Capítulo 3

1852 Words
Ricky Quando ouvi que o Gerald não morava mais ali, perdi todas as minhas esperanças. Ela deu aquele comprovante a Manu, mas eu só pensava negativo, entramos no táxi para ir pro hotel e o arrependimento de ter viajado me pegou. — O que foi, amor? — Manu reparou na minha quietude. — Ah, Manu... sei lá. Essa história do Gerald não morar mais aqui me desmotivou demais. Talvez isso seja um sinal pra parar de procurar...Vamo aproveitar as férias aqui mesmo e depois voltamos pro Brasil. — sugeri cansado da viagem. — Não, amor! Não pensa assim! Que isso, para! Não, não mesmo. A gente tá com o endereço do seu pai, é só comprar as passagens pra Espanha e procurar no endereço. — ela falou como se fosse a coisa mais simples do mundo. — E se ele não estiver mais lá? E se ele não quiser saber de mim? — Mas o endereço é recente e pelo que me lembro que a sua mãe me contou, ele nem sabe de você. Quando ela descobriu que tava grávida ele já tinha ido embora. Vai ser uma surpresa pra ele, mas não é como se você fosse uma criança deixada na porta da casa dele para ele cuidar. Você já é adulto, não apareceu para reivindicar nada não, só quer conhece-lo. Espirei fundo olhando a cidade pela janela do carro. Ela segurou minha mão e encostou a cabeça no meu braço. — Vai dar tudo certo, amor. Meu Deus, o que eu tô fazendo? — Mano, como você consegue me convencer de tudo com seus papos heim? — olhei para seu rosto, que estava sorrindo agora. — Eu muito persuasiva. — admitiu orgulhosa. — Depois que a gente aproveitar alguns dias aqui em NY, vamos pegar um avião para a Espanha e depois de conhecer seu pai, vamos dar um pulo em Ibiza, porque eu quero ficar drogadona, curtir uma rave, ir a um monte de boates, festivais e acordar bêbada na praia. — planejou empolgada. — Você não existe... — fiquei rindo. — Tudo é uma oportunidade de curtir, é? — Ainda são nossas férias, né! — Usando drogas? — É Ibiza. — se explicou se afastando de mim. — Eu quero ter a experiência de ser humano irresponsável que vive intensamente por completo. Ok? — Tá bom... a sua mãe vai surtar quando souber. — Ela não precisa saber e eu já sou bem grandinha, né. — Fala isso pra ela. A Manu faz tanta loucura que quase sempre ouço a mãe dela a mandando ter juízo. Ela reclama comigo também, porque eu não coloco limites na filha dela. Mas eu não sou dono dela! E também, eu amo a Manu do jeito maluquinho que ela é, mesmo quando chega aquelas entregas da wish com compras que nunca vão ser usadas. Chegamos no hotel e o taxista nos ajudou a tirar as malas. Pagamos 5 dólares pela corrida e a Manu achou super barato até eu contar que 5 dólares ficam em torno de 30 conto no Brasil. — Pai amado, mas que bom que tu recebe suas grana em dólar. — ela arrastou a mala para dentro do hotel e eu a acompanhei. O hotel que a gente ficou era bem bonito, a Manu adorou. A gente fez as reservas no mesmo dia que compramos as passagens, para no caso de encontrar o meu pai, não precisar ficar na casa dele... Mas agora que não o encontramos, a reserva foi mais importante ainda. Fizemos o check-in e subimos para nosso quarto. — My god! Que vista linda, Ricky! — ela correu toda empolgada para o janelão que tinha numa das paredes. Dava para ver muita coisa da cidade. Várias luzes e prédios, telões com propagandas. — É a times quare! A gente tem que ir lá tirar umas fotos. — Vamos sim. — me animei. Ela saiu feito um coelhinho pulando pelo quarto. — Será que tem aqueles roupões com o bordado do hotel? — entrou no banheiro. — Qual a diferença desses para o nosso? — sentei na cama. Até o forro do teto era chique. Ela saiu do banheiro com o roupão no corpo, por cima da roupa. — Olha isso Ricky! Tem o bordado! — mostrou a parte bordada pra mim. — E a diferença? — O bordado, criatura. — veio até mim. — Sente a textura desse tecido. — subiu encima de mim. Era um felpudo muito macio, bem gostoso. — Nossa... — me surpreendi. Eu abracei a Um com aquele roupão e ela deslizava nos meus braços. O tecido é muito bom. Ela saiu de cima de mim e pego a bolsa pequena. — Eu quero que você tire uma foto minha com esse roupão. — Com a roupa por baixo? — franzi o cenho. — Não, eu vou tomar um banho. — Eu também. — tirei minha camisa. — Mas eu vou primeiro. — ela falou tirando o roupão. — Não. — tirei meu tênis. — Eu vou primeiro, que tô mais cansado. — Não, eu também tô cansada e eu entrei primeiro no banheiro. — ela tentou tirar o sapato mais rápido do que eu, mas se atrapalhou e caiu no chão. Como é que se tira um tênis em pé? Claro que vai cair enquanto desata o laço! Eu ri desabotoando o cinto e me dando conta de que estávamos numa disputa ridícula sobre quem tomaria banho primeiro. — Sabe de uma? — Sei. — ela olhou pra mim jogando o tênis longe. — Vamos tomar banho juntos. — falamos em uni som.   [***]   Depois de um banho. Só o banho, a gente pediu o jantar no quarto e como a nossa suíte tinha até mesa pra café da manhã e jantar, a gente podia comer ali mesmo sem precisar se arrumar pra descer para algum restaurante. A gente tava muito cansado da viagem. Apesar de dormir muito no avião, não foi um descanso bom. Toda hora eu acordava para ver se a Manu estava bem, ela ficou muito nervosa com o que aconteceu no avião. Quando a gente saiu do avião eu até a levei para prestar queixa no ponto policial que tinha no aeroporto. Ela preferiu não focar naquele triste acontecimento. Quando eu penso fico puto da vida. Por isso, para não ficar pensando e tocar no assunto correndo o risco de trazer a tona as lembranças da viagem e a Manu se entristecer de novo, eu fiquei na zueira com ela, tirando as benditas fotos com os roupões do hotel enquanto o jantar não chegava. — Ai Ricky, tô me sentindo tão burguesa! — ela posou segurando as taças e uma garrafa de vinho rosé que encontramos no frigobar. — Esse vinho deve custar os olhos da cara, né? — pensei alto enquanto tirava as fotos. — Não pensa nisso, você é um ex rei, tem muita grana. — mudou a pose. — Não me lembra dessa minha minha... Ela tirou o roupão e ficou só numa lingerie preta, totalmente rendada. — Ricky? Ricky?! — ela balançou o braço. — Oi. — Você ficou paralisado. — ela riu. — Manu... cê é muito gostosa. p**a que pariu. — tirei mais fotos enquanto ela ria. Caramba, eu não sei lidar com essa minha namorada. Ela é linda fora do normal. — Te amo. — ela sussurrou e eu vi através da câmera do celular. Abaixei o celular e disse o mesmo a ela. Alguém bateu na porta e eu corri, peguei o roupão e joguei nela. — Deixa que eu abro. — fui até a porta. Era um dos funcionários do hotel, com um carrinho e nosso jantar. Ele empurrou esse carrinho até a mesa da nossa suíte e arrumou tudo como se fosse no restaurante. Enquanto isso, Manu me olhava empolgada, com um sorriso cheio de dentes. Depois que ele foi embora, nós fomos para nosso restaurante particular. A maioria das luzes da suíte estavam apagadas e a luz da cidade que entrava pela grande janela de vidro tornou o momento bem romântico.  Eu até puxei a cadeira para ela sentar. Eu sei que a Manu gosta dessas coisas, esse ambiente, essa vida é a vida que ela queria ter. Por mais que a gente tenha uma vida boa no Brasil, morar em outro país com uma vida cheia de conforto como estamos sentindo nessa noite seria uma coisa que agradaria muito a ela. Se ela me pedisse qualquer coisa, eu faria. Eu amo demais essa mulher. Se é para viajar para Nova York com ela eu vou, para a Espanha, independente do meu pai estar lá, só da Manu pedi eu faço. Eu faço tudo por ela. Pode me chamar de cachorrinho da Manu.            [...]   No outro dia, levantamos com a cabeça bugada por causa do fuso horário. Já era dia e a gente queria dormir mais um pouco. Na verdade, a gente podia dormir mais um pouco sim, já que não tínhamos nada para fazer. Mas a Manu inventou um monte de coisa pra gente fazer, por isso levantei mesmo com o corpo pedindo cama. Enquanto ela se arrumava para a gente sair, eu ainda fazia tudo com os olhos quase fechados. — A gente vai tomar café num Starbucks, porque eu quero ver se aquele clichê da garçonete de coque existe, depois vamos bater perna pela cidade. Vamos a times quare, vamos ao central park, eu não sei onde é, mas a gente pega informações na rua, também vamos passar nos shoppings e tirar foto em tudo quanto é canto. — Tá bom. — Será que a gente encontra algum restaurante com estrela Michelin? — Talvez. — dei de ombros terminando de calçar meu tênis e bocejei. — Esse fuso horário não é pra mim. — Eu sei amor, também tô morrendo de sono. — ela veio até mim toda bonitona, de tênis, calça e camiseta gola alta, ainda por cima um sobretudo cor de mel e segurou meu rosto, depois me deu um beijo. — Prometo que depois que a gente terminar de explorar a cidade, a gente volta pra cá e dorme o resto do dia. — Tá bom. — apertei sua b***a e ela riu. — Cê tá muito linda, amor. Parece que já é daqui. — Né. — ela ficou toda animada em frente ao espelho. — Meu momento. Eita Manu... — Temos que aproveitar Nova York hoje, porque amanhã é partiu Espanha. — levantei da cama e parei ao lado dela no espelho. — A gente não é um casalzão da p***a?! — ela posava como se o espelho fosse tirar alguma foto da gente. — E você não me queria né.... — Não mesmo. — ela ainda se orgulha de falar. A virei para mim, segurei seu quadril e a levantei junto ao meu corpo, depois a empurrei na parede enquanto ela passou suas pernas envolta do meu corpo e segurou meu rosto mordendo seu lábio inferior com um sorrisinho s****o. — Mas depois que provou... — encostei minha boca na sua. — Seu gostoso. — me beijou.                  
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD