“Oh, pelos deuses…”
Estava tão constrangida. O Alfa simplesmente me ajeitou em seu colo, inclusive empurrando minha cabeça para que deitasse sobre o seu peito. Meu coração batia tão forte que parecia querer saltar para fora do meu peito.
O que as pessoas pensariam de mim?
O que a Luna Hira pensaria ao nos ver em posição tão íntima? Oh, grande deusa, me proteja!
— Alfa, elas estão esperando a sua ordem para começar.
Era a voz do Beta, que falava como se estivesse contendo o riso. Seu tom de voz piorou o meu constrangimento e escondi o rosto no peito do Alfa.
— Não posso autorizar o início da homenagem enquanto a homenageada não estiver pronta para assistir.
Ele disse, nitidamente rindo. Ambos riram de mim e da minha situação. Porém, por mais que desejasse me desvencilhar do alfa, seus braços em torno do meu corpo impediam qualquer movimento com tal propósito.
Eu não podia fazer mais esse desaforo contra a Luna do clã. Com muito esforço, tomei a coragem de afastar meu rosto do peito do Alfa. Ele me ajudou, virando o meu corpo de frente para o centro do vale.
Fiquei ainda mais constrangida com todos nos olhando e as fêmeas aguardando em suas posições. Havia umas vinte fêmeas vestidas de modo semelhante, mas as cores e tons as diferenciava. Avistei Sunna no canto do lado direito, na frente de sua irmã. Luna Hira estava diante das demais bem ao centro, deixando-a de frente para onde estávamos sentados.
Seu belo rosto estava sério enquanto olhava para o Alfa, ou seria para mim? Oh, droga! Ela não parecia estar nada contente com a posição em que eu me encontrava.
— Alfa, não seria melhor se eu sentasse em outro lugar? Não quero ofender a Luna e penso que ela vai se zangar comigo sentada aqui, como sua companheira, ela -
— Ela não é minha companheira!
Ele me interrompeu, e enquanto proferiu essas palavras um tanto irritado, me apertou mais contra o corpo.
— Mas… não entendo, ela é a Luna e você o Alfa...
— Ela é a Luna, eu sou o Alfa, e isso é tudo, Pequena. Agora se comporte, elas vão começar.
Ele fez um sinal com a mão e o som de batuques se fez ouvir. Só então notei outras fêmeas ao lado do grupo com instrumentos musicais. Nunca os tinha visto, mas gostava do som que produziam.
A música era contagiante, o ritmo alegre e sensual. Elas moviam o corpo lindamente em sincronia e compreendi a importância dos pedaços de tecido esvoaçantes em suas vestes. Elas pareciam flutuar em seus movimentos graças ao efeito que faziam.
De tempos em tempos, me meio a dança, elas arrancavam sutilmente um dos lenços e os deixavam cair no chão. Seus corpos cada vez mais expostos, bem feitos e cobertos por pinturas, desenhos diferentes das dos machos, porém, tão intrigantes quanto.
Luna Hira era a que dançava melhor, seus movimentos eram perfeitos, a beleza de sua dança exuberante. Durante toda dança ela olhava para o Alfa, oferecendo os gestos para ele.
Senti algo estranho em meu coração, uma queimação irritante por reconhecer o quanto Luna Hira era deslumbrante. Qualquer macho a desejaria, na antiga tribo que me aprisionou antes, ela seria um dos produtos mais caros, se não, a mais cara de todas!
O Alfa, no entanto, passou a maioria do tempo falado com o Beta em outro idioma, provavelmente não queria que eu soubesse sobre o que falavam. Ainda assim, deslizava a mãos por meus cabelos, gesto que me relaxou ao ponto de sentir sono e fechar os olhos…
***
Ela adormeceu nos meus braços. Essa pequena feiticeira encanta até mesmo dormindo.
É curioso como minha atração por fêmeas se baseava em sua força. Razão essa pela qual escolhi Hira como favorita do harém para me servir e para ser a Luna do clã. Atraente, altiva, forte, uma guerreira feroz durante as batalhas. Dominar e montar uma loba feroz é extremamente excitante e atraia a minha fera.
