Luna Desobediente

1700 Words
— Ela está madura! Gritei furioso antes de jogar o jarro de vinho que ele estava me oferecendo contra a parede. — Alfa, o corpo dela é de menina ainda e seu lobo desejava- — O que pensa que eu sou, Eli? Ela está pronta, eu sei, eu vi! Foda-se esse Beta do c*****o! Quem ele pensa que é? Por acaso sou algum pervertido? Estava angustiado, nervoso, preocupado e principalmente confuso. A minha conexão com aquela fêmea não era nem de longe normal ou simples. Tinha cada vez mais perguntas sem respostas. Tive que ser drogado para soltá-la e deixar que se aproximassem. Ela estava ferida, ensanguentada, vários ossos fraturados e não estava cicatrizando! Só depois do velho sonso me dar uma dose extra forte da beberagem dele que consegui subjugar a minha natureza. Tive que deixá-la na minha cama e ordenei Tabita que cuidasse dela, pois, vê-la naquele estado me faria perder o controle novamente. Diante de tamanha angústia, o i****a do meu Beta ainda estava vomitando bobagens como se eu fosse algum devorador de filhotes! Nadja não era um filhote, eu tinha certeza disso! — Viu? Como assim “viu”? — Eu… — Hesitei por um momento. Confiava em Eli, mas o que eu estava prestes a revelar estava além da minha compreensão. — Eu vi a loba dela, Eli! Ela se revelou para mim! A culpa era minha, ao ver uma loba Luna por trás dos olhos dela fiquei fascinado. Não pensei em mais nada, precisava ajudá-la a se transformar e tomá-la para mim. — Mas, Alfa…Como? — ele questionou estupefato. — E não sei! Os olhos dela, Eli… Eu vi os olhos dela mudarem, de negros para azuis, como os meus. A loba dela tem a cor dos meus olhos nos dela. Foi como ver um reflexo no espelho, mas era ela. É diferente das outras Lunas que conheci, uniu minhas três formas, a minha fera se jogaria aos pés dela se ela ordenasse! Beta Eli arregalou os olhos antes de se dirigir à porta do meu escritório, onde estávamos. Ele olhou para o corredor, certificando-se de que não havia ninguém por perto e a fechou. — Alfa, está dizendo que… — Sim, Eli, minha fera se submeteu a uma loba que ainda nem nasceu! — Pelos deuses, se os anciãos souberem…— Ele balançava a cabeça de um lado para o outro para ver se o cérebro absirvia as informações com maior facilidade. — Você pretender abrir a boca? — Perguntei erguendo uma sobrancelha. — Claro que não, Dérik, você é meu melhor amigo, não apenas o meu Alfa. Jamais te trairia. — Tanto faz, eu negaria de qualquer jeito. — Tentei sorrir, mas não pude. Estava preocupado demais com Nadja para melhorar o humor.— Não é como se eu me importasse com eles e suas opiniões obsoletas… — Por que a loba dela se revelou para você? Quer dizer, geralmente isso acontece entre companheiros após marcados… Ignorei o comentário e prossegui com o meu relato. — Ela sumiu da festa, pensei que pudesse estar tentando escapar e- — Ela aceitou o clã, por que escaparia? Deve ter só se afastado do tumulto- — Vai deixar eu falar ou vai adivinhar? — Ele insistia em interromper, aquele i****a. — Perdão, Alfa, continue. Ele pediu perdão, mas estava mais tranquilo e sentou numa cadeira. Respirei fundo e passei as mãos pelo rosto cansado. — Quando a encontrei, parecia estar dormindo tranquilamente, enquanto eu estava aflito de preocupação. O suposto descaso dela me irritou profundamente, estava aborrecido, mas aquele cheiro… — Cheiro? — Questionou com o cenho franzido. — Cheiro de fêmea no cio. Ela não tinha cheiro de óvulo pronto para ser fecundado, mas o aroma era tão forte e poderoso quanto, tive que me esforçar para a fera não tomar a frente. As minhas três formas unidas, o desejo de possuí-la era descomunal. Quando ela me encarou de volta, os olhos estavam azuis. Era a loba, se revelando para mim. O cheiro ficou mais forte, uma fêmea, Luna e intocada, molhada, no cio bem na minha frente — Cacete... Qualquer macho sem marca se excita com o cheiro de uma Luna no Cio, não queria estar na sua pele... — Consegui me segurar por um fio, mas perdi o controle quando ela disse que- — O que ela disse? — Que eu era dela. — O quê? — Ele saltou da cadeira, embasbacado. — Como? Que palavras ela usou, exatamente? — “ Meu Alfa”! Ele sentou-se novamente, menos empolgado. — Hum… Mas Dérik, você é o Alfa dela… Um i****a! — Não desse jeito, Eli! Qual é, eu não sou um filhote que fica de p*u duro com qualquer buraco! Foi uma reivindicação! — Impossível! — Ele levantou de novo, dessa vez, tão chocado quanto eu fiquei. — Tem mais.Não te disse antes, porque não tinha certeza, porém, a minha fera a reivindicou desde a primeira vez que a vi, martelando na minha cabeça para possuí-la o mais rápido possível, que está madura, e que eu mate qualquer alfa que tente tomá-la de mim! — Bem… Deve