Cap 4

1036 Words
Guerreiro Eu não tinha como fugir daquilo, eu precisava saber o que tinham feito com o meu parceiro pra ele decidir fazer uma loucura daquelas A minha resposta estava lá com a Fernanda e eu sabia disso, aquele ali tinha se tornado a droga do Léo, mas parecia que só eu enxergava isso Ele não conseguia ser tão discreto assim, acho que é isso que o amor faz com uma pessoa e digo isso, porque eu sabia que aquela loucura toda não era coisa de um r**o de saia qualquer As marmitas do morro não conseguiam ter um poder desse pra cima do Léo, mas a Fernanda deixava ele de quatro Eu peguei minha moto e fui lá na casa dela, eu queria ouvir da boca daquela filha da p**a o motivo do dono do morro tacar o f**a - se pra comunidade é aceitar cair nas mãos de samango Eu sabia que ia conseguir tirar ele daquela situação, eu sempre conseguia, mas p***a, custava deixar essa passar? " Não tô acreditando que vou ter que molhar a mão do Dutra de novo, p**a que pariu viu" Eu peguei minha moto e acelerei, pro rumo da casa da menina, eu tava puto da vida de ter sido obrigado a ver que aquela obsessão toda do Léo, fez com que ele trocasse os pés plas mãos O caminho todo eu fui ensaiando, tava crente que já ia chegar chegando, acabando com a p***a toda e no fim, ia escutar da boca da menina que o Léo era o retardado da noite Mas o que eu vi foi outra coisa... A casa era simples, toda pintada de branco, mas manchada com a poeira dos ventos. Eu já tinha entrado ali, quando eu era menor, junto com o Léo. Lugar todo arrumadinho, com aqueles panos no chão, tapetes, feitos de retalhos sabe O Samuca, aquele senhor, pai da Fernanda, tava completamente desnorteado, acho até que eu consegui ver de longe um choro meio que escondido do cara Já a Fernanda, veio me atender com o olho mais arregalado do que qualquer coisa, o medo estava nítido ali, medo e decepção. Dava pra ver que a mina tinha chorado horrores, acompanhando o sofrimento do pai e eu sabia muito bem o motivo O Samuca era daquelas pessoas que não aceitavam a vida bandido sabe, nem pra ficar com troco pra mais ele ficava, honesto pra caramba e ensinou a filha dele a ser desse jeitinho Era por isso que a mina fugia do Léo como o d***o foge da cruz, ela era a menina dos olhos do pai e só de pensar em magoar o velho, já nem saia de casa Gente das antigas sabe, daquelas que não posam nem na calçada de delegacia, que ainda tem a ilusão que samango faz ronda pra proteger o povão, tem a inocência estampada no coração Se o cara não aguentava nem em pensar passar perto de delegado, imagina como o coração não ficou por ter sofrido batida de samango, ainda mais com aquele jeitão dele Porra, mas também, tinha que ser justo o Samuca A mina acompanhou a tristeza do pai, tristeza e decepção porque, pela primeira vez, ele pode presenciar que não é só dono do morro e gente do movimento que vive na bandidagem, oss caras da lei também Mas enfim, o meu objetivo ali era outro e não ficar passando a mão na cabeça deles Guerreiro - Bora Fernanda, solta logo a fita porque eu tô com a p***a da paciência enfiada na casa do caráleo e não quero descontar em você Fernanda - Mas o que você quer que eu diga Guerreiro? Por favor, me deixa em paz, eu só quero ficar em paz com o meu pai, por favor Guerreiro - TU VAI FICAR EM PAZ NA HORA QUE EU DEIXAR PORRA Fernanda - Por favor, não grita, por favor A mina tava em pânico, não tinha nem o que discutir, aquela batida mexeu mesmo com eles dois, tanto que ela nem me escutava direito e, algumas vezes, até me enfrentava Guerreiro - Eu vou perguntar só uma vez e é melhor tu me responder aquilo que eu quero ouvir. Por que o Léo foi preso Fernanda? Responde logo carai E tu acha que ela respondeu? Respondeu nada, ela simplesmente começou a se tremer toda, a chorar feito doida, como se o próprio pai tivesse morrido, de soluçar mesmo, e foi de ajoelhando, bem ali na minha frente, na calçada da casa dela Se aquilo não era desespero, eu não sabia o que era Fernanda - Meu pai... meu... eu... os policiais... Guerreira - Eu já sei de tudo isso carai, sei da batida e também sei que o Léo foi preso e tudo pelos mesmos samangos, tudo por conta de tu. Me diz logo, o que foi que aconteceu? Fernanda - eu não sei Eu já disse que ela tava chorando? Pois ali, ela desabou, o Samuca até saiu na porta pra ver o que tinha acontecido, mas entendeu quando eu fiz sinal pra não se aproximar Ele ficou de longe, tentando proteger a filha de longe, com certeza, se precisasse, ele ia entrar no nosso meio e me peitar sem pensar duas vezes Guerreiro - Tudo por sua causa, tu que é a culpada de tudo isso, se não tivesse coado café na calcinha pra segurar meu parceiro, isso não tinha acontecido, p***a de bruxa do carai, o Leo foi preso por tua culpa, por nao conseguir ficar longe de tu. E agora, o que tu quer que eu faça? E ela continuou lá no chão, acho que nem escutou o que eu falei ali, enquanto ela se desesperada e eu tive que me segurar horrores pra não pegar ela pelo colarinho e fazer ela pagar por aquilo Mas eu tinha que considerar né, quem bate em mulher é cuzao que não tem amor a vida. Homem que é homem respeita mulher, mesmo porque, nasceu de uma Por isso sai dali, eu tinha que correr atrás de tirar meu parceiro das mãos daqueles filhas das puta Samango que é samango ei as custas de bandido e eu não já deixar o Léo passar por isso
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