cap 07 as coisas vão mudar

1206 Words
Alice . . . Acordo me virando na cama, sentindo uma forte dor de cabeça. Que inferno! O que diabos aconteceu comigo? Parece que um caminhão passou por cima de mim. Meu corpo todo dói, e minha cabeça parece que foi pisoteada por elefantes. Abro os olhos vagarosamente, sentindo a luz refletir neles, me fazendo puxar o lençol e tampar a cabeça inteira. Sinto um cheiro diferente vindo daquele cobertor e me levanto bruscamente. — Ai, meu Deus, onde é que eu estou? — falo comigo mesma, olhando ao redor, sem reconhecer aquele quarto. — Que merda! Meu irmão vai me matar... Se o d***o não fizer isso antes. Sento na cama, olhando a mesinha ao lado e reparo que há um copo de água com vários remédios. Pego dois comprimidos aleatórios e os tomo com a água da mesinha. Me levanto, mas uma tontura forte me derruba de volta na cama. Olho para uma cadeira onde há uma blusa e uma calça preta, junto com uma lingerie branca e uma toalha. Percebo que meu vestido está jogado no chão junto com meus saltos. Dou um pulo da cama ao notar que estou vestida com uma camisa masculina branca. — p**a que pariu... O que foi que eu fiz? — me repreendo mentalmente. Tô fodida, com toda certeza. Corro pro banheiro, entro desesperada e olho minhas partes íntimas pra ver se não fiz nenhuma besteira da qual eu possa me arrepender depois. E, graças a Deus, não! Agradeço mentalmente, afinal, estou destinada a me casar em três dias com o Rodrigo — e ele vai querer tirar a prova da minha virgindade. Decido tomar um banho bem gelado pra espantar essa ressaca que tá me matando desde a hora em que acordei. Lavo meus cabelos várias vezes, estavam fedendo a cachaça. Que nojo! Depois de quase uma hora no banheiro, resolvo sair de uma vez. Escuto a porta do quarto bater e saio correndo pra ver quem era meu anfitrião, mas quando chego lá, a pessoa já não está mais. Droga! Me visto rapidamente e saio daquele quarto. Ando pelo corredor e sinto um calafrio percorrer meu corpo, me deixando assustada. Entro na sala e não vejo ninguém. Vou até a cozinha tomar um pouco de água, depois caminho até a varanda pra olhar as pessoas lá embaixo — quando escuto alguém tossir atrás de mim. Me viro bruscamente e dou de cara com o Rodrigo sentado num canto da sala, me observando. Ai, que merda! — Bom dia, minha querida noivinha — ele diz, sorrindo e virando o copo de uísque de uma vez. Percebo que me olha de cima a baixo por cima do copo. — Bom dia — respondo timidamente, sentindo o medo tomar conta de mim. — Dormiu bem? — Acho que sim... — Sento no sofá, sentindo um arrepio forte subir pelo meu corpo. — C-como... droga! — Como você veio parar aqui no meu apartamento? — ele pergunta, sem muita paciência. Concordo com a cabeça, nervosa. — Simples, eu te trouxe. Não se lembra? — Não — minhas mãos tremem. Ok, isso não ajuda muito. — Vou te contar, já que, se eu não fizer isso, outra pessoa vai — vejo um sorriso cínico se estender no rosto dele. Desgraçado! — Mas primeiro, vamos tomar café. Apenas aceno com a cabeça e me levanto rapidamente, mas, inevitavelmente, ele me segura pela cintura, colando nossos corpos com força. — P-por favor... n-não faz isso. — Isso o quê, garota? — Ele começa a passar a mão pelo meu corpo, me deixando assustada. — Tudo em você me pertence. E saiba que não tem mais pra onde fugir — sussurra no meu ouvido, me causando arrepios. — P-para! — o empurro com força. Ele cambaleia pra frente, e eu caio de joelhos no chão. — Por enquanto, eu vou parar, minha bela garota — ele se abaixa na minha frente, segurando meu cabelo com força e me obrigando a olhar em seus olhos, tão azuis quanto o mar. p***a, que homem lindo! — Levanta, não tenho o dia todo. — T-tá... Ele me puxa com força até a varanda, onde há uma mesa posta. Ainda de cabeça baixa, sinto uma lágrima escorrer pelo canto do meu olho. A limpo e tomo um longo gole do suco à minha frente. Estou enjoada por causa da bebedeira de ontem, não consigo comer nada. — Não vai comer nada, Alice? — Por um momento, ele larga o celular e volta toda a atenção pra mim. Não digo nada, apenas n**o com a cabeça. — Bom, você que sabe. — Fala logo de uma vez, Rodrigo. — Resolveu abrir a boca, garota? — olho pra ele e vejo aquele sorriso tentador estampado no rosto. Mais que droga eu tô pensando? Me repreendo mentalmente. — Foi você que insistiu pra vir comigo. Disse que não queria voltar pra casa. — Eu? — Lógico que foi você, garota! Quem mais seria? — Ele começa com as grosserias e seu olhar indecifrável me deixa aflita. — Pra resumir: você me tentou tanto que eu acabei te agarrando na frente de todo mundo. Isso depois que ameacei atirar na cabeça daquele garçom, filho di puttana. Mas, por incrível que pareça, você não resistiu. Se entregou pra mim. — Ai, que merda! — vagarosamente as lembranças começam a aparecer na minha mente: o garçom, nossa conversa e, por fim, o beijo. Droga, droga! — Pois é, Ali. Você ainda me levou pra uma sala escura pra ficarmos a sós. — E-eu tenho até medo de perguntar... mas o que rolou depois disso? — Nada — fico surpresa. — Você queria t*****r comigo, mas eu neguei, mesmo estando duro feito pedra. Eu disse que, antes disso, preciso tirar a prova da sua virgindade. Mas saiba de uma coisa: se não fosse por esse pequeno detalhe, eu teria te fodido até você esquecer seu próprio nome. Sinto minhas bochechas queimarem feito brasa. Não acredito que fiz esse papelão logo com esse ser nojento na minha frente. — SEU FILHO... — coloco a mão na boca. — Acho que não ouvi direito. Você me chamou de quê? — SEU DESGRAÇADO, NOJENTO! — bato na mesa com as duas mãos, derrubando os copos. — EU TE ODEIO, RODRIGO! OUVIU BEM? — Fossi in te mia cara, abbasserei il tono per parlarmi (Se eu fosse você, minha querida, abaixava o tom pra falar comigo) — ele diz em italiano, e é aí que percebo sua raiva. — Eu quero ir embora. Agora. Sem dizer mais nada, ele se levanta, vai até a porta e pega o paletó que estava sobre a cadeira. — Vai querer que eu vá aí te buscar pelos cabelos? — i*****l — murmuro, implorando pra que ele não tenha escutado. Eu não posso negar que Rodrigo tem um charme encantador, mas sua arrogância o transforma num demônio. Não sei o que me espera nesse casamento, mas uma coisa eu sei: não serei uma esposa boazinha e obediente. Pretendo fazer meu nome dentro dessa família, mesmo tendo medo dele. Daqui a três dias, meu nome será Alice Ferrari, esposa do grande Don Rodrigo. E a partir daí... as coisas vão mudar. Me aguardem.
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