Capítulo 1 – Você?

2007 Words
"Um dia você vai encontrar alguém que te ame de verdade... Sem mentiras ....Sem segredos..." – D. Monkcaj *** Olívia — Mamãe, mamãe, acorda... – Meg pula em cima de mim tentando me acordar. — Filha não... Me deixe aproveitar meu dia de folga... – Falo me escondendo debaixo das cobertas. Meg tenta puxar as corbertas, caindo na gargalhada mas fofa do mundo. — Buuuu. – Digo saindo daquele forno. —Haaaa... – Pego ela e rolo para cima dela fazendo cócegas em sua barriga e ela caindo na risada. — Quem mandou me acordar sua monstrinha destruidora de sonos, você merece muitas cócegas... — Por..por... favor Mamãe. – Ela suplica entre as risadas. Paro as cócegas e caíndo ao seu lado, para recuperarmos o fôlego. Ela vira a cabeça e fixa os olhos no meu e sorri, imediatamente meus pensamentos vai em alguém que tento esquecer há 8 anos atrás... Colin... Como ela se parece com ele, o sorriso, é a cópia fiel daquele cretino. Depois daqueles dois meses restantes para terminar o ensino médio, foi complicado. Evitar cada olhar, cada desejo e esconder a minha barriga de quase 3 meses foi difícil. Não que eu tivesse vergonha, mais não queria que ele soubesse da gravidez, não queria tê-lo na minha vida naquele momento, e talvez nunca mais. Depois não o vi, mesmo morando na mesma cidade. No entanto, mudei de casa para não correr o risco dele me achar, três anos depois, na volta do trabalho vi em uma banca de revista, a cara dele estampada em uma das capas que dizia que Colin tinha assumido os negócios multimilionários da família. E em outra manchete de uma revista de fofoca destacando-se sobre ele ser um dos solteiros mais cobiçados entre as mulheres de Nova Iorque. Pois bem, nunca mais passei naquela rua e desde então tenho evitado todo tipo de revista. Fiz minha faculdade tão sonhada de arquitetura, hoje tenho meu próprio escritório em parceria com minha melhor amiga da Universidade Dany, mas, estamos pensando em expandir e precisamos de uma empresa que trabalhe com publicidade e uma construtora para nos patrocinar. Não sou nenhuma milionária, mais o que ganho é o suficiente para ter e dar tudo que Meg precisa... — Mamãe? – Meg me dá um beijo no rosto. — Acorda... estou perguntando a você que horas vai me levar para passear no Central Park ? Você viajou para onde com esse olhar? — Oi filha desculpa, mamãe estava pensando no trabalho. Depois que tomarmos um café bem reforçado nós vamos, para inaugurar sua bicleta nova. Tudo bem? — Eba! Estou ansiosa para aprender. – Diz toda empolgada pulando na cama. E começo a rir da sua alegria. Ela realmente preencheu toda falta e toda dor que poderia ter me afundado, ela foi minha esperança, minha força para que eu não caisse em um profundo abismo. — Meninas o café está na mesa. – Minha mãe aponta a cabeça na porta. — Megan vem fiz suas panquecas com chantilly e morangos que você adora. — Uhuul! – Ela sai correndo e abraça a cintura da avó. — Por isso você é a melhor vó do mundo, vem mãe. — Estou indo, vou ao banheiro e já desço. Então que meu lindo dia comece. Colin — Bom dia docinho. – Ouço uma voz mansa ao meu lado na cama. — Bom dia...Huuum, Sara? – Tento descobrir o nome da garota com quem transei ontem a noite. — Não, meu nome é Bruna... Jura que não lembra meu nome? — O que importa? – Digo me levantando nu da cama. — A transa foi gostosa, quando sai não esqueça de nada, caso ao contrário vai pro lixo. — Está me expulsando? Que grosso. – Ela levanta da cama vindo em minha direção. — Não quer tomar um banho juntinho? – A v***a desce a mão até meu p*u e seguro firme seu pulso. — Regras são regras. Uma única noite, não repito figurinhas ou melhor bocetas. – Ela faz bico e eu entro no banheiro fechando a porta atrás de mim. Elas estão cansada de saber que eu não me amarro a ninguém. Uma única mulher já foi o suficiente. Olívia... Soa como música, seu nome é a calmaria neste inferno em que vivo, nessa culpa eterna que me afundei. Hoje o que restou de mim foi puro amargo e frieza. Nunca mais a vi depois do término. Somente de vista no final do ensino médio. Tantas vezes quis me aproximar, me arrependo por cada traição, por cada lágrima que a vi chorar naquela noite e com certeza por todas as outras. Dou um soco na parede e sinto