Armadilha

1884 Words
O lobo cinzento ora olhava para a porta, ora para Sunna, era fácil adivinhar que ele estava entre se vingar de Azis e a necessidade de estar com a sua alma gêmea. Essa incerteza não durou mais do que alguns segundos, pois a loba de Sunna uivou de dor e revirou-se na cama, antes de forçadamente o seu corpo expelir o conteúdo do estômago. Os meus olhos mostravam-me uma imagem que eu não acreditaria se tivessem me contado. Da boca de Sunna jorrava uma gosma preta e vários vermes vivos se moviam entre pedaços do que parecia ser carne apodrecida. Não fazia sentido, passamos a tarde comendo doces, frutas e uma torta de frango, nada que explicasse aquela…coisa. O lobo cinzento estava aflito, circundando Sunna e rosnando para qualquer um que tentasse se aproximar. — Se acalmem, por favor, Luna, Gama, não há nada a temer, o m*l que havia dentro dela foi expulso, ela ficará bem agora. O lobo cinzento encarou o Lorde, que, parecendo compreender o olhar, fez que sim com a cabeça. Imediatamente o Lobo prendeu a pele da nuca de Sunna entre os dentes e correu para fora da cabana. — O que foi isso, senhor Agar? — Perguntei quando o meu choque deu lugar a fala. Um dos aprendizes do Lorde estava ocupado limpando a cama que Sunna abandonou enquanto entoava cantigas antigos. — Magia n***a, algo capaz de romper uma conexão entre almas gêmeas, ainda que momentaneamente, embora, seja necessário apenas um momento para destruir vidas inteiras… — Ele suspirou e me fitou, preocupado. Sua voz era solene e obscura, ele parecia estar até mesmo com medo. — Vivemos tempos sombrios, Pequena Luna, espero que a conexão entre Você e o Alfa seja forte o suficiente para resistir a tudo o que virá. Que a grande Deusa os abençoe e proteja! **** Ele Eu corri até os meus músculos queimarem, doloridos. O vento frio da noite no meu rosto, me lembrando que estava acordado, que aquela era a minha realidade, que a minha alma gêma estava viva. O cansaço amaciou a minha natureza, as minhas formas de volta em sintonia. Para um lobisomem, a sintonia com a sua natureza é muito importante, pois os dons se unem e se intensificam. Era fácil, tudo de mim queria voltar para junto da minha Pequena Luna. Nem em um milhão de anos imaginei que isso seria possível, desejei inúmeras vezes, especialmente após conhecer Nadja, mas eram desejos vãos, de quem não tinha mais esperança. Tenho tantas perguntas, como era possível ela estar viva, se pude sentir o corte em nossa conexão? Não apenas eu, mas Adanir também sentiu a perda da Luna. Eu estava aqui, de luto pela minha companheira enquanto ela estava por aí, correndo perigo nas mãos de sei lá quem. Eles iriam pagar! Todos os envolvidos iriam pagar! Peguei o caminho de volta no bosque, por trás do templo de Hécate, e estaquei ao ouvir gritos. As fêmeas pediam por socorro, o que foi suficiente para que eu corresse naquela direção, mas o lobo tomou a frente quando ouvimos o nome do nosso filhote. Atravessei o templo e invadi o harém ainda na forma de lobo, as servas de Hira correram na minha direção. — Senhor Alfa, Luna Hira está doente, acho que foi envenenada! Corri até os aposentos de Hira, ela estava deitada na cama, desmaiada. O seu rosto estava pálido e suava profusamente. O peito arfava, os s***s pareciam estar inchados e os m*****s enrijecidos sob a fina camisola. A boca também pareciam estar inchada, os lábios avermelhados. O meu lobo se aproximou e cheirou as mãos dela, um cheiro doce e nauseante emanava da sua pele. Voltei a forma humana, o cheiro adocicado ficou menos intenso e eu pude respirar melhor. — O que houve? Onde está Rael? — Perguntei ansioso ao olhar em volta e não ver o meu filhote, visto que escutei gritarem o nome dele. — Alfa Rael foi levado por Hadit, não achamos apropriado que o seu herdeiro testemunhasse a mãe nesse estado. — O que aconteceu com Hira, por que acha que foi envenenada? — Segurei a mão de Hira e senti o seu pulso, estava errático e a pele quente. Toquei sua testa suada e estava ainda mais quente. — Luna Hira foi buscar o filhote no bosque perto do riacho que passa pela arena. Ela estava bem disposta e saudável, mas voltou diferente, reclamando de dor. — Disse uma das servas. — Ela piorou cada vez mais, decidimos perguntar se ela tinha comido alguma coisa que pudesse fazer m*l, ela disse que comeu apenas o que foi ofertado por Nadja e Sunna, no piquenique.— Completou a outra. Não faço ideia do nome delas, eram muito parecidas, até a voz parecia igual. Reconheci o cheiro de Hira, era semelhante ao de Nadja e Sunna, embora estivesse exponencialmente mais potente. Elas devem ter tomado a mesma poção. Hira gemeu de dor e as duas servas correram para fora do quarto, argumentando que buscariam água fria e medicamentos. Hira abriu os olhos, as suas pupilas estavam dilatas. Ela me olhou, da cabeça aos pés, e lambeu os beiços quando os seus olhos encontraram o meu m****o. — Meu Alfa, o que está acontecendo comigo? Está doendo tanto! Ela juntou as coxas, enquanto passou uma das mãos sobre os s***s. Os m*****s tão ouriçados que poderiam furar o tecido transparente. Ela abriu as pernas e o cheiro de cio tomou conta do ambiente. — Suas servas foram buscar alguma coisa para aliviar a aflição. Lembra de ter ingerido algo que