No entanto, nos meus braços, uma fêmea frágil, fraca, pequena e sem curvas me atraía mais do que qualquer outra. Minha fera rosnou em minha mente, uma clara mensagem que nossa fêmea não precisa ser forte nem guerreira, pois é nossa função protegê-la e provê-la.
As fêmeas terminaram a dança e as intocadas que ainda aguardavam seus companheiros se retiraram e as demais se ajoelharam diante de mim, apenas Hira permaneceu em pé, como mandava a tradição. Eram as fêmeas do harém se oferecendo para o Alfa.
Os machos sem companheiras aguardavam lado a lado em volta delas. O Alfa é sempre o primeiro a escolher a parceira, os demais aguardam para serem escolhidos pelas fêmeas.
Pela primeira vez, nenhuma delas me interessou.
Fiz o gesto para se levantarem, indicativo de que não desejava nenhuma delas. Hira sorriu orgulhosa da minha decisão.
— Alfa, é uma honra para mim servi-lo mais uma vez. — Ela se aproximou com um sorriso lascivo nos lábios pintados de carmim.
Levantei-me e deitei a pequena Luna no trono.
Sua delicada pele estava fria, coberta apenas por um vestido cerimonial que só servia para ser rasgado. Peguei uma das peles que adornava o meu trono e a cobri.
A pequena manhosa puxou a pele e se enroscou nela, como uma gatinha.
Hira segurou a minha mão para desviar a minha atenção para ela. Ela colocou a mão no meu peito, deslizando as unhas afiadas na minha pele.
O cheiro de sua excitação se espalhou no ar em nossa volta.
— Sua marca em mim está se apagando, Alfa.
— Ela sempre apaga, Hira, por que não desiste?
— Nunca desistirei de ter você como meu macho para sempre, Alfa; É o único que o meu corpo deseja. Toma o meu corpo, meu alfa, me fode gostoso e me marca como sua!
Ela tirou o resto dos trapos que vestia, se revelando inteiramente nua. Se aproximou mais, até os seus s***s estarem pressionados contra o meu peito.
— Não acho que seja uma boa ideia, Hira. Te avisei da última vez que não tentaria mais. Nossas fêmeas não podem sofrer mais decepções…
— Dessa vez será diferente! Essa noite, na presença dessa Luna e com a sua fera presente, creio que poderemos finalmente concluir nossa conexão. Nossas fêmeas podem se beneficiar da presença dela, ainda que dormindo.
O que ela disse era verdade, mesmo que Nadja ainda não estivesse madura, a força de uma Luna de nascimento podia ser sentida pelas fêmeas. Porém, minha natureza nunca a aceitaria, muito menos eu desejava uma conexão com ela agora que a pequena Luna surgiu como que caída do seu para mim.
O aroma de sexo permeava o ambiente, gemidos de fêmeas ecoavam pelo vale. Ao meu lado, o Beta agia como um adolescente, rasgando a roupa de Tabita, ansioso por montar sua companheira na forma de lobo.
Eles se transformaram e correram para dentro da mata. A chance de engravidar transformados era maior….
Orgias eram parte da cultura da minha espécie e de muitas outras em nosso universo. Vampiros e demônios copulavam em grupos, com a diferença de que Lobos não compartilhavam suas companheiras, somente não marcados eram liberais na hora do sexo.
Hira deslizou a mão pelo meu peito, descendo até tocar minha ereção. Meu m****o estava duro e latejando mediante o aroma de tantas fêmeas no cio. Hira segurou-o e deslizou a mão, subindo e descendo deliciosamente, como a fêmea capaz e experiente que era.
No entanto, uma forte dor irrompeu em minhas costelas.
Minha natureza protestou contra o toque da fêmea que minha forma humana estava acostumado a usar. A fera estava me punindo destroçando a minha carne de dentro para fora.
Diante da angústia, me afastei de Hira com um rosnado que vinha da minha terceira forma, rejeitando o toque dela.
Ouvi duas fêmeas sobressaltadas: Hira, decepcionada pela rejeição e Nadja.
Quando me virei, a Pequena Luna estava sentada, encolhida e envolta na pele de urso que servia como cobertor. Seus olhos grandes e arregalados me encaravam cheios de lágrimas.