Alerta de Gatilho!
Esse capítulo contém situações que podem causar repulsa ou desconforto, devido à obscuridade do conteúdo. Não é necessário ler nenhum capítulo bônus, alguns serão alegres, tristes, fofos ou românticos, outros, como este, tem cenas de crueldade.
Não sei como o Lorde Agar tomou conhecimento do que aconteceu no meu passado, mas ele sabia, e agora todo mundo saberia que “garotinha suja” eu fui. Tentei esconder por tanto tempo, ainda assim, logo todo mundo saberia o que deixei acontecer.
Adanir me desprezará por tudo o que aconteceu, foi tudo culpa minha, eu deixei acontecer, sou uma imunda…
Podia ouvir a voz dele, como se estivesse ao meu lado:
“ Por que está chorando, garotinha?
“ O meu irmãozão não quer mais falar comigo! Sempre que eu chego perto, ele vai embora correndo!”
“ Quem é seu irmãozão?”
“ Adanir, ele deixava eu chamar ele de irmão, agora não quer mais! Eu fiz alguma coisa errada?”
“ Claro que não, garotinha, um filhote lindo como você não pode fazer nada de errado”
“ Então, por que ele não gosta mais de mim?”
“ Porque ele é um bobo, não gostar de uma garotinha tão linda, só sendo um bobão!”
“ Adanir não é bobão!”
“ É, sim, fez minha doce garotinha chorar! Se o bobão não gosta de você, eu gosto muito! Vem cá, o tio vai te dar um caramelo.”
Foi a primeira vez que interagi com ele. Todos gostavam dele, diziam que era valente, até o Alfa o elogiou e o promoveu a general.
Se Adanir não queria mais ser meu irmão, Azis se ofereceu para substituí-lo.
No início, ele me dava caramelos, frutinhas silvestres, enfeites e laços para o meu cabelo.
“ Vai, garotinha, bota esse laço na cabeça para eu ver!”
Eu obedeci, estava tão feliz, me sentia tão bonita. A distância de Adanir já não doía tanto.
“ Você é meu irmãozão agora?”
“ Não! Serei muito mais do que seu irmão, vem, senta aqui no meu colo, deixa eu arrumar o laço direito.”
Ele demorou para arrumar o laço, eu queria voltar a brincar no pátio, mas ele me segurou por mais tempo. O nariz dele tocou o meu pescoço, estava gelado e senti cócegas.
“ Você cheia tão bem…”
Ele apertou a minha barriga, fez mais cócegas. Eu tentei me afastar, mas ele não deixou, estava respirando engraçado, o hálito dele na minha nuca. As pernas dele estavam balançando. Ele gemeu, achei que eu estava machucando ele e tentei levantar, mas ele me forçou a sentar de novo. Eu senti algo estranho quando sentei, ele gemeu alto bem no meu ouvido.
Tia Moura chegou na sala e largou a cesta de frutas quando nos viu. As laranjas rolaram pelo chão.
“ O que significa isso, Azis? O que está fazendo? Oh, minha deusa! Alfa! Alfa!”
Ele me soltou e correu atrás dela…
Nunca mais a vi, mas abracei o “tio Azis” bem forte quando ele estava chorando no enterro dela. Alfa disse que era muito triste perder a alma gêmea e eu não gostava de ver meu amigo triste.
Depois desse dia, ele sempre me levava para brincar na cabana dele, mas me pediu para fazer segredo. Amigos de verdade guardam segredos, ele dizia.
Ele sempre me dava doces e pequenos presentes, e quando chegava de alguma viagem, me abraçava muito ao me ver. Dizia que sentia a minha falta. Era bom ter alguém que sentia a minha falta.
Adanir nunca mais tinha brincado comigo e eu me sentia sozinha. Ele estava sempre viajando, por muitas luas, e quando voltava, me olhava engraçado, parecia triste, mas quando eu chegava perto, ele ia embora.
Azis era mais divertido, ele gostava de brincar de coisas diferentes, corríamos na lama e ele não ligava se eu me sujasse. Dizia que a água lava tudo e preparava banhos para mim. Eu gostava de brincar com ele, mas não gostava mais de sentar no colo dele. Ele me apertava muito, gemia no meu ouvido, balançava tanto as pernas que eu ficava enjoada e até vomitei no meu vestido novo.
Um dia, eu estava muito suja de lama e ele disse que teria que me dar banho. Eu fui uma garotinha má, ele disse. Não gostei do jeito que ele me tocou, nem do jeito que me olhava. Decidi não me sujar mais, assim, não precisaria mais que ele me desse banho.
Com o passar do tempo, ele não era mais tão legal. Me dava presentes, mas brigava comigo quando não obedecia aos seus comandos.
“ Você é uma garotinha imunda, por isso Adanir não gosta mais de você! Se n]ao me obedecer, também não vou gostar mais de você e ficará sozinha!”
Eu não queria ficar sozinha.
Sentei no colo dele de novo...
Ele estava zangado, disse que não servia mais, que eu o tinha machucado, que teria que compensar a dor que causei. Ele arriou as calças e me pediu para segurar a coisa dele. Eu não quis, não parecia certo, me deu vontade de chorar.
“ Se não me obedecer, vou contar pra todo mundo que garotinha suja você é, todas às vezes que me deixou tocar em você e te dar banho! Adanir vai ter vergonha de você, vai te odiar!”
Eu não entendia o motivo, mas sentia que era errado. Como não fiz o que ele mandou, ele mesmo tocou naquela coisa.
“ Um dia, eu vou enfiar isso dentro de você e você vai gostar e pedir mais, sua p*****a de merda!”
Eu corri dali, triste e envergonhada. Estava com medo dele, o “tio” era mau, não gostava de mim! Ninguém gostava de mim! Eu não podia contar pra ninguém, a culpa era minha, eu era uma garotinha imunda!
Com o passar dos anos, me guardei, não permitia que ninguém me visse nua, nem entre as fêmeas, e quando o meu corpo se desenvolveu, nunca aceitei participar das orgias.
Na minha primeira dança como fêmea do harém, avistei Adanir, general Adanir, para ser mais exata. Ele estava mais maduro, mais forte, tão atraente que fez minha boca salivar. Fiquei excitada, desejei copular com ele naquela noite, mas ao sentir desejo, as palavras de Azis ecoaram na minha mente. Adanir teria nojo de mim, por ser “Uma garotinha suja, uma imunda!”.
Corri de volta para o harem para tomar um banho frio.