DONNIE

2000 Words
Se demorei tanto a chegar é porque prevalece o ditado em que diz que os últimos serão os primeiros. Ou, aquele sobre quem ri por último ri melhor. E tem aquele também sobre... Água bruta... dura em pedra mole... Tanto bate até que é nóis, ou alguma coisa assim. Não importa. Não esperem um capítulo alegre ou divertido como os outros. Eu sou um rei. Um predador. Diferente de muitos desta obra a começar pelos leitores e Autor. Não é questão de ego. Qualquer cego pode ver que a única pessoa a qual sabe tomar as decisões certas e não brinca em serviço, sou eu. O leão acordou! Me espreguicei em minha espaçosa cama em meio aos lençóis brancos de seda britânica. Um rei deve ser tratado com tudo do bom e do melhor. Confesso que aquela ereção matinal sempre me foi problema quando se é dotado. Mas, nada, que deixar o companheiro de lado e apertado na cueca branca não resolva. É... Acordei ao sonhar besteira com ela de novo. Porque isso estava acontecendo ultimamente, eu não sabia. Era a primeira vez que me pegava assim em anos. Meu nome é Donnie Otwerside. Possuo 17 anos e 22 centímetros. Sou Britânico e moro em Beverlly Hills por enquanto. Assim que me formar, estou pensando em cursar alguma coisa em outro país. Quem sabe Itália, Espanha ou França. Talvez vocês possam me ajudar a decidir. Hoje é um dia aparentemente normal como todo outro. Tomei o meu banho, vesti meu roupão e penteei o cabelo. Enquanto desci pelas escadarias da mansão eu me vi sozinho como sempre. Tudo era tão vazio as vezes. Mas, ao lembrar de como laços podem trazer sérias consequências, eu geralmente acabava agradecendo toda essa solidão. — Donnie. — Black me chamou. 99% das vezes era ele quem eu via toda manhã pela primeira vez. Meu braço direito, meu fiel escudeiro. — Trouxe quem me pediu. — Recitou. — Perfeito, pegue a minha arma. — Ordenei e continuei a descer. — Mas... — Pigarreou com certo receio. Eu causava medo nas pessoas. Até naquelas que se diziam minhas amigas. A única que não tinha medo de mim, era uma Gangster conhecida como: Satanás de Saia. Confesso que aquele nome me trouxe boas risadas ao me pegar sozinho. — Tem um garoto e... — Garoto? Do que está falando? — Perguntei. Black deu um passo para trás e um garotinho se escondia tímido. Pequeno, cabelos loiros quase brancos. O irmão de Ashley. — Oi... — Ele disse tímido. — Quem é? — Apontei. Desci e peguei a arma do lado. Prendi dentro do roupão na cueca e comecei a preparar um charuto. — O irmão dela... — Disse Black. — Dela quem? — Perguntei. — Da Ashley, tio! — O menino teve coragem de me dizer. Acendi o charuto, traguei e baforei. — O que ele está fazendo aqui, Black? — Queria muito, MUITO saber. — Eu não sabia se levava ele para as celas ou... — Fumar faz m*l para saúde, sabia? — Ele me enfrentou e Black ficou quieto. — E quem te perguntou alguma coisa? — O fuzilei os olhos. — Não sou movido a perguntas! — O pequeno afrontoso deu de ombros. Black se desesperou. Deveria estar adivinhando que eu iria atirar na cabeça do moleque e o segurou. — Desculpe Donnie, estou o levando para... — Não. — Pausei. — Deixe-o aí. — Entreguei o charuto para Black. — Pode ir. — Sim... Senhor... — Com certo receio do que podia fazer, Black saiu e me deixou a sós com ele. Me aproximei o suficiente para agachar e encará-lo fixamente. — Qual seu nome? Sua idade e... — Pensei e terminei: — Seu signo? — Victor... Tenho oito anos e sou de Áries! — Sorriu. Eu caí sentado. Já era o segundo Ariano em minha vida. — E seu ascendente? — Perguntei me levantando. — Leão! — Eu pensei que não podia piorar. E