Capítulo 3

1376 Words
A noite foi muito difícil. Eu acordei muitas vezes com dor de cabeça. Não achava uma boa posição para dormir por causa da dor na b***a, que péssimo lugar para bater quando cai. Regina não voltou, ele deve ter dormido no sofá Quando o dia começou a nascer uma enfermeira entrou no quarto, conferiu a minha pressão e regulou a medicação. Ao final disse em um sussurro: - O médico deve te dar alta em uma hora. Avisaremos seu contato de emergência para buscá-la. - Obrigada - Precisei forçar as palavras. Mesmo tão bem tratada, o acidente da noite anterior tinha me deixado marcas doloridas por grande parte do meu corpo. Resolvi levantar. E vi uma mala em uma cadeira perto da porta do banheiro. Dentro tinha itens de higiene, duas trocas de roupas e roupas íntimas, ao lado estava o meu celular conectado no carregador na tomada, tentei mexer um pouco nele e logo larguei o celular, a dor estava bastante forte ainda, e a dor aumentou mais quando eu tentei ler as mensagens. Eu estava me sentindo péssima, eu tinha dormido m*l, estava com dor e só queria ir para casa. E além de tudo ainda estava com raiva e t***o naquele i****a. Resolvi tomar um banho para tentar me sentir melhor. Escolhi uma roupa qualquer da mala, olhei no espelho e parecia mesmo que eu tinha sido atropelada. Minhas olheiras estavam feias e eu estava muito abatida, deveria ser os remédios. Assim que saí do banheiro o Júnior estava no quarto, aparentemente me esperando. - Bom dia Srta Lisa, se sente bem? - Me perguntou timidamente. - Júnior, estou bem. Dolorida mais bem. O que faz aqui? - Porque não ele, eu poderia ficar hipnotizada por ele. - Vim buscá-la, soube que o médico está para te dar alta e vou levá-la para casa em seguida, combinei tudo com a Regina e o Sr Martins ontem. - Que fofo. - Certo. E porque a Regina não veio me buscar? - Ela não voltou ontem e não veio hoje, o que será que aconteceu? - Ela irá mais cedo ao trabalho de vocês, para assumir suas demandas, segundo ela. Eu senti uma onda de pânico tomar conta do meu corpo: A Regina, organizando os recebimentos da nova estação era praticamente um pesadelo. Ela era gerente financeira, não entendia nada de estoque e mostruários. Senti uma tontura e tentei me apoiar na cama. Júnior se antecipou e me segurou pelos ombros, me ajudou a sentar na cama. Olhei pra ele, tentando sentir alguma atração, nada. Claro que eu ia me interessar pelo pior dos dois. - Está se sentindo m*l? - Eu estava, não conseguia organizar meus pensamentos. - Sim. A Regina não conseguirá resolver, preciso fazer uma ligação, poderia pegar meu celular por favor? - Ele prontamente me entregou o celular. Resolvi ligar para a Karen, que era a supervisora de loja mais antiga que trabalhava comigo e que conhecia os processos. Falei rapidamente com ela, explicando a situação e a minha ausência pelos próximos dias, e surpreendentemente a Karen explicou que a Regina já havia pedido que ela assumisse as entregas e que organizasse o estoque para que na segunda pudessem iniciar as vendas da nova coleção. Eu consegui respirar de novo depois de falar com ela. Mesmo eu não conseguindo acreditar, a Regina sempre pensava em tudo. Ela realmente me conhecia. - Elisa Alcantara? - Entrava no quarto um médico, baixinho e com cara de sono. - Sou eu, doutor. Você vai me liberar agora? - O médico nem me olhou. Estava realmente com sono. Deveria estar de plantão a muitas horas. - Sim, parece tudo em ordem com seus exames e você esteve estável por toda a noite. Vou liberá-la e te deixarei de repouso absoluto por 3 dias. Procure ficar o máximo de tempo possível deitada, a alimentação precisa ser leve e aqui está a guia das medicações. - O médico explicou como eu deveria tomar os remédios e deixou a papelada em cima da mesa. Júnior pegou a papelada e colocou