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1779 Words
— O que estamos esperando? — Perguntou Amurab, irmão de Oseias, impaciente. — Luna Hira vai dar o sinal quando estiver tudo arranjado. — Respondeu Azis. O general estava ansioso, mas confiava na sua luna. — Quanto tempo acha que ela vai levar? — Perguntou Oseias se espreguiçando sentado no chão, as costas apoiadas no portão da entrada da arena. — O suficiente para usar a poção, vai levar um tempo para conseguir fazer isso, incógnita. — Que poção? — Perguntou Amurab, que estava alheio aos planos de Azis e Oseias. — Luna Hira vai usar uma poção para despertar a natureza e ativar a transformação. — Respondeu Azis. — Acha que vai funcionar? — Perguntou Amurab, com uma careta de descrença. — Luna Hira me disse que Sunna tem apresentado febre nos últimos dias e seu humor está cada vez mais oscilante. São sinais de que sua loba está para nascer, provavelmente na próxima lua cheia, dentro do prazo de eficiência da poção. — Se já vai nascer, para que acelerar? Não acha que isso pode fazer m*l para ela? — Amurab o questionou mais uma vez, que fez com que recebesse um tapa no pescoço do irmão. — Não seja i****a, Amurab! O Alfa está fora hoje, deve retornar somente amanhã. Azis não terá melhor oportunidade do que essa de pegá-la sozinha, sem chance de impedimentos. — Para melhorar, Luna Hira falou que a poção causa confusão e intensifica o primeiro cio. — Disse Azis lambendo os beiços. — Ela vai sentir mais dor que o normal, então? — Amurab perguntou e se afastou do irmão, com medo de levar outro tapa. — Não é perigoso? — Não é perigoso, vai doer por forçar a transformação, mas vai deixá-la atordoada o suficiente para aceitar a minha marca quando eu montar nela. — Nosso amigo aqui vai marcar a fêmea dele hoje! — Oseias abraçou Azis de lado, parabenizando-o. Azis agradeceu, seus olhos brilhavam de excitação com a perspectiva de possuir Sunna para sempre. Se a natureza aceitar a marca, não há como desmarcar, somente a morte de um deles separa um casal marcado. — Luna Hira disse que meu lobo precisa mordê-la bem na hora que meu m****o atar dentro dela. Devido à droga, a loba vai acreditar que está sendo atada pelo companheiro e aceitará a marca e ela será minha! Vou adorar adestrar o espírito rebelde dela! — Peraí! Se está indo montar na tua fêmea, pra que me chamaram para ir junto se só você vai se divertir? — Perguntou Amurab, já cansado de esperar. — Tem uma fêmea para nós também, irmão. Sunna foi para o piquenique com uma amiga, para Azis pegar a dele, precisará de nós para distrair a outra. — Ah, aí já melhorou! E quem é a fêmea que a gente vai traçar hoje? — Isso é uma surpresa, irmão. — Surpresa? Por que surpresa? Me fala quem é, vai? Pode dizer se ela tem a b***a grande, pelo menos? Adoro f***r um r**o grande! — A b***a é pequena, mas a b****a deve ser apertadinha! — Disse Azis dando uma cotovelada de leve em Oseias, em cumplicidade. Os dois riram alto, o que deixou Amurab mais curioso. — Já que não vai me contar, irmão, vai ter que me deixar ser o primeiro! Não se preocupe, vou jorrar na porta de trás e deixo a frente limpinha pra você! — Pode ser o primeiro, ela vai estar drogada também, não a morda ou estará marcando ela! — Sai fora, só meter e gozar, meu lobo não marcaria ninguém além da nossa companheira. — Ei, la vai Hira com o moleque, ee preparem! ******** — Corre, Rael, não deixa ela te pegar! Gritou Sunna, que estava deitada na grama, rindo, enquanto Nadja corria atrás de Rael, que tentava escapar dela e da sua mão cheia de creme de nata. Momentos antes, ele estava comendo um pedaço de torta de maça com nata e passou o creme no nariz de Nadja antes de sair correndo. Nadja, por sua vez, encheu a mão do creme e correu atrás do menino. Estavam passando um dia agradável. A temperatura amena, o céu azul com apenas algumas nuvens, uma brisa fresca e o canto dos pássaros. Sunna preparou duas cestas de comida, com pães, queijo, carne, frutas, e sobremesas. O bosque era bem cuidado, com muitas flores e a certa distância passava um rio de águas cristalinas e calmas. Elas almoçaram, conversaram, contaram histórias para Rael, passearam pelo bosque e quando menos esperavam, o sol já estava prestes a se pôr no horizonte. Quando agarrei Rael, ele soltou um gritinho de alegria e muitas gargalhadas adoráveis. A suas bochechas estavam vermelhas e os seus olhos refletiam a felicidade daquele dia. Beijei a sua barriga e ele sentiu cócegas, gargalhando com sua voz doce e infantil. — Sunna, vou levar Rael para o riacho para a gente se limpar, quer vir conosco? — Não, vai com ele que eu vou arrumar as coisas aqui pra gente ir embora, o sol já está se despedindo. Com o menino nos braços, olhei para o céu e suspirei por ter que terminar o passeio. Passar tempo com a amiga e com o adorável pequeno alfa tinha sido incrível. Rael bocejou, confirmando que era a hora de partir. O levei até a beira do rio e