caí de novo. Uma diaba e um leão em corpo de anjo. Para que aquilo não ficasse pior, preferi não perguntar a lua. Vai que fosse escorpião ou aquário? Ai a desgraça estaria feita! Por um momento, eu queria ver onde isso ia dar. ANTES que pensem besteiras, não é isso que veio a minha mente, MAS... Se eu tivesse um filho com Ariana, como seria? Igual a esse pestinha? Se sim, começava a puxar a mãe. — Me diga algo que gosta. — Eu perguntei. — Baseball! — Ele disse. Agora sim eu estava gostando. — Venha comigo. — Pedi, me virei e saí andando. Caminhei com o garoto até um quarto em especial. Eu tinha um cômodo especialmente para troféus, tacos, bolas, luvas e camisetas autografadas por todo o time dos Yankees. Eram minha paixão. E por coincidência, Victor torcia para o mesmo time. Logo, nos daríamos muito bem. Até esqueci por um momento que queria matar a sua irmã. Com os olhos brilhando, ele entrou e não tocou em nada. Ficou me encarando com uma feição pidona e eu ri. Acabei deixando. — Aquele troféu... É o que eu estou pensando? — Perguntou curioso. — Meu pai o comprou no mercado n***o quando tinha sua idade. Um dos troféus da liga Americana que os Yankees venceram. — Expliquei. — Nossa... E ainda possuí aquela luva! — Me encarou mais uma vez, pidão. — O que foi? Acha que pode vencer o grande Leão em uma partida? — Eu o desafiei. — Só se for agora! — Respondeu confiante. Sem me importar se eram ou não relíquias, eu segui com ele até o grande Jardim e montei um time de Baseboll improvisado. Todos estavam vestidos uniformizados. Black e alguns Gangsters também. Só faltava um bom time de líderes de torcida para torcer por mim. Talvez a mãe... Digo, Ariana fizesse esse papel se estivesse aqui. Ou, simplesmente nos assassinaria a sangue frio com o taco de Baseball caso quebrássemos alguma coisa dentro de casa. Enfim o juiz apitou e a gente começou. Jogaram a bola e o maldito moleque conseguiu de primeira acertar uma boa tacada em MINHAS bolas de longe. Eu caí sentado, segurando nelas e gemendo de dor enquanto os Gangsters retiraram armas e apontaram para o pirralho. Em prantos e com o rosto vermelho, ergui a mão lentamente e pedi para que cessassem o ataque e repetíssemos a partida. Passamos um bom tempo jogando. Foi acirrada, eu poderia dizer. Mas, claro que estava facilitando para ele. E o fiz tanto que acabei perdendo. Deveria estar enferrujado. É, é isso. Pode parecer estranho vindo de mim, mas, ver que o menino ficou contente com a vitória me deixou... Acho que... Satisfeito é a palavra certa. Eu queria muito que meu pai jogasse comigo quando moleque, mas, ele não tinha tanto tempo assim. Ao contrário de mim, que tinha todo do mundo. — Ei, tio Donnie, não precisa chorar. Eu sei que não é tão bom jogador e maravilhoso como eu, mas... Você jogou bem! — Aquele demoniozinho me lembrava muitas pessoas. Ou uma apenas. Talvez duas no máximo. — Certo fedelho, mas, da próxima vez não será tão fácil. — Retirei as luvas e me sentei no gramado. — Vai ter uma próxima vez? — Ele saltitou perguntando. — É... — Pensei bem, desviei o olhar e lembrei da minha casa vazia. Quem sabe, uma companhia as vezes não me fizesse bem? — ... Por que não? — Disse baixo. — Pode vir amanhã se quiser. — Amanhã não dá... Minha irmã vai viajar para o Texas com algumas amigas e ela vai me deixar em uma creche até a volta já que não tem ninguém para cuidar de mim. — Disse um pouco entristecido. — E se... — Tive uma ideia um pouco maluca. — Eu cuidasse de você? — Sério? Sério mesmo de verdade? — Ele saltou em leves pulos. — Será que minha irmã deixa? — HAHAHAHA! — Não