#4

1048 Words
- não me atraio por caras como você - sussurro no mesmo tom de provocação em seu ouvido, e me afasto. - garotas com o seu temperamento não duram muito tempo comigo - ele sussurra de volta - vamos ver quanto tempo você vai durar... - ele da um sorriso sarcástico. A realidade é que a pior coisa que eu podia ter feito, era despertar o interesse dele pelo simples fato de não estar interessada! Quer dizer... ele é gostoso pra c*****o e desperta todos os pensamentos mais eróticos que eu tenho, mas ainda assim, não passa de um i****a! Vejo Max bufar de ódio e nadar para longe como se nada tivesse acontecido. Talvez eu tenha sentido uma grande dose de satisfação ao ver a cara dele de não ter conseguido o que queria, ou será que isso era efeito do álcool?.Pego uma toalha na pilha de toalhas, e estico a mesma em uma rocha, deito por cima, e fico olhando as nuvens, por sorte, um dia nublado estava a nos contemplar. Depois de uns cinco minutos, meu instinto começa a me alertar, logo escuto barulho de galhos se partindo, o que me faz olhar para o lado e ver que se trata do mesmo lobo que me atacou no outro dia. Sento na pedra, e o mesmo continua a me encarar sem sequer se preocupar em ser discreto para não atrair olhares alheios. Olho para as pessoas em volta, e vejo que ninguém notou a sua presença, coloco um short e meu tênis e vou em sua direção. O mesmo quando vê tal ato, começa a andar para longe da festa, como se esperasse que eu o seguisse. - quem é você? - pergunto e o mesmo não responde. Eu sabia que ele poderia me escutar. - tem muitos humanos aqui! - volto a insistir - não é bom que você fique andando por aí na sua forma Lupina! E então ele para no meio do caminho e se vira para mim. Sua forma lupina é a maior que eu já vi até hoje, ele é um lobisomem forte. Não sei quem era, mas conforme ele se aproxima de mim, começo a ficar nervosa... tento sair dali, mas o mesmo me barra. Me admira que ele ainda não tinha sido notado, mas devemos levar em conta que todos aqui estavam chapados. Ele parece tentar se arriscar, e dá alguns passos a mais em minha direção. Agarro meu cordão com força devido ao susto, e vejo seu olhar vidrado no meu pescoço. Ganhei este cordão pouco antes do ataque, pouco antes dos meus pais morrerem. Eles me disseram para nunca tirar, e assim eu fiz.É feito com prata de fada, nunca enferruja ou quebra. Aos olhos de qualquer um, não é nada demais. É apenas uma corrente fina com um pingente modesto de lua, mas é sem dúvida minha jóia mais preciosa. Ele olha fixamente para o meu cordão e então rosna, e sai correndo floresta a dentro. Estranho... Volto para festa, e junto minhas coisas para ir embora. - já vai, amiga? - pergunta Lu com a voz embolada. - sim... estou um pouco cansada - explico achando graça de seu estado alcoolizado. Não me levem a m*l, mas ela é uma bruxa, logo estaria de volta ao normal. Se é que existe algum estado de normalidade para Lúcia. - quer que eu te leve? - ela toca em meu ombro e tenta se equilibrar para colocar suas sandálias de dedo. - não precisa, eu vou andando - dou risada - agora pare de beber! - falo em tom de ordem. - sim, mãe! - ela revira os olhos. - me liga se precisar de alguma coisa, ok?. Ela assente e volta para a festa saltitante. Entro na floresta para cortar caminho, começo a andar na trilha que ia dar perto da minha casa. Eu não faço o tipo social mesmo. (...) Depois de 20 minutos, eu já deveria pelo menos estar vendo a minha casa, mas nem isso. Lobisomens poderiam ter ecolocalização, tipo as belugas sabe?, mas acho que seria pedir demais a grande Deusa. Começo a me desesperar, o tempo estava se fechando, e estava prestes a começar uma grande chuva.Aperto o passo, mas acabo não vendo a raiz de árvore no meu caminho, então acabo tropeçando e torcendo o pé. Bom trabalho, Katherine!. - ahhgr! - gemo de dor. Pingos de chuva começam a cair, e com mais frequência, ficando mais forte e deixando a paisagem mais turva. Estava começando a anoitecer, eu não podia me transformar por causa da dor, e por não saber se tinha humano por perto. Pego um tronco de árvore, e uso como apoio para me levantar... vou mancando até cair de novo e bater a cabeça em uma pedra. A última coisa que lembro... Um lobo... Olhos vermelhos... Caninos afiados... (...) Alguém me tirou do chão, e está me carregando... posso sentir o seu cheiro. O seu cheiro.... E então apago... (...) Acordo com uma dor de cabeça infernal, tento abrir mais meus olhos, mas logo os fecho devido a claridade. Eu fui pisoteada por um trator ou o quê?. Quando meus olhos se acostumam com a claridade, analiso a situação. Eu estou em uma cama macia, lençóis cheirosos, e um quarto com aparência rústica. O cheiro... O cheiro... O cheiro... Um leve aroma de perfume masculino e folhas de menta impregnava aquele quarto. Passo a mão no meu peito, e vejo que meu cordão já não estava mais lá, o que me leva a me desesperar. Me levanto as pressas mas logo caio novamente, eu esqueci do pé machucado!. Me apoio na cama, observo a paisagem pela janela, e aparentemente, eu estou em uma casa na floresta, o que poderia vir a facilitar a minha fuga(ou não). A porta é destrancada, pego a primeira coisa que vejo para me defender... um abajur! Quando a porta é aberta, jogo o abajur no ser, e o mesmo cai no chão. Me levanto rápido e saio "correndo", até que chego em uma sala e tento abrir a porta porém a maldita estava destrancada. Sinto braços ao meu redor, me afastando a força e sem muita demora, um pano com um cheiro estranho é pressionado contra o meu rosto.
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