do jeito que é tinhosa vai ficar plantada do lado de fora.
— E cadê ela que está falando comigo?
— Foi ao banheiro.
— Certo. Quando voltar diz que cheguei.
— Ela parece está muito feliz.
Então lá vem bomba.
— Ok.
Espero que seja uma viagem sem passagem de volta para a Suíça, bem longe daqui.
Desligo a ligação com minha secretária e arrumo os papéis da minha mesa.
Minha tia também tem uma fortuna incontável, mais sua ambição nunca teve fim. Casada três vezes e também ficou viúva.
Sempre achei ela muito estranha, afinal nunca gostei dela e não gosta muito de criança, então nossa relação sempre foi distante.
Sua beleza encanta os homens mais maduros, e o dinheiro chama atenção dos mais novos.
O que for mais vantajoso ela dá o bote.
Sempre apelidei ela de viúva n***a. Se fosse um animal seria essa aranha.
— Olá sobrinho querido!
— Senhor desculpa a hora que disse que tinha chegado ela já entrou sem esperar que eu anunciasse.
Kiara fala desesperada entrando atrás o mais rápido que pode depois da minha tia.
— Tudo bem. – Falo indiferente.
Ela sai e fecha à porta.
Saio detrás da minha mesa e minha tia entra como se estivesse numa passarela.
— Como está?
Se aproxima beija-me no rosto sem encostar.
— Seja bem vinda, tia Rosela.
— Obrigada querido.
Ela senta no sofá da minha sala depois de tirar aquele enorme cansaco de pele preto e branco, ficando apenas com seu vestido preto com um decote profundo na frente cruzando as pernas.
Rosela pode ser o que for, mais o luxo que esbanja não é atoa que dá muito caldo para muitos.
E sua profissão não n**a, tem sua própria marca de roupas, é a estilista mais famosa do mundialmente e seu marketing sempre foi incrível.
Se ela gosta de perfeição? Ultrapassa.
— Não vai mandar a inútil daquela magrela que tem de secretária me servir meu café?
— Você não veio aqui para ofender meus funcionários. O que quer tia Rosela?
— Meu café e depois conversamos.
Viro-me para ir até o telefone.
— Ah café expresso sem gordura com uma gota de leite, sem açúcar.
Apenas faço sim com a cabeça e passo o pedido para minha secretária.
— Tenho novidades.
— Não vai me dizer que arrumou um quarto marido.
— Me respeite menino. Amei todos eles.
Mentirosa.
Fala no maior fingimento e eu finjo acreditar.
— Então diga.
Kiara entra com o café.
— Aqui Sra. Parker.
Ela apenas faz sinal com o dedinho para que possa sair da minha sala.
— Huum delicioso, ela deveria ser a garota do café.
— Se puder dizer, estou muito ocupado tia.
— Não me apresse.
Reviro os olhos, encosto na beira da mesa e cruzo os braços esperando sua vontade.
Levanta deixando a xícara na bandeija na mesinha.
— Então. – Esfrega as mãos. — Arrumei uma linda noiva para você.
Apenas arregalo os meus olhos e fico sério.
— Que p***a de brincadeira é essa Rosela?
— Não é brincadeira sobrinho.
— Já chega, dá o fora daqui.
— Não antes de me ouvir. Tenho um amigo e ele precisa de um favor, seu patrimônio está falindo e a solução é uma fusão e então ofereci a empresa e você.
— Você fez o que?
— Isso, para salvar a pele do meu amigo você se casa com a linda filha dele e salva a empresa da falência.
— kkkk. – Começo a rir de nervoso. — Só pode está de brincadeira.
Ela me olha seria. Sim, ela não está.
— Case-se você com pai.
— Ele já é casado. Eu apenas me divirto com ele às vezes.
— Você é mesmo uma cobra.
— Das piores. Então já sabe se negar.
— Eu não tenho medo de você.
— Você pode não aceitar agora, mais pode ter certeza que darei um jeito de obrigar você aceitar.
— Eu p**o para ver.
Ela pega o casaco de pele dela e sai.
— Odeio ela. Tia dos infernos!
... ♧ ...
Gente vocês lembram quem é Rosela? kkkkkk
Uma pedra no sapato de Eric essa será.
Comentem para mim saber se descobriram kkkkkk e me deem a opinião de vocês... Sobre essa vilã ou não!!!!
Beijos até o próximo.