Melhor não...

941 Words
Após deixar Nadja adormecida no meu quarto, me dirigi a floresta para espairecer. Com anos de experiência, a minha transformação era fluida e rápida. A sensação de liberdade ao sentir o vento nos meus pelos acalmou a minha natureza. Eu sabia que a Loba Luna ainda estava aborrecida comigo, ainda assim, ela não rejeitou o vínculo que começamos a construir. Significava que ela me aceitava como macho, embora não apreciasse a proposta que ouviu. Não era um problema, poderia oferecer uma melhor, desde que aceitasse estar ao meu lado. O meu lobo lambeu os beiços, imaginando o prazer que sentiríamos ao dominar uma loba tão voluntariosa. Ela era forte, orgulhosa como toda Luna deve ser. Ele correu ainda mais rápido, e******o com a perspectiva de dominá-la e possuí-la. Marcar o seu pescoço, o sabor do sangue quente e vivo na nossa garganta enquanto nos enfiamos fundo dentro dela, o m****o inchado formando o nó e ejaculando a nossa semente. O quão abençoado seria se a grande Deusa nos presenteasse com filhotes no primeiro cio. Ver a Pequena Luna com a sua barriga crescendo com os nossos herdeiros era um belo cenário de futuro. Quando sofri a dor da perda da minha alma gêmea, nunca imaginei que seria capaz de me sentir desse jeito, atraído por uma fêmea, sonhando com a nossa união. Uma família, com tantos filhotes quanto ela for capaz de parir. Meu lobo tem uma estranha obsessão por família grande, a imagem que ele produziu na minha mente era de mais de uma duzia de lobinhos correndo atrás dele. Cacete! Corri para a floresta para espairecer, e tudo o que o lobo pensava era um número cada vez maior de filhotes. A cada nova imagem produzida na minha mente, o número de rebentos aumentava. “ Não tão rápido, lobo, precisamos de um tempo para aproveitarmos a nossa Luna só pra nós, antes de fazer irmãos para o Rael!” O céu estava escuro quando os meus músculos começaram a queimar de exaustão. A Pequena Luna ainda dormia na minha cama quando voltei. O velho já tinha me alertado de que ela dormiria por longas horas e continuaria sonolenta por uns dias, devido à energia da Loba curando-a por dentro, tirando o efeito das ervas que consumiu. Nem mesmo a minha presença foi capaz de despertá-la. Com o corpo lavado e enxugando os cabelos com uma toalha, parei do lado da cama. Uma bela fêmea, minha Pequena. Seu rosto estava tranquilo enquanto dormia, nada parecido com a loba atrevida que me afrontou mais cedo. Lobos quando nascem precisam de doutrina, pois ainda são selvagens e pueris. Nadja era uma boa garota, sua loba aprenderá as leis rapidamente. Ajeitei a pele sobre ela, cobrindo todo o corpo, deixando apenas o seu rosto de fora. Tinha a impressão que ela estava sempre com frio, e o jeito em que ela abraçou a pele de urso confirmou. — Durma bem, Pequena Luna, amanhã voltaremos a conversar sobre a nossa conexão. **** Caminhar de mãos dadas com Nadja era natural e adequado. Minha Fera estava satisfeita, emanando a certeza de que aquela era a nossa verdade, nosso destino. “ Minha” Ele repetia cada vez que um macho olhava na nossa direção. Quando adentramos o salão de refeições, senti a sua hesitação quando os olhares da elite do clã voltaram-se na nossa direção. Sendo a minha Fêmea, ela teria que se acostumar com os olhares, não apenas do nosso povo, como de outras matilhas. Eu era conhecido como o infame Alfa sem alma. Um monstro assassino, possuidor da terceira forma da Deusa Hecate. A cada encontro ou baile entre clãs, ela seria um chamariz da curiosidade pública. Alguns apoiadores de Hira nos fitaram em choque, antes de virar na direção dela, aguardando algum tipo de show. Outros, porém, nos fitaram com admiração e respeito, além de alívio. Hira nunca foi aceita por minha terceira forma, e sem companheira, havia grandes chances de que a fera acabasse tomando o controle e se perdesse. Quando Hira nos viu, o sorriso que exibia se desfez e os seus olhos faiscaram na direção de Nadja. Vê-la sentada na cadeira da Luna me fez reconsiderar a escolha do passado. Ela não combinava com aquela posição ao meu lado. No entanto, eu não poderia ir contra as leis do clã e tirá-la de sua cadeira. Em simultâneo, me afastar de Nadja estava fora de cogitação. Minha fera foi quem injetou uma imagem com a solução. Nossa Pequena Luna ficaria no meu colo, e eu a alimentaria. Havia na nossa cultura uma tradição de i********e, em que o Alfa alimentava a Luna da alcateia na primeira refeição após a cerimônia de cópula. Nadja aceitou a porção de carne do meu prato sem pestanejar, o que me fez adivinhar que ela não tinha conhecimento da importância do gesto em público. Ela fechou os olhos e gemeu de prazer ao degustar a carne. O som da sua boca fez o meu corpo inteiro vibrar. Pretendo ouvi-la gemer muito mais vezes, por outros motivos menos inocentes. Em breve…. O velho sonso me informou que os dentes dela indicavam que já tinha passado da idade de consentimento. Estava madura, mas com o aprisionamento da loba, o ovário estacionou, parando de produzir hormônios de amadurecimento de mulher. Fiquei aliviado em confirmar que a minha natureza não era pervertida ao desejá-la, a minha fera sabia que ela estava pronta. Cheguei a pensar que devia confiar mais na terceira forma, até que ela lançou imagens de nós fodendo a Luna na mesa de refeição, na frente de todos, para que ninguém ignore que ela é minha. Melhor não…
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