O Rei Leão, parte final

805 Words
Mais um dia começou. E por incrível que pareça ele foi normal. Eu tomei banho, café, me vesti e peguei o ônibus feito qualquer estudante da California e isso meio que mexeu comigo. Até agora nada de confuso em minha vida. Bom demais para ser verdade. Quando cheguei à escola na manhã seguinte, logo na entrada, me encontrei com o grupo de teatro que se reunia em uma das várias mesas de pedra que ficavam no gramado junto a outras com muitas pessoas conversando naquele belo dia ensolarado. Todos sorriram para mim, mesmo após o acontecimento de ontem. Eu, naquele momento parecia apenas mais uma no meio de uma multidão. Talvez tivesse de me acostumar com isso. De qualquer modo, aproveitei as confusões que tivera até eu enfim me situar no meu lugar. — E aí disseram que ele está voltando... — Sussurrou Yumi. — Tomara que ele mate todo mundo. — Disse Valentina, alegre como de costume. — Vira essa boca para lá, bicha. — E Kyle se benzeu, até fez um tremelique nos ombros, saldando o seu santo. — Ui, Saravá! — Do que estão falando gente? — Eu ri descontraída e joguei a mochila de lado, sentei-me sobre a mesa e deixei os pés no banco, cruzados, para ninguém ver a cor da minha calcinha branca. Não, pera... Ah! f**a-se. — Donnie. — Disse Rebecca em voz alta. Kyle e Yumi taparam a sua boca. — SHHHHH! — Ambos Sussurravam. Até algumas pessoas ao nosso redor nos encarou como se tivesse escutado esse nome. — Ué. Qual o problema gente? — Perguntei novamente e retirei uma maçã da mochila. — Lord Voldemort ou alguma coisa como Você-Sabe-Quem, que não pode ser pronunciado? — Ironizei de boca cheia. — Bem, acontece que existe mais um grupo além dos perdedores e os populares... — Kyle sussurrou. — São os gangsters. — Sussurrou Yumi. — E porque estão sussurrando, seus arrombados? — Eu também sussurrei. — Porque são o único grupo que os populares e toda a escola respeitam. Até mesmo os diretores. — Disse Rebecca. — Ah, deixa de enrolar e fala logo qual o B.O.! — Mordi a maçã e mastiguei, revirei os olhos e suspirei impaciente. — Eles são da periferia. Mexem com drogas, tráfico de armas, ouvi boatos que até se envolvem com máfia e coisas do gênero... São barra pesada. Quem olhar torto para eles pode acabar sendo vítima de sequestro... Ou Pior! — Explicou Yumi, bem baixinho. — Para quem estava sem falas, até que você está tagarelando, hein? — Provoquei. — Enfim... — Kyle tomou a frente novamente. — Houve três assassinatos à bala, de alunos no ano passado. E... Pelo que fiquei sabendo, foram eles que mataram no fim da aula, no buraco da desova. — Com um certo receio, ele disse. — Buraco da deso...? COFF, COFF! — Me engasguei, chocada, colocando a maçã para fora. — Sim... Uma espécie de pátio abandonado nos fundos da escola. Um terreno baldio. Um ferro velho! Cheio de carros, pneus e também uma boca de fumo. — Rebecca explicou em detalhes. — Certo! Mas quem é... — Continuei, até ser interrompida. — Você-Sabe-Quem? — Perguntou Kyle. — Ah, vai tomar no cu que isso aqui não é Harry Potter, viado. — O repreendi. — Esse livro é meu e quem tem que botar terror aqui sou eu! — Então, você tem um forte concorrente. — Disse Rebecca. — Porque o líder deles voltou de viagem ontem e deve estar... Toda a escola parou no momento. Se levantaram, cochicharam e foram se afastando em aglomerados. Um carro blindado preto, cuja marca eu não sei, mas que aparece naqueles filmes italianos de máfia, poderoso chefão e o escambal. O chofer simplesmente estacionou, saiu do carro vestindo terno, gravata e com direto a boina na cabeça e por fim abriu a porta do passageiro para um rapaz passar. — Chegando... — Rebecca concluiu. — É ele galera, é ele! — Disse e se escondeu atrás de mim. Usando uma jaqueta de couro, óculos escuros e uma Jeans surrada, o rapaz veio caminhando na passarela, atraindo olhares de todos que estavam ali. Mas, ninguém o encarava como eu. Até deixei a maçã cair no chão. — Lembram quando eu disse no capítulo passado que eu não morria no livro? — Perguntei a você mesmo, LEITOR! — Então... Prepara o próximo volume com outra personagem.... — Terminei. — O que foi Ariana? Parece que viu um fantasma... — Perguntou Kyle. — E vi. — Respondi. — O meu, ali, fora do corpo. Sim, era o cara que eu chamei de arrombado, lerdo e mandei se f***r. — Alguém só pode... — Engoli em seco. — Me dizer qual o signo dele? E Rebecca que de quase tudo sabia, respondeu: — Leão. Jason, corre aqui.
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