cuidadosamente lavei cada sujeirinha visível em seu corpo, temendo que Hira reagisse m*l se o visse sujo. Quando fiquei satisfeita que ambos estávamos apresentáveis, o peguei no colo e voltamos para junto de Sunna. Quando cheguei na área do piquenique, encontrei Sunna abaixada catando alguma coisa no chão enquanto Luna Hira estava sentada na manta do piquenique comendo algumas uvas. Meu coração bateu mais forte, como sempre acontecia na presença da luna do clã. Eu não me sentia confortável na presença da luna, com a impressão de que me odiava e detestava a minha presença. A cada sorriso de Hira na minha direção, os cabelos da minha nuca se arrepiavam. Rael estava dormindo nos meus braços e quando Hira nos viu, levantou-se e veio na minha direção. Sua expressão era tranquila, creio que ela parecia até mesmo muito feliz. Seu sorriso era genuíno quando me cumprimentou e tirou Rael do meu colo. — Que bom te ver, Nadja! Vejo que cuidou muito bem do herdeiro do trono de Derik! Ele está dormindo com o rosto leve. Eu queria me despedir dele com mais um beijo naquela bochecha fofa, mas não me atrevi a me aproximar deles. — É um prazer cuidar dele, Rael é uma criança adorável! — Disse com sinceridade e da forma mais natural que consegui. — Alfa Rael, Nadja. Não é por m*l, mas precisa se acostumar com a ideia de que ele é o único herdeiro do clã, mesmo que Derik tenha outros filhotes, Rael é o primogênito. — Tem razão, Luna Hira! Alfa Rael será um grande líder, tem um grande coração e índole boa, posso sentir. — Respondi, ignorando de propósito o veneno que intentou me atingir. — Falando em sentir algo…. Sinto em minhas veias de Luna dessa terra que o dia lindo se tornará uma noite inesquecível para todas nós, Nadja. Espero que estejam prontas para as bençãos que dos deuses têm preparados para nós! — Que assim seja, Luna Hira, que as bençãos de Hécate nos alcance e nos proteja! Luna Hira sorriu mostrando os dentes. — Aqui está, Luna Hira! Creio que consegui recuperar todos os cristais que caíram. — Obrigada, Sunna, sempre tão doce e gentil. Fui tão desastrada ao derrubar meus cristais, que bom que os recuperou para mim. Preciso ir agora, levar Rael para o seu quarto. Ah, Sunna, te desejo a melhor das noites! — A senhora também, Luna. Que os deuses te acompanhem! — Que os deuses não nos desamparem, ah, e não esqueça do presentinho que Rael fez pra vocês! — Pode deixar, Luna! Sunna me olhou com uma sobrancelha erguida enquanto Luna Hira seguia seu caminho. — O que será que deu nela? — Perguntou como coisa que eu soubesse. Respondi à pergunta com outra pergunta. — O que ela vejo fazer aqui? — Sei lá! Chegou com a conversa torta de que sentiu falta do filho, dai tropeçou e derrubou um saco de cristais coloridos. Tive que catar cada um enquanto ela sentou para descansar um pouco. Disse que deixou dois cookies de chocolate para nós que Rael ajudou a fazer e esqueceu de trazer. — O que são cookies? — Perguntei curiosa — É um tipo de biscoito com chocolate dos humanos. Minha sobremesa favorita, não sabia que Luna Hira cozinhava, muito menos que passava tempo com o filhote na cozinha. Será que a julgo com maldade? Dei de ombros, A imagem de Luna Hira brincando e cozinhando com Rael parecia muito inverossímil. No entanto, havia a possibilidade de eu a julgar com certa dose de ciúmes, devido ao Alfa Derik e o seu envolvimento do passado. — Deixa ela pra lá! — Sunna foi até a manta do piquenique, a dobrou e guardou na cesta, de onde tirou um embrulho. — Aqui os cookies. Ela deu uma mordida e mastigou devagar. Deu de ombros e deu outra mordida. — Toma, prova! — Ela me ofereceu o segundo cookie. — Não é tão bom quanto os dos humanos, mas é gostoso. Ela enfiou o resto do cookie na boca e eu olhei para o meu. Era meio disforme, com pontinhas marrons espalhadas. Trouxe para perto do nariz, o cheiro era adocicado, com toque de manteiga e baunilha, e por alguma razão, me lembrou o cativeiro. Senti um arrepio na espinha com a lembrança e cheirei de novo de olhos fechados. Ômegas… O cheiro me remetia aos ômegas. Mordi um pequeno pedaço, intrigada. O sabor era agradável, as pontinhas marrons deliciosas, amanteigado, deslizava na língua espalhando o sabor. Outro arrepio. A lembrança mais forte, dos ômegas sendo arrastados para o centro do pátio e os guardas espalhando um líquido viscoso neles. Um tipo de óleo com cheiro enjoado, para que os ômegas ovulassem antes de… Afastei o cookie da boca. A lembrança do abuso sofrido pelos ômegas revirou o meu estômago. Fiquei enjoada, a boca salivando com ânsia de expelir o que tinha ingerido naquele dia. — O que foi, não gostou? — Não, me embrulhou o estômago. — Me dá que eu como essa delícia, então! — Entreguei o cookie mordido a ela.— Se o Rael perguntar, diga que gostou, ele deve ter feito com muito carinho. — Direi que estava maravilhoso. — Sorri com um pouco de culpa por não ter gostado.
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