Capítulo 01

2050 Words
Chloe Jones — Eu não sei. — Eu passei o paninho sobre a bancada do hotel. — Não acho que você tenha que seja legal igual você diz. — Ai, chloe, você vive dentro de casa, precisa sair para se divertir... — fiz bico. — só fica guardando dinheiro, como se você fosse conseguir comprar aquela casa antes dos cinquenta. Parei e suspirei. Anna era a minha melhor amiga e no geral, não era uma mulher amarga e infeliz, assim como ela tem se feito parecer agora, muito pelo contrário. Fazem dias que ela me chama para esse bar e que tem exigido que eu vá, pelo seu aniversário. Não gosto desses lugares e não sei se quero ir, mas... não quero que Anna fique chateada logo em seu aniversário. — Tudo bem, eu vou. — suspirei. — X — Odiava esses lugares, com todas as minhas forças, odiava baladas, odiava festas enormes e principalmente, odiava esse montante de pessoas. Quero dizer, ela estava flertando com um cara a muito tempo e se não fosse por mim — e pela sua obrigação moral de permanecer do meu lado —, duvido que eles não estariam se engolindo por ai. Sentia pena, quero dizer, era o aniversário dela e ela não deveria estar sendo presa pela sua amiga careta e quase nada divertida, mas ela estava ali. — Porque não vai até ele? — Perguntei, por cima da música alta. — Você jura? — Ela me encarou, um sorriso de orelha a orelha. Diferente de mim, Anna era muito mais liberal sobre a sua sexualidade, enquanto isso, eu permanecia procurando "o homem perfeito" e inexistente. Eu sabia que ele não existia, mas parecia que nenhum homem me interessava, nem Luca, o filho do gerente do hotel. — Claro, quero dizer, é o seu aniversário, não é? — Eu sorri para ela. — É... — ela me puxou e beijou meu rosto com força. — Você é uma ótima amiga. Ela me puxou para um abraço e saiu, andando até ele sedutoramente, balançando os quadris em sua direção. Observei-os trocando poucas palavras, até saírem pela porta da frente juntos. E cá estava eu, sozinha e decidida a nunca mais voltar aqui ou qualquer coisa do tipo. Eu sei que ela não tem culpa e que podia muito bem ter continuado aqui, mas ela me chamou e sei lá, eu estou confusa agora. Terminei de tomar meu refrigerante e pulei do banquinho, pegando a minha bolsa para voltar para a minha casa de taxí. Quando, de repente, acabei esbarrando contra alguém forte, alta e muito, muito musculoso. Toquei meus cabelos, e olhei para cima, dando dois passos para trás. — Desculpe, eu não vi você ai. — Limpei minha garganta. — Percebi. — O homem disse e olhou para os amigos. — Está sozinha? — Estou indo para casa. — Avisei, tentando me desviar dele. — Tão cedo, boneca? — Ele passou os dedos pelos meus cabelos. — Porque não fica para tomar uma bebida conosco? Uma mulher tão bonita assim, sozinha? — É... eu tenho que ir, tenho trabalho a fazer. — Mordi minha bochecha, nervosa. — Fica! — Ele disse, ameaçador, seus olhos me estudando, fazendo a minha carne tremer pelo medo. A verdade é que tudo estava parecendo tão confuso agora. Meu coração batia rápidamente e com muita força, enquanto eu o encarava morrendo de medo. Eu queria mesmo correr, mas eles pareciam mesmo perigosos e mesmo com medo, decidi ceder a acabar mais prejudicada. — Eu... só uma! — Falei, me encolhendo. — Só uma... — ele me lançou um sorriso perverso. — Senta, eu volto já com a sua bebida. E então, eu me sentei, sendo observado por todos aqueles homens que pareciam muito perigosos e extremamente violentos. Minha carne tremia e o medo me deixava a cada minuto mais medrosa. — Beba! — Ele me estendeu uma taça. — O que tem aqui? — Perguntei. — É uma bebida especial, beba! — Mandou, me encarando fixamente. Beberiquei, sentindo a minha garganta queimar conforme o álcool descia pela minha garganta. Apertei meus lábios um contra o outro voltei a beber, sendo observada. — x — Lorenzo Greco Passei os olhos pelo local, sentindo-me estupidamente entediado com tudo ali. Quero dizer, não tinha nada de interessante em toda aquela balada. A música alta, as mulheres, nada. Tudo me parecia estupidamente igual a todas as outras vezes em que eu pisei aqui. Suspirei, bebericando o whisky em meu copo. — Senhor Greco. — Um dos meus capangas me chamou, fazendo-me olha-lo. — Sua limousine está pronta. Eu estava prestes a ir embora. Deixei o copo sobre a mesa, me levantei e ajeitei o blazer sobre o corpo, percebendo quase que imediatamente os olhares queimando sobre mim — coisa que não era novidade nenhuma. Sem dizer uma palavra, fui seguido por eles, enquanto me mantinha atento a tudo. Eu sabia que tinha inimigos e que tinha que me manter atento a tudo. Segurei a respiração e passei a mão pelos meus cabelos assim que vi a cena mais estupida e completamente nojenta da minha vida. Na verdade, era absurdo que algo assim estava acontecendo em um lugar com tantas pessoas. Lancei um olhar para os meus homens, voltando a minha atenção para a mulher que estava em pé, m*l se segurando nos próprios pés, cambaleante e com uma clara expressão de bêbada. Eu não conseguia ver esse tipo de situação e permanecer quieto e acho que ninguém deveria fazer o mesmo. Quero dizer, tantas pessoas e elas vêem uma mulher nesse estado e não fazem nada? — Soltem-na. — Ordenei. Os homens piscaram para mim e deram um breve sorriso de canto, olhando-se todos. — Vai embora e não se meta nos nossos negócios. — O maior, que estava segurando a garota disse, chamando a minha atenção. — Eu mandei soltar. — Mandei. — Eu estou falando sério, não me obriguem a tomar qualquer medida mais drástica. Eles riram em coro. — O que você pretende fazer, engomadinho? — Perguntou, largando a menina que praticamente caiu sobre o sofá sujo do local. — Você não vai querer saber. — Eu grunhi. Ele se aproximou e eu fechei meus dedos em punhos, esperando que ele estivesse perto o suficiente. Ele tentou me acertar um soco e eu desviei, acertando-lhe o primeiro no nariz, e em seguida mais um e mais um. Quando ele caiu no chão, o amigo se aproximou, tentando me atacar também, ri. Eles não têm idéia da pessoas que eles estão mexendo. Acertei-lhe um soco certeiro, fazendo seu nariz sangrar no mesmo momento e ele cair cambaleante no chão. Encarei meus capangas, dando a eles um sinal bem claro. — Qual é o seu nome? — Perguntei. Ela me encarou, ainda zonza e se segurou em meu blazer. Se levantando para me segurar com ainda mais força. — Onde você mora? — Perguntei mais uma vez, tentando arrancar alguma coisa dela. — Eu moro... — ela me encarou, desesperada. — Eu... eu... E ela apagou em meus braços, ali no meio de todas aquelas pessoas. Eu não tinha escolha, tinha que leva-la para a minha casa e ela teria que permanecer lá até amanhã pela manhã bem cedo. — Vamos para casa. — Anunciei. Os homens me encararam torto e muito confusos, mas sabiam que tinham que me obedecer. O que uma garota desse porte poderia fazer comigo? Entramos na limousine juntos, enquanto ela ainda permanecia agarrada em mim, mesmo em um sono profundo. Ela se aconchegou nos meus braços e com um suspiro profundo, se aninhou mais a mim. Eu não sabia o que fazer, principalmente, quando cheguei na minha casa. Nunca tinha trago uma mulher na minha casa, nunca tinha chegado nessa parte, eles sempre sabiam onde moravam — e era absurdo como isso tinha acontecido duas ou três vezes esse ano. Subi as escadas da casa silênciosa e escura, enquanto o mordomo trancava a porta atrás de mim. Entrei no meu quarto, colocando a mulher sobre a cama, me perguntando o que fazer agora. Soltei-me dela e fiquei em pé ao seu lado na cama, me afastando um pouco, mas antes que pudesse