Parideira

1201 Words
Continuei a servir a minha Pequena, até que ela cutucou o meu braço e apontou para a barriga. — Estou cheia, Alfa, não aguento mais! O meu lobo não gostou de termos que parar de alimentá-la. Para ele, ela tinha comido muito pouco, precisava de mais gordura e energia para receber a nossa semente e gerar os nossos filhotes. — Esse último pedaço, Pequena! — Insistir para amaciar o humor do lobo. — Por favor, Alfa, não cabe mais nada! Pousei a mão no seu ventre e senti que estava estufado. Era tão pouca barriga e cintura fina, que menos de uma tigela a estufou. Aquiesci, para desgosto do lobo dentro de mim. A virei no meu colo, de frente para mim, o seu rosto no meu peito. Estava conversando com meus homens de confiança e não queria que eles tivessem um pretexto para olhá-la. Para minha surpresa, ela não reclamou. Ajeitou o corpo, pernas abertas sobre as minhas, esfregou a bochecha na minha pele, buscando uma posição confortável. — É uma loba ou uma gatinha? — Sussurrei no seu ouvido. Ela deu de ombros e fechou os olhos com os seus braços em volta de mim. Uma graça de Luna agarra ao seu macho Alfa. Minha terceira forma nõa poderia estar mais orgulhosa. Quando terminei de comer, continuei sentado à mesa conversando e bebendo vinho. Era uma novidade para mim, apreciada pelos meus homens. Geralmente, eu m*l terminava de comer e já levantava, sem paciência para conversas sem valor, mas Nadja estava cochilando no meu colo, agarrada a mim como um coala e a posição era muito agradável. Hira serviu mais vinho na minha taça e ao me entregar, colocou a mão no meu obro. As suas longas unhas tintas de dourado arranharam de leve a minha pele. — Posso sentir a aura da menina, meu Alfa. Logo estará fértil e poderá ser emprenhada. — Ela gesticulou apontando para alguns dos meus melhores homens sentados na outra mesa. Eles sorriam e levantaram a taça, sabiam obviamente o que ela estava prestes a dizer. — Alguns generais se ofereceram para montar nela quando nascer. O quanto antes ela engravidar, melhor para o clã. — O que disse? — a minha visão ficou turva, se a fera tomasse o controle, haveria uma carnificina. A minha voz alterada pela união das três formas deveria ter servido de alerta, mas ela insistiu. — Quando ela estiver madura, devemos aproveitar a oportunidade e escolher o macho mais forte para montá-la. Com os seus hormônios, nossas fêmeas marcadas serão emprenhadas e poderemos completar o nosso vínculo. — Ela mordeu o lábio inferior, sedutora. A taça se partiu na minha mão, derramando vinho na mesa. Meu peito queimava com a fúria da fera querendo explodir a forma humana. — Essa é uma decisão que somente Nadja pode tomar, luna Hira! — Respondeu Tabita. Nadja despertou assustada, os seus olhos grandes arregalados me encararam. Ela segurou o meu rosto entre suas mãozinhas frias e no mesmo instante a Fera se acalmou. "Minha" — Você está bem, Alfa? — a sua voz, ainda sonolenta, carregava um pouco de medo e preocupação. — Bom, ela está acordada e pode escolher um macho! — Antenor disse em voz alta para que todos da mesa o ouvissem. — O bem do clã é prioridade, Alfa. Como fêmea não marcada ela tem obrigação de… — Ela não é uma fêmea do harém, ela é minha! — Levantei brutalmente, a cadeira onde estava sentado caiu para longe, atrás de mim. — Qualquer macho que sequer olhar para ela, vai ficar sem a cabeça! Nadja enroscou-se no meu colo com o rosto escondido no meu pescoço. Saí do salão ignorando a vozes escandalizadas que se seguiram. Eu sabia que a maioria do clã estava pensando como eles. Nadja era vista como a fagulha de esperança em uma alcateia de desesperados. Pessoas desesperadas são egoístas, capazes de sacrificar qualquer um em benefício próprio. Meu próprio filhote era fruto de um ato de desespero. ***** ELA — Essa é a razão deles me aceitarem no clã, não é? Para ser parideira? Meu coração partiu de decepção, pela primeira vez tinha acreditado que me aceitaram, que gostavam de mim… Sou tão tola e iludida… — Você não é e nunca será uma parideira, Pequena Luna! Eu sabia o que era uma parideira. O líder dos lobos que nos mantinham no cativeiro sempre nos ameaçava, caso nenhum macho nos quisesse comprar quando ficássemos “maduras”, serviríamos como parideiras. Na tribo tinha duas ômegas, durante a lua cheia, eram acorrentadas a um tronco de madeira, nuas e com as pernas afastadas e olhos vendados. Qualquer macho poderia usar os seus corpos, na tentativa de engravidá-las. Pela manhã Rebecca me mandava vigiar a porta enquanto levava água e comida para elas. Os machos se serviam delas até a lua cheia de despedir. Rebecca servia a elas o memso chá que dividia comigo. Nunca soube da chegada de nenhum filhote. Pelos deuses, não quero nem imaginar o que aconteceria com filhotes naquele lugar… — Mas luna Hira disse que os machos- — Ele parou de andar e puxou a minha orelha, como lobos adultos fazem com filhotes. — Aun, solta minha orelha, seu bruto! — Eu solto, mas você tem que parar de pensar besteira! Ele voltou a caminhar e reconheci o trajeto, estávamos indo na direção da clareira onde tinham realizado a cerimônia da minha inclusão no clã. Eu queria acreditar nele, que se mostrava sincero e tranquilo, mas o medo era maior do que a minha confiança naquele Alfa arrogante. — Não estou a pensar besteira, a Luna Hira falou- — f**a-se o que Hira latiu lá dentro. A escolha é sua, não forçamos fêmeas no nosso clã, Pequena! Cruzei os braços sobre o peito e o encarei, emburrada. — Você disse que o seu clã é prioridade e se for vontade de todos? E me bota no chão, eu posso andar sozinha! — Não! Eu gosto de ter você aqui nos meus braços. — Ele beijou a minha bochecha e riu, aparentemente, ele achava a minha fala divertida. — O clã é prioridade, sou o Alfa deles, significa proteger, governar e prover o meu povo, seus costumes e leis. Além disso, ninguém vai tocar no que é meu e você é minha! — Eu não consenti com a nossa união ainda, Alfa. — E por que não? Nossos lobos reivindicaram-se, eu quero você, você não me quer? Não encontrará outro mais forte do que eu. Tenho ouro, posso te dar tudo o que desejar, nada faltará aos nossos filhotes, nossa família será grande e poderosa! — Eu não estou a venda, senhor Alfa! Ele ergueu uma sobrancelha, os seus olhos arteiros brilhavam. — Ah, não? — Ele se virou na direção de uma árvore, me apoiou nela e pressionou o seu corpo contra o meu. Seus lábios tocaram a orelha que há pouco ele maltratou e o hálito quente fez os meus pelos da nuca se arrepiarem. — Posso te convencer de outro jeito, te proporcionar prazeres que nunca imaginou, te deixar tão satisfeita que a sua b****a vai ficar molhada só em ouvir a minha voz.
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