dentro do paletó. Agora, descansada, eu me forcei a reparar melhor nele. Ele era bonito, tinha os olhos verdes e uma expressão que ameaçava um sorriso o tempo todo. Seus cabelos eram castanhos e estavam cuidadosamente penteados para trás. Ele tinha cara de segurança de mafioso. Ele era bem gato mesmo, não tanto quanto o Sr Arrogante. Eu poderia investir nele, seria seguro. Pronto, já estou começando a enlouquecer. Balancei a cabeça para esquecer aquele pensamento, e olhei novamente para ele que já pegava a mala e a minha bolsa. - Essa mala não é minha. Acho que é serviço do hospital. - Eu não imaginava de onde tinha vindo aquela mala, pensando melhor, eu nem deveria ter mexido. - É sua sim, comprei ontem a noite e trouxe para que você tivesse roupas limpas agora de manhã. - Fiquei em choque. Porque ele faria algo assim? - Você comprou? Por qual motivo exatamente? - Para a Srta Regina não precisar voltar. Deixei ela em casa ontem e ela parecia bem cansada, avisei que eu cuidaria de tudo. - Por mais fofo que ele seja, com certeza foi uma ordem. - Foi o seu chefe que te obrigou? - Ele me pediu sim, só que eu faria isso de qualquer forma. Afinal, a culpa é minha. - Mandão até o último fio de cabelo. Não precisava de tudo isso. - Júnior, não quero discutir, então obrigada pela gentileza, das roupas, do socorro e a carona para casa agora. Podemos ir ? - Eu precisava dormir na minha cama, eu estava muito cansada e não queria descontar no Junior, que estava sendo um fofo comigo, a raiva que eu estava do chefe dele. Ele abriu a porta e pegou uma cadeira de rodas, eu nem tentei recusar, eu sabia que seria muito difícil caminhar, e também não sabia quanto eu teria que caminhar. Fomos no elevador em silêncio até o estacionamento e ele apresentou um papel ao valet, que deveria indicar a minha alta. Não demorou muito para um carro chegar. Era um Volvo preto. Eu não entendia nada de carros, mas aquele carro tinha cara de ser um carro muito caro. Ele me ajudou a me acomodar no banco de trás, depois de eu ter protestado que deveria ir na frente com ele, e ele nem discutiu. Só abriu a porta e me ajudou a entrar em silêncio. Ele guardou as coisas no porta malas e assumiu a direção. Fomos todo o trajeto em silêncio, só que eu estava curiosa. Era uma ótima oportunidade para saber mais do senhor arrogante. - Júnior? - Comecei tímida. - Sim, Srta? - Esse tratamento me deixava muito desconfortável. - Me chame de Lisa. - Certo, Lisa. - Você trabalha com o que? - Sou assistente pessoal do Sr Martins. - Sr Arrogante Martins. - Certo. E qual o nome do Sr Martins? - Cooper. - Que tipo de nome é esse? - Só que isso é um nome americano. - Sim, ele nasceu nos EUA, e veio para o Brasil quando ainda era criança, tem dupla cidadania. - Hum. E ele trabalha com o quê? - Gestão financeira. Lisa. Não me sinto à vontade falando dele assim. Você entende? - Claro. Desculpe. Só fiquei curiosa, ele parece ser rico e quis entender melhor. - Vou pesquisar com certeza mais tarde sobre ele. Cooper Martins. O Sr arrogante. - Sim, ele é bem rico Lisa. E as pessoas acham que ele é só isso. Ele tem bom coração, só parece que não. - Por esse comentário eu não esperava. Ele poderia ser tudo, menos um cara de bom coração. Só que ela sabia que não deveria incomodar o Júnior com perguntas aleatórias sobre o Sr Martins, Cooper. Eu ri sozinha do nome. Estranho e engraçado. Assim que chegaram a garagem do prédio se abriu, de certo a Regina deixou avisado que ela chegaria naquele carro. Subimos até o apartamento e ela teve uma nova onda de pânico. Pelo que ela lembrava a casa estava uma bagunça. Abri a porta e achei que tinha entrado no apartamento errado. Olhei de novo, e era mesmo o meu apartamento. Organizado. - O que aconteceu aqui?
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