ir muito longe, a mulher misteriosa segurou meu pulso com suas mãos delicadas e me encarou com seus olhos amêndoados. — Fica comigo. — Ela disse, em um murmurio. Eu a encarei de volta, soltando um suspiro pesado, enquanto ficava tentado a ir embora, mas ao mesmo tempo, queria atender aos desejos dela e foi isso que eu fiz. Retirei minhas meias, jogando-as sobre o sapato, dei a volta e me sentei no lado vago da cama, tentando manter uma distância segura da mulher ao meu lado. Era linda, olhos escuros, cabelos castanhos escuros, boca carnuda e pele alva. Era linda como uma flor e parecia tão frágil quanto uma flor. Observei cada detalhe dela, percebendo que era linda como um anjo. Permaneci ali o restante da noite, até pegar no sono definitivamente. — x — Chloe Jones Acordei em um pulo, sentindo uma dor de cabeça quase que insulportável, enquanto a luz do dia entrava em contato com os meus olhos. Gemi, me virando para o outro lado. A próxima coisa que encontrei, me fez virar e me jogar para fora da cama com um grito agudo. Era um homem, lindo, mas ainda um homem. Ele se sentou na cama e me encarou confuso, com uma enorme cara de sono. Ele tentou se aproximar de mim, tentando me tocar e eu fechei meus dedos em punhos, acertando-lhe um soco no nariz. Logo em seguida, ele levou a mão ao nariz e se aproximou de mim, enquanto eu tentava me defender dele com uma sessão de socos e tapas. Ele me segurou e me girou, pressionando seu corpo contra o meu na cama. — Solte-me, seu monstro. — Berrei, me debatendo. — Primeiro, se acalme... — sua voz grossa ecoou pelos meus ouvidos, fazendo-me estremecer. Forcei-me a me acalmar, puxando o ar com força, ainda sentindo um medo absurdo tomar conta de mim. — O que você fez comigo? — Perguntei. — Onde eu estou? O que fez comigo? Ele continuou me encarando por algum tempo e depois se levantou, afastando seu corpo quente do meu. — Eu não fiz nada com você. Salvei sua vida na noite passada. — Ele explicou. — O que estava fazendo em uma balada como aquela e sozinha? Eu engoli em seco, estava mesmo levando uma bronca? — Era o aniversário de uma amiga. — Eu pressionei meus lábios. — E onde ela estava? — Perguntou. — Saiu com um rapaz. — Eu estava mesmo envergonhada agora. — Grande amiga a sua, te deixou em um lugar desconhecido com uma galera super perigosa. — Ele me encarou. — Deveria me agradecer e não me socar. — O que aconteceu na noite passada? — Perguntie, me encolhendo. — Não quero falar sobre isso agora… — É de mim que estamos falando. — Disse rápidamente. — De qualquer maneira, eu salvei você, mas minha cabeça está doendo demais para explicar tudo. Eu me sentei na cama, sentindo a culpa me acometer. Mordi minha bochecha e pisquei algumas vezes. — Me desculpe. — Pedi. — Eu deveria agradecer mesmo, eu acho. — Eu sei. — Ele disse, duro. — Obrigada. — Agradeci. Ele me encarou e entrou em uma das portas do quarto, fechando-a. Permaneci ali, me deitando na cama mais uma vez e tentando imaginar o que faria agora. Esposa ele não tem, imagino, ele passou a noite aqui, mas... e se tiver namorada? Noiva? Droga, eu nunca mais vou sair em toda a minha vida, eu prometo. Alguns longos minutos depois e o homem saiu pela segunda porta, parando alguns segundos. — Pode tomar banho e não precisa ir agora. — Ele anunciou. — Eu tenho algumas coisas importantes essa manhã lá embaixo. — Certo, obrigada. — Pedi. Ele me ignorou, saindo do quarto e me deixando ali, agora sozinha de verdade. Meu coração batia muito rápidamente no meu peito, enquanto eu tentava manter algum controle. Lambi meus lábios e puxei o ar com força, puxando e soltando diversas vezes. Precisava tomar coragem para me erguer e ir enfrente sabe-se lá o que que existe nessa casa enorme.
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