cap 04 Noivado

1565 Words
Alice... Não demorou muito e chegamos à mansão dos Ferrari. Aquele lugar era realmente muito bonito, digno de reis e rainhas, com toda certeza. Sem muita cerimônia, adentrei pela porta de entrada, sendo recepcionada por uma linda mulher que pediu para que eu esperasse ali enquanto ela chamava o nosso anfitrião. Não pude deixar de reparar que a mansão estava cheia de pessoas. p**a merda! Tudo isso por causa de um noivado? Quando olhei para o lado, meu irmão já estava ao meu lado, aguardando o dono daquele casarão. — Ciao, benvenuti. (Olá, sejam bem-vindos.) — Um senhor, bem bonito por sinal, veio em nossa direção. — È un piacere conoscerla, signor Ferrari. (É um prazer conhecê-lo, senhor Ferrari.) — Meu irmão o cumprimentou. — Sono il capo Erick, mafia americana. E questa qui è mia sorella Alice, la sua futura nuora. (Sou o chefe Erick, da máfia americana. E essa aqui é minha irmã Alice, sua futura nora.) — Lieto di conoscerti. (Prazer em conhecê-la.) — Busquei meu italiano no fundo da alma para cumprimentá-lo educadamente. — Dai, voglio presentarvi il resto della famiglia. (Vamos, quero apresentar o resto da família a vocês.) — Seguimos ele pelo saguão da mansão até chegarmos a uma sala cheia de pessoas da alta sociedade. — Alice, questo è il mio secondo figlio Arthur, e quella è la mia figlia più giovane, Aurora. (Alice, esse é meu segundo filho, Arthur, e aquela ali é minha filha mais nova, Aurora.) — Ele apontou para um homem que se aproximava vagarosamente e depois para uma garota loira que me deu um pequeno sorriso antes de se afastar lentamente. — Cunhada, que bela garota você é, hein? Aquele bastardo do meu fratello tem sorte. — Arthur beijou minha mão e depois me deu um grande sorriso. Juro pra vocês que eu adoraria que esse sim fosse meu noivo, porque além de lindo, é educado. — Ah... o-obrigada, Arthur. — Sorri sem graça. — Onde está o Don? — Meu irmão perguntou, já visivelmente impaciente. — Mio figlio ha dovuto risolvere un problema, ma probabilmente tornerà presto. Spero che tu capisca. (Meu filho teve que resolver um problema, mas provavelmente já está voltando. Espero que compreenda.) — Ele respondeu friamente, se retirando logo em seguida. Menos m*l. Espero que ele demore bastante por lá. — Olha só quem resolveu aparecer. — Arthur falou com um grande sorriso no rosto. Inevitavelmente, todos nós olhamos para a porta de entrada, e vejo um homem entrar segurando uma arma. Logo atrás dele, uma mulher. Meu Deus, ele não tem um pingo de respeito? Tenho que concordar com a Suzana: ele é realmente muito bonito, apesar do semblante intimidador que causa um arrepio em todo o meu corpo. A loira maldita olha na minha direção com um sorriso debochado no rosto. Faço o mesmo — aqui é cobra engolindo cobra. Vejo ele se aproximar dela e sussurrar algo em seu ouvido, fazendo com que ela se afaste, indo para o outro lado da sala. Ele se aproxima de nós, e eu o observo de cima a baixo. Gente, quem vê essa carinha linda nem imagina que é o próprio d***o em pessoa. — Don. — Meu irmão o cumprimenta, voltando a atenção para mim. — Esta aqui é Alice, sua noiva. Alice, este é Don Rodrigo. Olho para ele com desdém, forçando um sorriso cínico nos lábios. Ele me olha visivelmente irritado, mas logo volta à sua expressão indecifrável, causando mais um calafrio na minha espinha. — Vamos logo com isso. Não tenho a noite toda. Desgraçado, i****a, filho de uma mãe. Que cara grosso e s*******o! Meu Deus, que raiva desse homem. Certamente eu teria vários adjetivos bem ruins para esse crápula, mas garanto que, pra ele, soariam como elogios. Já faz uns 30 minutos que estamos sentados naquela mesa de jantar, esperando a boa vontade do meu noivo para começar logo essa palhaçada. — Boa noite a todos aqui presentes. Como todos sabem, estou aqui hoje para oficializar minha aliança com a máfia americana. — Ele e meu irmão levantam as taças de vinho. — E também meu noivado com a senhorita Alice Sullivan. Todos voltam os olhares para mim. Levanto-me lentamente, ajeitando o vestido e, em seguida, coloco-me ao lado dele, sob os olhares furiosos de sua amante. — Mio padre, potrebbe fare gli onori? (Pai, poderia fazer as honras?) Ele se levanta e a celebração começa finalmente. Alexandro diz algumas palavras às quais eu sinceramente não dei a mínima atenção. Em seguida, pega uma lâmina envolta em um pano vermelho. Rodrigo estende a mão, já impaciente — um i*****l. Seu pai faz o corte e ele a estende para mim, olhando-me com um sorriso de lado bem assustador — que, por incrível que pareça, o deixa ainda mais bonito. Levanto minha mão para que seu pai faça o corte de uma só vez. Sinto a lâmina queimar minha palma, mas não demonstro nenhuma reação, surpreendendo a todos. Ele segura minha mão com força, esperando alguma reação. — Aperta minha mão assim de novo que eu te faço engolir essa faca. — Sussurro em seu ouvido, vendo-o rir alto e chamar a atenção de todos. — Pelo sangue e pela honra. — Ele diz, e todos comemoram com um grande brinde. Logo depois, ele tira uma caixinha vermelha do bolso, revelando um lindo anel de brilhantes. Coloca-o em meu dedo. — A partir de hoje, Alice Sullivan é oficialmente minha noiva. Ah, meu Deus... grandes merdas isso tudo. A festa continua por um longo tempo. Meu querido noivo, que estava com uma pressa abominável, continua aqui rodeado desses paga-p*u de merda! Vou em direção ao jardim pra tentar fugir um pouco de tudo isso. Fico parada observando as estrelas, admirando o silêncio daquele lugar maravilhoso, quando escuto passos atrás de mim. — Posso falar com você, querida? — Escuto uma voz feminina bem próxima ao meu ouvido. Ao olhar, dou de cara com a loira que estava agarrada ao Rodrigo há pouco. — Já está falando. — Só queria que você soubesse que eu sou a mulher da vida do Don Rodrigo, e que é a mim que ele chama todas as noites. Só que agora você... — Que você é amante dele eu já sabia. Mas precisava vir até aqui me dizer isso? — Olho pra ela com um sorriso de lado ainda mais cínico, vendo-a visivelmente irritada. — Se não se importa, quero ficar sozinha. Por favor! — Nós nos veremos de novo. Pode ter certeza disso, minha querida. — Ela passa a mão nos meus cabelos e solta uma gargalhada, finalmente me deixando sozinha. Me sento em um banco, um pouco mais afastada de todos. Olho para o céu e respiro fundo, tentando conter as lágrimas que insistem em cair. Que inferno! — Olha só se não é a minha querida noivinha... — Aquela maldita voz. Meu Deus, será que é pedir demais por um minuto de paz? — Ah, que saco! — Resmungo. — Você não deveria estar lá dentro? — Não é da sua conta. — Respondo friamente, encarando aquele i****a. — Abaixa o tom pra falar comigo, garota. — Ele parece mais irritado que antes. — Se não o quê, grande Don Rodrigo? — Me aproximo ainda mais dele, mostrando que não tenho medo. — Vai me matar? — Não me teste, garota. Ou as coisas podem ficar muito feias pra você. — Que se f**a! — Dou as costas, indo em direção ao salão, mas sou impedida por ele. — Você não é meu pai, muito menos o babaca do meu irmão. Então larga meu braço, Rodrigo! — Posso não ser seu pai, mas no momento em que coloquei esse anel no seu dedo, passei a ser seu dono. — Dono?! — Pergunto, perplexa. — Você acha mesmo que eu sou um objeto que pode pegar e chamar de "seu", assim, na cara dura? — Acho. Ou melhor, tenho certeza. — Vai pro inferno, figlio di puttana! — Falo, puxando meu braço de suas mãos e voltando a andar. Mas ele me puxa de volta pelos cabelos, com força. — Você tá me machucando, Rodrigo! — É pra machucar mesmo. — Ele me empurra com tanta força que bato a cabeça no banco. — Tá maluco, p***a?! — Grito, vendo ele se aproximar de mim. Ouço um estrondo e percebo que ele me deu um tapa. — Se você, minha querida, tem amor por essa sua vidinha de merda, nunca mais fale comigo nesse tom. — Coloco a mão no rosto, sentindo-o arder. Ele enrola os dedos nos meus cabelos e me puxa para que eu fique de pé, cara a cara com ele. — E nunca mais ouse falar da minha mãe com essa sua boca suja. Ou você vai implorar pra nunca ter nascido. — Olho assustada, segurando o braço dele com as unhas. — Você entendeu? Eu perguntei se entendeu?! — S-sim... Ele sorri, me deixando ainda mais apavorada. Passa a língua nos lábios — nojo. Nojo é tudo o que eu sinto desse homem asqueroso. — Vamos entrar. Agora. Ele me puxa até a entrada do salão, onde todos estavam, visivelmente aterrorizados. Assim que vi meu irmão, me soltei das mãos daquele nojento e corri em sua direção, o abraçando, implorando para que ele me tirasse dali o mais rápido possível...
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