Cap 3

875 Words
Guerreiro Meu nome é Anderson, mas me chamam de guerreiro porque eu estou sempre aqui, pronto para lutar pelo meu morro e também pela minha família Eu sou filho mais velho de uma família de trás. O meu irmão, o João, as vezes até fala que quer entrar na atividade, mas ele é menino novo, tem só quinze anos enquanto eu tô aqui com os meus vinte e cinco Rapa do tacho, o menino tem mais é que estudar, depois, se as coisas não derem certo, daí a gente pensa mermão Minha mãe, a Inês, é mãe solteira por opção, e eu do mó apoio pra ela. O infeliz do meu pai sempre que o rosto dela ficava mais bonito com aquelas marcas roxas, do carinho que ele dava depois de chegar em casa bêbado, querendo agrado da mulher que ficou o dia inteiro em casa cuidando dos filhos e mantendo o lugar limpo enquanto ele se acabava naquela mesa de bar, gastando o dinheiro de comprar o pão do café da manhã A última vez que ele tentou dar aquele agrado pra minha mãe, eu parti pra cima, meu mano era criança pra entender que a brincadeira tinha passado dos limites, mas eu não Parti pra cima com gosto e ainda fiz minha mãe escolher entre a nossa familia e aquele trapo de gente que nem podia ser chamado de homem Eu assumi o meu papel naquele dia, e fico mó orgulhoso até hoje de nunca ter deixado faltar nada no meu barraco Pode falar o que for, mas foi o movimento que meu deu essa oportunidade, mas como eu disse, eu sei que a bandidagem traz consequência, impede muita coisa e eu não quero isso pro meu irmão, eu quero que ele escolha coisa normal mermo, essas que menino sonhador sonha Eu tinha me tornado sub do dono do morro e trabalhava lá, junto com o Léo, o cara era meu parceiro mais do que era dono do morro, a gente vivia como família mermão, era um cuidando do outro Por isso que eu sabia daquela obsessão toda pela Fernanda. Lógico que ele não chegou nas claras, falando a real, mas não dava pra disfarçar o jeito que ele olhava pra mina e muito menos, os perdidos que ele dava bem na hora da mina dá passeio nas ruas do morro, era cada desculpa esparrapada, o Léo com certeza não conseguia esconder que gostava dela Porra, o quanto em que eu tentei jogar mina pro colo dele, essas putas de morro que faz tudo pra ser fiel de bandido ou pelo menos, marmita e ele até que tentava sabe, mermo porquê, dono do morro tem que fazer a fama né, mas ficava claro que era mais por obrigação mermo, ele tinha olhos só pra aquela menina de pele bronzeada Fora que eu peguei, e não foi uma nem duas vezes não, eu peguei ele escondido, fitando a mina de longe, protegendo ela de longe Como ele não chegava pra mim no aberto, eu não questionava não cada um sabe aonde o sapato aperta né Mas naquele dia não teve jeito né mermão, eu tive que ir atrás da mina pra poder saber o que aconteceu depois que o menor veio cantar aquela história Guerreiro - Comé que é? Preso? Como assim o Léo foi preso? Menor - É como eu tô te falando chefe, o samango levou ele, mas eu tava de butuca, foi o chefe mermo que quis colocar algema de prata Guerreiro - Não é possível E não era mermo, como que um dono do morro sai da proteção e se entrega assim, sem discussão, pra polícia? Ainda mais o Léo com aquela p**a cativaram Eu andava de um lado pro outro, tentando entender, mas não conseguia de jeito nenhum Guerreiro - Bora menor, solta a fita toda, o que foi que aconteceu? Menor - Ô chefe, não deu pra ver na certeza, mas os samangos tavam lá, dando batida no Samuca e na filha dele e de repente, o chefe desceu e se entregou. Na boa, eu só consegui ver mermo porquê tava no horário da minha ronda, mas na hora, não tava passando uma alma viva Guerreiro - E nem morta pelo visto, né, porra Menor - Mas é agora chefe? O que a gente faz? Na boa, eu não tinha aa mínima ideia do que fazer tá ligado, só pensei em ligar pra advogado, um dos nossos e pagar fortuna pra trazer o dono do morro de volta pra casa Eu tinha que fazer a coisa rápida, o cara não podia sair da delegacia porque se fosse pro caminho do presídio, aí ia ser mais difícil, fora que o Vidigal também ia ter que lutar contra inimigo, e de graça né "p***a Léo, o que foi que tu fez?" Era a única coisa mermo que eu conseguia pensar, que tinha que tirar o meu mano daquela p***a, certeza que ele tava contando com isso, só que também, eu tinha que saber na acerta o que aconteceu e pra isso, ia ter que conversar com a Fernanda, ela ia ter que me contar o motivo do Léo ter feito a única coisa que um dono de morro não faz
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