O Rei Leão, parte II

1657 Words
Não preciso dizer que, minha Tia quase me matou quando eu deixei verde a metade do carpete da pensão. Ela quase me pegou pelos cabelos e me forçou a ir tomar um banho no banheiro da sala para que eu não terminasse de estragar o seu piso novo. Bem... Eu não tive outra opção. Passei exatamente, 72 minutos me esfregando e gastando todo o Shampoo e condicionador para que tirasse o verde até da minha x**a. Eu parecia a Fiona numa versão gostosa. Mas, foi trabalhoso. Ganhei alguns músculos, a pele estava meia avermelhada de tanto esfregar, porém, mais macia e o vapor saia daquele banheiro ao abrir a porta como se eu estivesse numa sauna. — p***a! Lembrar de nunca mais tentar ser popular. — Revirei os olhos. Estava enrolada em apenas uma toalha no corpo e outra na cabeça. Segurei as roupas entre meus dedos e fui subindo na ponta dos pés para não ter que chamar a atenção de ninguém. Jamais desejaria ser vista assim. Subi rapidamente, ergui o rosto e pude ver a minha porta. Mais que depressa mantive o curso, e quando cheguei perto, bem perto, a maçaneta se virou sozinha, eu encarei a maçaneta, a maçaneta me encarou, a porta abriu, eu vi meu primo dentro do quarto. Jason parou e me encarou, eu o encarei de volta, a gente se encarou, ele me puxou e eu fui puxada para dentro. E a chave virou! Entenderam? — Qual o seu problema!? — Berrei lá dentro. — Agora resolveu falar comigo? — Questionou cínico. Jason estava apenas de calça. Preta, Skinner. Um boné para trás e o peitoral exposto. — Saia do meu quarto, ou eu vou gritar! — Ameacei. — Você não gritar. — Sorriu de canto. — Porque não vai querer que todos te vejam seminua com seu primo seminu dentro do seu quarto. — Ergueu a sobrancelha. — Você não está seminu! — Fui clara, e direta. Não estava para brincadeiras. Ele desabotoou a calça, abaixou de vez e ficou apenas de boxer preta, deixando os poucos pelos a mostra do umbigo pelo o caminho da perdição que desenhava bem aquele volume avantajado, além das coxas bem definidas. De repente, quele cheiro de homem exalou, invadiu minhas narinas e fez meu coração além de outras partes pulsarem mais fortes. — Agora você... Está. — Encostei as costas na parede, encarei entre suas pernas, balancei a cabeça negativamente e o olhei. — Certo Jason. Vamos acabar logo com isso, ok? Hoje foi um dia cheio, eu estou exausta. — Desanimada, comentei. Fiz uma bola com as roupas que estava na mão e joguei sobre o colchão. Cruzei os braços abaixo dos s***s que quase saltavam da toalha, dei um passo para frente sem me intimidar e o encarei fria. Porém, gostosa né, mores? — O que você quer? — Sussurrei tão pesada que ele pode sentir no ar o meu cansaço. — Ari. — Ele me encarou e começou. — Ana. —E eu completei. — Ari-ana. — Para ser mais exata. — Certo, Ariana. — Pausou, passou a mão no rosto e prosseguiu. — Eu quero pedir desculpas, ok? Sei que peguei pesado. Claro, você teve sua parcela de culpa e... — Veio se desculpar ou me jogar a culpa? Se decida! — Delicada como uma rosa, rebati. — Ok, Ok! — Estendeu as mãos. — Você tem razão. — Admitiu. Numa leve pausa, eu pude ver de longe a vidraça da minha janela começar a encharcar. Começou a chover do nada e o clima se tornar frio e escurecer um pouco devido as nuvens tempestuosas. Um temporal repentino, o leve frio arrepiou minha pele. Fiquei frustrada ao perceber que Jason havia notado os curtos pelos dos meus braços ouriçados. O teto parecia estar sendo atacado por canivetes, aquele som era incômodo, mas, o clima meio que pareceu... Foder comigo. — p***a, autor, assim você me quer na merda... — Pensei comigo mesma. — Como ia dizendo... Eu fui um i****a. Não deveria ter deixado tudo aquilo me subir à cabeça e agora me sinto um babaca. — Lentamente ele foi se aproximando de mim. Mesmo com as calças entre os pés, ele se moveu com maestria. Era de fato um alfa e sabia o que fazer para derreter qualquer garota. Suas coxas quentes ficaram entre as minhas frias em um contraste que me fez arrepiar. Seu peitoral apertou bem os s***s e me arrancou um suspiro pesado. Com uma mão, Jason apoiou na porta, estendida, como se me cercasse e a outra usou para tirar os pequenos fios que escapavam da toalha do meu rosto. Sua testa veio de encontro a minha, ambos fechamos os olhos e o seu nariz esbarrou ao meu naquela troca mútua de respirações. — Jason... — Sussurrei. — Por favor... — Ele pediu, quase implorou, apenas para eu ouvir. Mas para o azar dele, eu não era como as outras garotas que se curvavam para um c*****o. Por mais que o dele fosse grosso. Sim, eu senti no capítulo quatro. — Eu sei que fui errada em te mandar tomar no cu quando te conheci. — Minhas mãos tocaram seu peitoral. Minha intenção era afastá-lo, mas, não tinha como eu não o tatear antes e sentir como era macio, quente, acolhedor e ao mesmo tempo me dava aquela sensação de segurança. Ou seria apenas uma armadilha? Como sempre? Enfim, em poucos segundos acordei, não me deixei levar e o empurrei suavemente, só para manter aquela distância e poder encarar seus olhos negros com os meus âmbares, da mesma cor das chamas do meu signo. — Porém, isso foi longe demais. — Concluí. Umedeci meus lábios com a língua e ele não tirava os olhos deles. Mas, eu tinha de ser firme. — Desde que me aproximei de você... Da última vez que abracei você... Para ser exata, das duas ou três vezes se não me engano, veio apenas mentiras e com elas, humilhações. Você zombou de mim, Jason! — Por incrível que apreça, meus olhos se encheram de água. — Mas eu estou aqui para remediar isso! Não está vendo?! — Ele se alterou um pouco, segurando em meus pulsos e me fazendo encará-lo mais fixamente. — Como você quer que eu acredite em alguém que sempre mente, pisa e me faz se passar por i****a na frente de todos assim que termina de me dar um abraço ou falar coisas bonitas? — Questionei retoricamente. E mesmo que não fosse... Ele não saberia responder. Pois, eu estava certa. — Eu... — De fato, não sabia o que falar. — Você... — Pausou, acenou várias vezes com aquela feição emburrada, sem querer admitir que estava errado. E deu um leve passo para trás, mas, sem me soltar. — Me daria apenas mais uma chan...? Eu coloquei meus cinco dedos nos lábios dele. — N-não! Não se submeta a isso! — Retruquei. — Eu estou magoada. Estou ferida, por mais que haja uma casca grossa envolta de mim que esconda esse fato muito bem. — Respirei fundo, desencostei da parede e enfiei a mão ali atrás, encontrei a maçaneta e a virei. — Saia do meu quarto, Jason. Eu não quero te ver. Ok? — Disse, porém... — Ao menos não agora. — Pronto, expliquei melhor. — Me dê um tempo. — Ele foi me soltando e se afastando. — Para que tempo? — Ele perguntou e eu nem acreditei. Não sabia se ele era insensível de propósito ou não sabia lhe dar com garotas. — Para você entender. — Disse a ele. — Entender? — Riu, debochado. — Entender o que, Ariana? — Que somos diferentes. — Fui clara. — Eu sou uma “anta nordestina”. — Fui irônica. — Pobre. Que veio do sertão da p**a que pariu. Não sou uma garota que quer ir ao shopping com as amigas no fim das aulas ou escrever no diário e ficar suspirando acordada por causa de um grande amor. De onde eu vim, eu tive feridas e elas ao invés de cicatrizarem, só abriram mais ainda desde que pisei aqui. — Pausei para respirar. — E você, um garoto que tem a garota que desejar. Possui um carro maneiro, popularidade e consegue o que quer facilmente. Somos de mundos totalmente diferentes. E eu não sou o tipo de garota que faz seu perfil ou que te completa. Se está duvidando, assiste aquelas comédias românticas americanas, você vai entender o que estou falando. — E acenei para ele ir embora. Novamente, Jason acenou. Deu alguns passos e quase tropeçou na calça, por isso, pegou nas mãos e dobrou ficando apenas de cueca na porta do meu quarto, de frente para mim. — Tem certeza de que não posso fazer nada para que possamos começar de novo? — Insistiu. — Tenta aparecer com uma roupa branca, ensopado de chuva, sujo de lama e em seguida passa uma toalha cheio de óleo na sua cara assim que o sinal tocar para o intervalo. — Ironizei. — Quem sabe assim te perdoo. — Terminei, revirando meus olhos. A paciência já estava me faltando. Como sempre, Jason fechou a cara. Mas, aceitou meu não. Atrás dele, um rapaz do andar de cima passou por nós, parou e ficou encarando a cena. Jason seminu, saindo de meu quarto, comigo seminua. — Que foi? Nunca viu uma garota se pegando com o primo não? Filho da p**a curioso do c*****o. — E fechei forte a porta. Fez um baita estrondo. — What is she talking about? — Sem entender minha língua, o gringo perguntou a Jason o que eu havia falado. — She said: welcome. — Jason o informou que eu havia desejado boas-vindas. Ele nunca ficou tão feliz por alguém não entender meu dialeto. E ao mesmo tempo, as palavras que eu disse ali na porta, mesmo que grosseiras, o fez pulsar de leve entre as pernas.
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