CONVERSAS

1063 Words
- Quem era ele? Rebecca e Matteo estavam de volta ao Sereia Esmeralda, em seu gabinete, conversando. - O que ele disse? - Primeiro me responda. - O que foi? - Quem era ele? O tal de Johnny... Ela suspirou antes de continuar: -Lembra que lhe disse que tinha um amigo? Que me deu a caixa e tudo o mais? - Era ele? O Johnny? - Ele mesmo. - Ah...Sim, então. Se fosse outra ocasião ela continuaria a discussão, mas estava mais interessada por outro assunto: - O que ele disse? - Sente-se. Vicenzo puxou a cadeira da sua escrivaninha e posicionou-a de frente para sua cama. Rebecca foi hesitante, sabia que essa reação de era porque a conversa fora produtiva. Ela se sentou na cadeira e o pirata na cama: - A conversa foi...Interessante, podemos dizer. Ela não falou nada, no que Vicenzo prosseguiu: Muito bem, logo depois que você saiu, eu fui direto ao ponto. - O que você quer, Matteo? - Eu soube que você está em busca de um certo colar. Os olhos de Blackew emitiram um brilho estranho: - O que você sabe sobre ele? - Somente que é bastante valioso. O motivo real da reunião é que eu creio que você sabe bastante sobre o colar... -...E você quer que eu te conte. - Isso mesmo. -Diga-me, por que eu te contaria? Vicenzo sorriu, se fizesse o jogo certo, saberia de tudo que queria. - Por que eu posso te ajudar a achá-lo. - Qual seu real interesse? - Meu caro, se envolve tesouro eu sempre me interesso. Houve uma pausa, em que Blackew pensava em suas opções. - Muito bem... Este colar é de ouro, envolto por esmeraldas, como você deve saber. Também conhecido como Colar de Vênus. Ele é a chave de um portal secreto, onde se guarda os mais inimagináveis tesouros! - Interessante...Continue. Onde fica esse local? - Não sei. - Como assim homem? Você procura por um tesouro que nem sabe se existe, baseado em uma lenda e nem ao menos sabe sua localização? - Não se exalte Matteo, ou posso parar por aqui. O problema é que para se descobrir o paradeiro de tudo isso, não é tão simples assim! Pelo que pude descobrir, esse mistério tinha muitos guardiões, cada um guardava uma pista para o local, que quando juntas, formariam o caminho até o X. Essas pistas foram guardadas em mais inimagináveis lugares, mas sempre se tem uma chave. Todas elas foram entregues à guardiã suprema, que morreu sem revelar onde estavam escondidas. Agora, estou na busca de quem pode tê-las consigo. - E quem seria essa pessoa? - Pelo que descobri, a guardiã tinha uma filha, que depois de sua morte mudou-se de cidade. Creio eu que ela está com as chaves e nem tem conta disso. Mas ainda estou em encalço dela. - Tem alguma pista? - Meus homens estão procurando qualquer informação. - Nós fechamos o trato de que eu o ajudo na busca e dividiremos o tesouro meio a meio. Provavelmente ele pensa em me m***r antes, se bem o conheço - concluiu a história. Vicenzo se calou e eles ficaram em silêncio por um bom tempo. Rebecca estava absorvendo as informações. Esse terrível capitão estava atrás dela para pegar as chaves e depois provavelmente matá-la. - Como ele sabe da minha mãe? E ela era a Guardião Mestra? - Ao que me parece, sim. E ele sabe que ela morreu, pois andou perguntando. Vicenzo mentiu, imaginava outra coisa, imaginava sim que ele fora atrás de Lauren e a obrigá-la a dizer onde estavam as chaves, como ela se recusou ele a matou. - Agora, Becca... Sobre este garoto... - O John? Vicenzo fez uma careta: - Sim, o Johnny...Bem, o que você contou a ele? - Como assim? - Rebecca – ele a olhou profundamente - você lhe disse algo sobre... esse mistério? - Não... - Não? - Não. - Ótimo, não sei se ele é confiável... - Como assim? Eu lhe disse! Conheço-o desde sempre! - Sim, mais pelo que soube, ele partiu aos 14 anos em um navio mercante, não? - Sim, mas... - Mas nada! Veja...Você o conhecia muito bem, mais não se veem desde os 14 anos, ele pode ter mudado. - Mas ele... - Que seja! Só peço que você não fale nada até eu ter certeza de que ele é confiável, capisce? Ela já estava um pouco irritada, como o pirata poderia suspeitar assim de Johnny? - E como você vai ter essa certeza? Ela disse rispidamente, no que Vicenzo respondeu: - Vou sair para beber com ele. - Você O QUÊ? - Vou sair para beber com ele. - Eu ouvi e entendi, não sou estúpida! Mas, beber? - Sim... Ele entrou na taberna por um motivo não? Creio que foi para beber, mas caso tenha havido outros motivos... Ele parou para ver o efeito que aquela frase fez. Ela havia aberto a boca, mas não dito nada, assim ele resolveu perseguir: - Mesmo porque, se ele beber pode ficar... Mais 'solto', podemos dizer. - Você que embebedá-lo? - Nããão, deixar a verdade fluir melhor, seria o certo. - Não acredito! - Oras...Se eu souber bem quem ele é, por que não deixá-lo fazer parte da minha tripulação? Os olhos azuis da Rebecca emitiram um leve brilho, que logo mudou para uma nada boa expressão: - Você Quer Torná-lo Um Maldito Pirata? - Ôoo, mais respeito, e sim, por que não? - Por quê? Por quê? - Sim, por quê? - Porque ele não leva o menor talento para um miserável ladrão! - Opa! Cuidado com as palavras! E acho que essa decisão é ele que deve tomar... - Enquanto está bêbado? - Claro que não! Ela começou a mexer o pé impacientemente, no que Vicenzo achou que fosse o momento oportuno para acabar com essa conversa. Ele deu um falso bocejo e disse: - Bem...Se não se importa, estou moído, por tanto boa noite. Queira retirar-se, sim? Ela se colocou de pé: - Sim, me importo! E não vou me retirar! Vicenzo ficou um pouco surpreso com aquela reação. -Sinto então, mas eu sou o capitão deste navio e estou mandando que você se retire agora. Ele então a empurrou para a porta e a fechou em sua cara. - Vicenzo! Vicenzo! Abra isso! Ahh..! Pro inferno!
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