Untitled Episode

1526 Words
Segurei a mão dela e a levei para fora. A minha natureza achou divertidas as vãs tentativas dela de se afastar. A pequena Luna tinha uma faísca dentro de si, que a fera adoraria ver incendiar. Ela tinha traumas, qualquer um poderia perceber, e isso fazia a minha natureza salivar de desejo pelo sangue de quem quer que a tenha ferido. O velho curandeiro era sábio com aquele jeito parvo dele. Não fosse a beberagem para me controlar, não sei o que poderia ter a acontecido. Ao sairmos do quarto, o meu Beta estava parado no corredor me aguardando ao lado da sua companheira. Ela tinha um brilho de excitação no olhar e eu podia imaginar os cálculos da sua mente. — Alfa, os anciãos estão reunidos no templo de Hecate. Eles afirmam que o senhor quebrou as normas e estão preocupados. Eli não precisou dizer-me mais nada. Aquele bando de velhos inúteis já estava se articulando. — Que merda de norma eles acham que quebrei? Não dar satisfação de cada passo para um bando de múmias? Ouvi um gemido baixo e afrouxei a força com que segurava a mão de Nadja. Ela deu um passo para trás de cabeça baixa, o fedor do seu medo empestando o corredor. Um ratinho assustado. — Eles salientaram que não fórum consultados sobre a aceitação de um m****o novo no nosso clã. Os olhos de Eli pausaram em Nadja e ela encolheu-se ainda mais de medo. Cada vez mais odeio vê-la assustada. — E eu devo me importar com os sentimentos feridos deles, por quê? — O velho Antenor quer enviar alguns ômegas para convidar Alfas aliados para a celebração de hoje… Não pude segurar o rosnado da minha terceira forma. Aquelas parasitas estavam indo longe de mais nas minhas costas. Nadja tentou escapar da minha mão e instintivamente a puxei para os meus braços. Senti as batidas rápidas de sue coração amedrontado e a respiração ofegante. A b***a era possessiva, e a intenção dos anciãos era possibilitar que o companheiro dela a encontrasse. Qual o interesse deles nessa merda? Não sei, mas vou descobrir. Ela era um filhote apenas, e seria minha quando amadurecesse. A minha fera tinha em mente maneiras diferentes de matar qualquer alfa que alegasse conexão com ela. Devo estar ficando louco, conexões de almas são sagradas e devem ser respeitadas, mas imaginar a pequena Luna com outro macho fazia o meu estômago revirar. Tabita posicionou-se um pouco atrás de mim e falou em voz baixa: — Alfa, as meninas do harém prepararam uma refeição para nossa hóspede e a estão aguardando, posso levá-la enquanto resolve a situação. Por alguns segundos, não pude afastá-la de mim. Apesar do medo, matinha o rosto pressionado contra o meu peito. O sorriso em meu rosto era sincero, a pequena Luna queria usar o meu corpo para se proteger de mim? A contragosto afastei-a um pouco, segurando o rosto dela entre as minhas mãos. Tão bonita, o rosto menor do que a minha mão, nariz pequeno e arrebitado, lábios macios me uma boca pequena. A minha mente criou imagens de uma criança atrevida e altiva, que se tornaria uma Luna forte e confiante. O que aconteceu com ela para que parecesse um ratinho assustado? — Vai se comportar se eu deixar que vá com Tabita para o harém? Ela moveu os lábios, mas não saiu som algum, os seus olhos vidrados nos meus sem piscar. — Responde, Pequena Luna, vai ser uma boa menina enquanto espera no harém? Respirou fundo e fechou os olhos antes de responder: — Sim, senhor Alfa, eu vou ser obediente! — Que boazinha você é, Nadja. Se alimente direito e não saia de perto da Tabia, entendeu? Ela sacudiu a cabeça mordendo os lábios, acatando as minhas ordens. Que coisinha mais linda, a minha fera gritando que ela estava pronta, ainda que sue corpo não tivesse muitas curvas. Vou precisar da ajuda do velho mais uma vez, para confirmar a idade dela e examiná-la, mas, primeiro, teria que encarar a reunião de aristocratas pomposos que acreditavam que suas opiniões valiam alguma bosta. — Tabita, vou confiar a segurança dela a você! Não a deixe sozinha nem por um segundo e tenha certeza de que se alimentará direito. Está fraca e magra demais. Prepare-a para a cerimônia hoje a noite e, lembre-se. Não diga uma palavra do que testemunhou hoje a ninguém, fui claro? — Sim, senhor, confie em mim, cuidarei bem da pequena Luna… mas… precisamos conversar sobre o que disse no quarto… Tabita era a pessoa que mais cruzava os limites comigo, até mesmo mais impertinente do que