pude deixar de rir alto. — Sem sombra de dúvidas. — Mesmo porque, ela não teria escolha. — Black, leve o Victor para tomar banho, lhe dê roupas novas e me esperem que daqui uma hora eu vou almoçar com vocês. — Ordenei. — Antes, preciso ter uma conversa com uma pessoa. — Me levantei e ele foi levando o garoto. — Não está pensando em treinar um futuro Donnie, está? — Black deixou o garoto em um canto e voltou discretamente só para me perguntar isso sem que ele escutasse. — E qual o problema? Victor Otwerside me soa bem. — Realmente, me soou muito bem. — E será melhor do que viver em um trailer, sem atenção, passando necessidades. — Fui sincero. — Entendo. — Começou a rir. — Melhor me acostumando com o pequeno patrãozinho. — Virou para ir embora, até se lembrar de algo e voltar. — Ah, e a velha Dollores? O que devemos fazer com ela? — Perguntou. — Joguem ela para a Vicky. — Disse. — Vicky? — Me perguntou. — Sim. O tubarão branco, fêmea que crio na piscina. Esqueceu? — Recitei. — Só queria ter certeza... — Deu de ombros e foi embora. Eu tive de me apressar. Antes de me aventurar em toda essa novidade de ter um pequeno parceiro, tinha que deixar tudo pronto. Mostrar a quem deveria que, eu mandava ali. Segui até as celas onde ficava alguns prisioneiros. Todas, com exceção de uma, estavam vazias. Ashley, ficava na última, sentada, sobre a cama de pedra, sem saber o que falar ou fazer. Assim que eu cheguei vestido de jogador de Baseball e bati com um dos anéis grossos que usava sobre as grades para chamar atenção, ela se assustou. Em seguida, se levantou e correu até mim. — Onde está o Victor?! O que você fez com meu irmão? — Desesperada, balançava as celas e enchia os olhos de lágrimas. — Donnie, eu mereço todo o castigo do mundo, mas, por favor, não faça nada com ele! Ele não merece! — Choramingou. — Cale a boca. — Ordenei e enfiei a mão nas grades lhe segurando pelo pescoço. — Eu deveria te matar agora, sua v********a! — Trinquei os dentes. Realmente, era minha vontade. — Sua sorte, é esse garoto. — A soltei no chão. — Ele realmente não merece passar pela sua vida desgraçada. — Enquanto dizia, abria a sua cela. — Do... — Começou a tossir no chão, se levantando aos poucos e recuperando a respiração. — Do que está falando, Donnie?! — Eu vou cuidar do garoto enquanto estiver no Texas. Vou dar a ele o que comer, do que vestir. Estudos. Tudo que você não é capaz de dar. — Disse meus planos. — Você... — Ela ficou feliz por um momento, vi o sorriso nos lábios. Mas, logo se desfez ao cair a ficha. — Espera... Você vai envolvê-lo no tráfico! Donnie, não! — Ela correu até meu corpo e a empurrei de volta. — Não é como se eu tivesse perguntado se você quer ou aceita. — Gargalhei baixo e superior. Fui me afastando e a deixei passar. — Vá ao Texas, faça o que tenha de fazer. Eu vou preparar os papéis para a guarda do garoto. A menos que você se recuse e um pequeno assalto possa levar a sua morte e ele fique órfão. — Dei de ombros. — Agora sim, você pode escolher se aceita ou não. Ashley não se presenciou. Continuou chocada. Ela estava restrita de suas opções, porém, se não tivesse me prendido em um buraco e isso quase custasse a minha vida, talvez não precisasse se preocupar com isso. Eu coloquei na cabeça o que queria e iria conseguir! Nem que tivesse de passar por cima dela. Resolveria melhor assim que ela voltasse e então é só esperar. E falando em esperar, eu acabo minha narração por aqui. Não vou perguntar se gostaram, pois, comigo no comando é difícil alguém odiar.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD