Capítulo 17

1130 Words
Niara Narrando... -Fofoca é pior que vírus, espalha na velocidade da luz, povo brinca de telefone sem fio, o pior é que como diz minha mãe: "Quem conta um conto aumenta um ponto". -Aí já viu, o que era pra ser um boato passa pela rádio fofoca e vira até uma verdade absoluta, tá todo mundo fantasiando que tenho algo com o Cicatriz. -Gente sentei ao lado dele num pagode, depois o cara me levou em casa, nem beijo rolou, tão inventando uma relação que nunca existiu, se eu beijar o bofe vão dizer que tô grávida. -Depois dos últimos eventos, acompanhado da brincadeira do Gibi que pegou pra me chamar de Patroa, essa notícia fake viralizou, tem até alguns vapores me chamando de Patroa, vê se posso com isso? -Nessa quem tomou no cool fui eu, primeiro por ser a mais odiada das marmitas do Morro, uma veio até me perguntar qual era o segredo para laçar um patente alta tão rápido. -Pior que ganhei a fama e nem deitei nessa cama,até porque com aquele pecado de homem podia ser de pé, no chão, no teto ,bofe é uma delicia de roupa, imagina...ah esquece! -Tomei no cool legal, Dona Marga veio na minha reta, furiosa pois o povo tava falando aos quatro cantos que eu era a fiel do Cicatriz, é aquilo até provar que tu não é cavalo já comeu dez sacos de milho. -É triste, mas na minha idade tive que me trancar no quarto pra não levar umas pauladas, quando a coroa se acalmou eu saí pra tentar uma conversa civilizada. -Mais uma vez tava lá explicando tudo pra ela, podem achar bobagem ou que ela tá errada pela cobrança,não sou mãe mas deve ser muito r**m ver um filho(a) no estado que ela me encontrou. -Ando com ímã pra bandido,mesmo sem querer e esse pessoal tem fama de possessivo, infiel , agressivo, sem limites, o que leva Dona Marga a pensar só coisas negativas. -Por um pedido dela me afastei de todos do movimento, melhor prevenir certo??? O bom é que por enquanto Capoeira me largou de mão. -PC não tô olhando nem na fuça, acreditam que uns dias depois daquela cena ridícula ele mandou mensagem dizendo: -Para de marra preta, vamos continuar de onde parou. -Tenho que rir mesmo, nem respondi, deixei no vácuo, depois pensei melhor e dei logo um bloqueio, quero papo nenhum com aquele duas caras. -É bom pra eu entender que ex se fosse bom era presente e não passado, ficar insistindo no que já não deu certo uma vez pra quê não é mesmo? -Tenho evitado sair na rua pra deixar o assunto morrer, quando vier uma próxima fofoca babado esse povo logo esquece de mim e pega outro pra Cristo. -Hoje é minha folga mas tô zero vontade de sair, nem tem nada de interessante lá fora, preferi ficar quietinha em casa descansando, vendo série e comendo bobagem. -Estava na minha paz vendo Bom dia, Verônica, o que me trouxe gatilhos, já tinha chorado uns dez litros se lágrimas, quando ouço alarme de mensagem no celular. -Quando leio não entendo nada, era ele pedindo socorro, que eu fosse salvá-lo pois só confiava em mim, fiquei preocupada, liguei para o Gibi que não atendia, porcaria. -Fiquei apreensiva de ir lá, lembrei da vez que ele tava em crise, me beijou depois me correu, já tava sensível. pela série e lembranças que me trouxe, caminhava de um lado a outro. -Meu celular tocava era ele, como o que menos tenho é juízo, coloquei minha Havaianas no pé, peguei o celular a chave e fui rumo a casa desse doido. -O cara é todo posturado e orgulhoso, se não fosse algo sério jamais mandaria mensagem pedindo ajuda, esse meu coração de manteiga nem sabe negar, mas me surpreendi com o que encontrei lá. Cicatriz: -Entra logo por favor ou ela vai me enlouquecer!-diz me puxando pra dentro. Niara: -Ela quem? Olha nem quero saber...-falo mas sou cortada por uma voz doce. Diana: -Ela sou eu, prazer Diana! Filha dele que nem sabia que tinha, mãe morta, 9 anos, criada pela avó!-diz tudo me estendendo a mão. -Olho bem pra ela porque até desconfiei ser uma anã, pois falando parecia uma adulta gente. A menina era lindinha e inteligente. -Aí eu vi o estrago, garota tinha os cabelos bem cacheados que estavam um caos, roupa suja e na mesa tinha uma gororoba de dar nojo. Niara: -Mas gente que tá acontecendo aqui?- pergunto. Diana: -Nada demais, ele não sabe arrumar meu cabelo que não consigo sozinha,nem sabe lavar roupa e ainda tentou me matar intoxicada com isso que ele chama de comida, de resto tudo ótimo.-diz emburrada e eu gargalho, a menina é demais. Cicatriz: -Namoral Niara nunca te pedi nada mas ajuda aí porque essa garota veio pra acabar comigo, nada que eu faço serve.-diz aflito. Diana: -É só fazer as coisas direito ué! Quem não sabe que deve separar as roupas por cor pra lavar? E essa comida que parece ter vindo de uma Tribo? E eu sou o problema.-diz toda marrenta cruzando os braços, ali vi que é filha dele mesmo. Cicatriz: -Depois te explico tudo, só ajuda por favor, preciso ir na boca porque se deixo o Capoeira sozinho, coloca fogo na favela.-fala, gente ele pedindo por favor duas vezes seguido, tá em desespero mesmo. Niara: -Ok, vai lá então. Me diz Diana o que tá pior a fome ou o cabelo?-pergunto sorrindo. Diana: -O cabelo tá dando agonia, me sinto uma palhaça fora do circo!-diz chateada. Niara: -Beleza então, Cicatriz vou te passar o nome dos cremes que preciso manda buscar por favor, você mocinha vamos tentar achar uma roupa limpa.-digo e vamos para o quarto. -Ela tomou banho, passei o cremes, arrumei seu cabelo, é muito trabalho pra uma menina mesmo, cacheadas sofrem. -Achamos uma roupa limpa, enquanto isso fui separando e colocando tudo pra lavar, depois já deixei no varal pra secar. -Fiz um macarrão à bolonhesa pra ser rápido, ela é boa de garfo, comemos conversando muito, fiquei encantada, a menina é muito pra frente, um mini adulto, ri demais com ela contando as trapalhadas do pai desde que a vó foi embora. Diana: -Ni você vai cuidar de mim né? Tipo só ajudar porque sou mocinha sei me cuidar,mas já não tenho mãe e fiquei sem a vovó, é ruim.- fala triste e ali sim ela era só uma criança que já sofreu bastante e indefesa. Niara: -Vamos ver com seu pai tá? Mas em mim você tem uma amiga pra sempre e pode chamar sempre que precisar,tá bem linda?-digo fazendo carinho no seu rosto. Diana: -Jura de dedinho?-Pergunta esticando o dedo. Niara: -Juro, juradinho!-falo e ela me abraça. -Como não se apaixonar?
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