ter uma explicação. Já perguntou ao velho Agar se é possível para um Alfa como você ter mais de uma alma gémea? — Não! Não tinha como, não sabia que ela sentia o mesmo, mas depois de hoje…. Pelo menos a loba dela aceitou a “fera”. — Se for possível, Alfa, é uma bênção de Hecate! Nosso clã vai vibrar de alegria! Imagine o alvoroço que será uma Luna de verdade reinado sobre- Merda! Eli arregalou os olhos e virou-se para mim, o rosto pálido. Embora ele não tivesse mencionado, nós dois tínhamos o mesmo nome em mente. Bateram à porta e Eli levantou para abrir. O velho sonso adentrou o escritório com um sorriso enorme no rosto, como se tivesse tirado a sorte grande. — A pequena Luna está dormindo, coloquei os ossos no lugar, mas. Alfa, creio que o senhor teria que intervir e ordenar a Loba Luna que restaure a humana, ela está se recusando a fazê-lo. — O que quer dizer? A forma humana está sofrendo e a loba não a quer curar? — A natureza está punindo a humana, se eu pudesse adivinhar, diria que é um castigo por aprisioná-la no seu corpo por tanto tempo. — Nadja está aprisionando sua natureza de propósito? — Não sabemos, Alfa, podemos perguntar quando ela acordar, mas, por hora, recomendo que ordene a loba enquanto a humana está adormecida, se não, a pequena Luna acordará em meio a muitas dores. A ideia de Nadja acordando mais uma vez em sofrimento me fez seguir direto para o meu quarto. A minha fera rosnou, furiosa com a nossa Luna Loba, imaginando como gostaria de puni-la por se recusar a regenerar a nossa Pequena Luna. No quarto, o cheiro de sangue impregnava o ar. Tabita e Sunna estavam terminando de limpá-la. A pequena Luna estava nua deitada na minha cama, o lençol coberto de sangue e a pele alva dela destoava do cenário de morte. Tabita correu para pegar um lençol e esconder o corpo dela de nós, mas eu fui mais rápido e a peguei nos meus braços. Eli teve o bom senso de permanecer de costas. — Troquem a roupa de cama.— Ordenei com o coração pesado ao ver a frágil Luna naquele estado. A sua pele pálida, lábios arroxeados e ferimentos cobrindo todo o corpo. Se não pudesse ouvir o seu coração bater, pensaria que estava morta. — Está pronto, Alfa Dérik. — Disse Sunna em voz baixa para não acordar a minha Pequena. A deitei suavemente na cama e a cobri com um lençol; Estava fria e respirava lentamente. O meu coração apertou e cobri-a mais uma vez com uma das peles dos animais que cacei. Só então, Tabita fez sinal para que Eli e Agar adentrassem o meu quarto. — Alfa, precisa fazer logo! Fechei os olhos, exasperado e respirei fundo. Por mais que as sugestões de punição enviadas à minha mente por minha fera fossem, no mínimo, interessantes, ter que subjugar a pequena Luna que ainda nem nasceu, não era algo que eu desejasse fazer, não fosse estritamente necessário. Subi na cama, com o corpo dela entre as minhas pernas, segurei o pescoço de Nadja, ainda desacordada e apliquei uma pequena pressão. Ela permaneceu imóvel. Abaixei a frente do meu corpo e aproximei a boca da orelha dela. — Luna, cure a sua humana! Não houve reação, mas a aceleração nos batimentos de Nadja revelavam que a loba estava ciente e fingindo-se de morta. — Não quero te obrigar, mas o farei se necessário, cure a sua forma humana, agora! Ouvi a expressão de espanto de Tabita e olhei para o rosto de Nadja. Os seus olhos estavam abertos, idênticos aos meus. Como não podia deixar de ser, em se tratando de uma Luna de nascimento, ela se recusou a obedecer-me. A fitei nos olhos e deixei o meu lobo se mostrar a ela. Os olhos negros dele, vidrados nos azuis dela. — Seja uma fêmea boazinha e obedeça! Os lábios de Nadja se ergueram sutilmente, revelando pequenos caninos brancos. A jovem Loba estava enfrentando o meu lobo numa clara desobediência ao Alfa do clã. Qualquer m****o que fizesse algo semelhante teria a garganta devorada por ele, mas o lobo estufou o peito de orgulho, antes de pressionar o pescoço dela com mais força. — Eu sou seu Alfa e te ordeno, Luna Nadja, que cure a sua forma humana agora! A pequena loba rosnou ferozmente e tentou se soltar das minhas mãos em vão. Enfraquecida e ferida por ela mesma, era impossível que os seus esforços sequer mostrassem algum efeito sobre mim. Após alguns segundos de rebeldia, ela recolheu-se, os olhos de Nadja voltaram a sua cor n***a antes de fecharem. Anda adormecida, os seus ferimentos cicatrizaram rapidamente a nossa frente. — Já viu algo semelhante antes, velho? — Perguntei sem tirar os olhos dela. — Não, meu Alfa! A natureza dela deve estar muito irritada com a forma humana para agir de maneira tão autodestrutiva. Nos mostra que Luna extraordinária ela será!
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