pudesse deixar-te nesse estado? — Não lembro de nada… pretendia fazer um jantar especial para nós dois, comi apenas o que Nadja me ofereceu no piquenique. Um suco, ou algo assim… Oh, pelos deuses, meu Alfa, me ajuda. Preciso sentir você dentro de mim! Ela abriu mais as pernas, pude ver como estava molhada e inchada também ali. A pele rosada brilhava com os fluidos de excitação que escorriam de dentro dela. O cheiro era enebriante. O meu lobo lambeu os beiços diante da mãe do seu filhote tão pronta para ele. Ela deslizou a mão pelo corpo sensualmente, os seus dedos alcançaram a sua parte mais íntima e ela tocou o c******s. Gemeu alto o meu nome antes de enfiar dois dedos na v****a encharcada de desejo. A visão era extremamente erótica, o meu m****o enrijeceu, o cheiro forte do cio era coo um forte álcool, anuviando os meus pensamentos. O lobo estava prestes a montar na fêmea com a qual tinha uma conexão. Era a mãe do nosso filhote, poderia produzir outros filhotes naquele estado. Caminhei devagar até a porta, precisava sair dali, aquela cena, por mais que a minha mente estivesse confusa, parecia artificial e montada, faltava alguma coisa. O meu lobo não tinha outra coisa em mente a não ser montar nela e fazer mais filhotes, mas meu cérebro humano ainda conseguia funcionar em meio a tantos hormônios no quarto fechado. Aquelas janelas nunca ficavam fechadas! Virei a maçaneta e a porta estava trancada. Até mesmo o meu lobo, embriagado de t***o, se irritou. Era uma b***a selvagem, a ideia de estar trancado num cubículo soava como uma ofensa. Hira viu que o meu m****o estava duro por causa dela e levantou. Não parecia mais estar doente, os seus passos eram calculados, sedutores… Os quadris se moviam, capturando a atenção do lobo, fazendo-o voltar às fantasias de montar naquela fêmea e aliviar o seu cio. Ela tocou o meu peito, eu m*l conseguia distinguir o que era realidade ou o que era fantasia. Estava e******o ao ponto dos meus testículos doerem, o cheiro de cio estava tão forte, que a minha garganta estava seca e a minha cabeça parecia girar. — Me possua, meu Alfa, preciso que goze dentro de mim, preciso que me marque como sua! Ela lambeu o meu pescoço, a sua mão desceu pela minha barriga, mas antes que alcançasse o meu m****o, um rosnado saiu do meu peito. Um brado tão alto e forte, que ela caiu sentada no chão. Perdi o controle do meu corpo, a minha terceira forma segurou o pescoço de Hira com intenção de quebrá-lo, as minhas três formas em desacordo, eu sabia que não podia cometer tal crime, o lobo não queria fazer m*l a fêmea com quem tinha um filhote, e a minha terceira forma desejava exterminar até mesmo as próximas encarnações dela. — Uma armadilha para mim? — A fera rosnou, saliva escorreu dos seus dentes afiados para o peito de Hira. Assim como a minha forma humana, a fera percebeu o cenário montado para me seduzir. O lobo estava tão envolvido pelo forte aroma do cio que tentaria marcá-la mais uma vez, eu não conseguiria impedi-lo. A dor que isso causaria em Nadja era a razão pela qual a fera desejava matar Hira. — Meu Alfa, não seria a primeira vez que me tomaria como sua! Estou me oferecendo ao senhor, não há m*l em desejar o pai do meu filhote! — Não se ofereça mais, fêmea, eu não sou seu! — Pode ser meu se quiser, eu sou sua! Quero ser a sua fêmea há tanto tempo! — Lágrimas escorriam dos seus olhos, a suas palavras imploraram a compaixão de uma fera que não tinha nenhuma para oferecer. — Eu tenho uma Fêmea, minha companheira, e não é você! — A voz da fera saiu mais alta, como um trovão, fez com que Hira urinasse no chão de tanto medo. Toda a imagem produzida de fêmea sedutora se esvaiu. — Meu alfa, a sua companheira está morta, eu tenho sido a sua luna desde que o nosso filhote nasceu! — a minha Luna está viva, você nunca foi Luna! Se fizer isso de novo, arrancarei o seu coração e darei para Rael comer. A fera jogou Hira de volta na cama e arrombou a porta. Pedaços de madeira voaram pelos ares e as duas servas estavam no corredor, paradas, junto a alguns guardas, impedindo que outras pessoas se aproximassem. Me aproximei das duas cúmplices e a fera arrancou as túnicas roxas que cobriam os seus corpos. Arrastou as duas nuas pelos cabelos, enquanto gritavam desesperadas pedindo socorro. As fêmeas do harém assistiam a tudo assustadas, mas nenhum se envolveu. Após jogá-las no chão, no meio do pátio do templo de Hécate, olhou em volta, procurando alguma coisa. Beta Tabita correu até mim, o cheiro de medo dela era forte, mas era mais agradável do que o cheiro do cio de Hira. A Beta era valente, apesar do medo, seguiu a sua função e veio até mim. — Meu Alfa, estou as suas ordens, o que pretende fazer com elas? — Vinte chibatadas, não serão mais servas de Hira, trabalharão como servas do clã, na limpeza das latrinas! — Sim, senhor, meu Alfa! A única razão de Hira sair inteira, era o sentimento que eu e o lobo tínhamos por Rael. Sentimento esse que eu não tinha certeza que a fera compartilhava. Se a Fera não tivesse sido mais forte do que o Cio de Hira, teríamos cometido o maior dos crimes contra a alma gêmea, e se o lobo tentasse marcá-la mais uma vez, como fez ao longo dos anos, Nadja nunca nos perdoaria.
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