Eli, mas a felicidade não contida ao olhar para Nadja foi suficiente para que eu relevasse a empolgação. Segurei uma das mãos da Luna nos meus braços e beijei, saboreado o perfume da sua pele. Teria que me afastar dela por apenas algumas horas e a minha natureza sentia como se estivéssemos em viagem de guerra. Assim a deusa criou as Lunas, absurdamente atraentes para os Alfas. Elas são presentes de Hecate para minha espécie, e somente os melhores provariam do sabor. Um Alfa precisava provar o seu valor para se tornar líder, mas uma Luna de verdade já nasce Luna. *** A confusão da minha mente e coração pareciam piorar a cada instante que o Alfa por perto. Queria correr para bem longe dele, mas meu corpo se inclinava na sua direção inconscientemente. O perfume que vinha de sue corpo, oh deusa, como algo podia cheirar tão bem? Quando ele em envolveu nos seus braços abruptamente, o meu corpo reagiu se aninhando em seu peito desnudo. Gesto que me parecia tão íntimo e perigoso. Estava a sua mercê, se ele acertasse um pouco mais quebraria facilmente meus ossos, e para minha surpresa, aninhei-me sem pestanejar, me sentindo segura como nunca. Ninguém poderia me machucar enquanto o enorme Alfa me segurava, só ele… Quando me afastou de sue peito, a ausência do calor da sua pele fez o meu corpo se arrepiar de frio. Levei algum tempo para voltar a realidade da minha situação. Ele era uma fera monstruosa que havia me capturado e se eu não me comportasse os castigos poderiam ser terríveis. Ele poderia me ordenar qualquer coisa e eu diria sim, não sei se por medo ou simplesmente por desejar mais um pouco daquele calor. Ele me pediu para me comportar e ser uma boa menina…. Essa foi a fala mais absurda que eu poderia ouvir daquela fera tão poderosa. Os seus olhos tinham um brilho brincalhão, de alguém que sabia muito mais do que eu poderia imaginar. Ele sorriu para mim… Oh, minha deusa, dentes tão afiados em uma boca tão bonita com um sorriso que franzia os seus olhos… Eu iria me comportar bem pelo resto da minha vida se fosse agraciada por aquele sorriso. Que vergonha, eu deveria estar memorizando o caminho para o Harém para planejar uma fuga futura e não ficar fantasiando com um Alfa. Alfas são pervertidos, Alfas são cruéis… Naquele sorriso tão lindo se escondiam dentes afiados que dilacerariam a minha carne e me engoliria inteira. Oh, deusa, quando transformado ele literalmente conseguiria me engolir inteira! Tabita caminhava a minha frente pelos corredores, a parede era de pedra escura iluminada por luminárias a óleo estrategicamente posicionadas. Era um acesso privado da casa do alfa para seu harém. Eu sabia o que era um harém, o líder da outra tribo tinha um, nele ele montanha os ômegas, tanto machos quanto fêmeas, que ele usava quando queria, algumas vezes emprestava aos visitantes. Esses ômegas que cuidavam das Lunas como eu e Rebecca, levando comida e roupas limpas. Alguns deles não falavam e tinham olhos tão vazios que me causavam mais medo do que os guardas. Quando um m****o fazia algo que agradasse ao líder, recebia como prêmio passar uma noite inteira com eles, e muitas vezes lobos perdidos ou de outras tribos pagavam para usá-los também. Era possível ouvir gritos, soluços de choro e desespero. Nessas noites, Rebecca chorava baixinho e não contava as suas histórias. Ela dizia que não permitiria que isso acontecesse conosco. Ela dividia o seu chá comigo e me forçava a beber tudo da caneca. Ela dizia que me ajudaria a dormir, ma não funcionava, ficava acordada a noite toda com quentura nas entranhas, mas aceitava para que ela ficasse mais tranquila. Paramos diante de uma porta dupla de madeira e Tabita segurou mias mãos parecendo um pouco desconfortável. — Hum.. Luna, é….as meninas daqui do Harém podem ser um pouco, hm…convenientes, vamos dizer assim. Não todas, claro, só algumas podem ser irritantes com recém-chegadas. Elas se acham importantes só porque o Alfa se deita com elas às vezes. Levei a mão ao estômago com a dor gelada que me acometeu. Eu sabia que ele era um monstro, todos os alfas são! Fêmeas como escravas, por isso me mandou aqui! — Oh droga, estou falando demais…. Na verdade, o Alfa não vem muito aqui, Luna, ele trabalha demais e fica sozinho o tempo todo. Um bando delas gosta de arrumar confusão só para bajular a Hira e ele nem- — Quem é Hira?
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