meus olhos arderem. Mesmo sem querer tive que deixá-la ir, e sei que o que fiz foi errado e não tem perdão! Todas as noites em que estou sozinho, pego meu violão e começo a cantar porque esse é o único jeito de me sentir perto dela, me lembro das noites depois do sexo, eu cantava para ela, enquanto admirava aquele seu sorriso apaixonado. Depois de todos esses anos, eu não perdi a esperança de tê-la em meus braços, cada garota que durmo sempre mesmo não querendo, acabo imaginando como se fosse ela e ao mesmo tempo, é uma forma de descontar toda a minha frustração e a minha raiva e o jeito dominador que me tornei ajudou muito, em suma, no final fico pior por não ser seu corpo nu ao meu lado. Merda! Saio o banho e decido que vou correr por aí, para escapar desses pensamentos que me atormentam. Visto minhas roupas e desço. — Bom dia, senhor Jones. — Bom dia Carmem. Já disse para não me chamar assim, você é da família. – Falo sentando à mesa. — Desculpe, mais eu ainda não me acostumo e seu pai faz questão que eu o trate como tal. Coma, fiz suas panquecas com chantilly e morangos que você ama. — Não dê ouvidos aquele velho. Ja que eu sou patrão e ordeno que me trate como estou pedindo. E estão maravilhosas só pelo cheiro. – Falo colocando logo um pedaço na boca. — Tudo bem. Outra coisa meu filho, você não pode ficar trazendo aquelas garotas para cá, se a Arianne chegar e te encontrar. Ela vai surtar aquela garota é louca por você. — Que ela vá a merda, ela só faz escândalos mesmo. E outra isso não passa de conveniência meu pai quer que eu me case com aquela magricela por causa de benefícios que nem precisamos. A empresa do pai dela de investimentos pode ser uma grande oportunidade, mais me casarei quando eu quiser e ela sabe muito bem disso. Arianne quer status por ter ficado "noiva" do cara mais cobiçado. Eu não a amo e ela também não. — Mais querido, até quando vai ficar nesse impace. Aquela garota que você amou não vai voltar, eu a conheci o suficiente para saber que ela não te procuraria mais. Não pode passar a vida esperando por ela. — Eu sei. – Largo meu café sobre a mesa e abaixo minha cabeça. — Se for para entrar em um casamento arranjado sem amor, quero aproveitar porque amar de novo não irei. Só queria uma segunda chance para ama-lá e consertar todos os erros. – Carmem se aproxima, senta ao meu lado e pega em minhas mãos. — Eu sei querido. O amor de vocês foi puro, começou com uma bela amizade que se tornou algo mais forte. Você errou muito com aquela garota, ela precisou seguir em frente e encontrar o próprio caminho e se curar da dor. Vocês dois precisaram desse tempo para amadurecer. Se ela tiver que ser sua, ela será. — Eu sei, e não me perdoo por todo o m*l que causei à ela, eu fui imaturo, algumas coisas me subirão a cabeça que me fez perder o controle, mesmo sabendo das consequências. Você se arrepende de algo do seu passado Carmem? — Não. – Olho para com cara de interrogativa. — É sério, não. — Mais porquê? Então você não cometeu erros é isso? — Claro que cometi e muitos, mas, não me arrependo, sabe porquê? Porque se eu não tivesse cometido esses erros eu não teria aprendido a fazer as coisas certas. — Hum. Faz sentido. Eu vou correr um pouco, pensar, hoje acordei pior que todos os outros dias, as lembranças dela estão mais aguçadas como nunca. — Ok. Você está precisando. Acento com a cabeça positivamente, tomo o último gole de café e saio. A manhã está incrivelmente linda e fresca, ótimo para correr pela Central Park. Sigo o meu destino, mais antes configuro meu smartwhatch e agora sim, posso correr. [...] — Inferno! – Falo quando olho para meu tênis e vejo que pisei em um chiclete correndo pela ponte bow bridge, olho pro chão procurando uma pedra para tirar aquela p***a do meu pé. Acho uma pedra e com muita dificuldade tiro o maldito chiclete e amaldiçoo a pessoa mentalmente que teve a capacidade de jogar isso aqui. Que azar, não poderia ficar pior... — Haaaa... – Grita uma atrapalhada que esbarra em mim me fazendo cair para trás e a louca cai em cima de mim, e por instinto seguro-a pela cintura com o corpo completamente em cima do meu. Quando abro os meus olhos, não acredito quem está em cima de mim, sinto meu coração acelerado e minha respiração ofegante. Eu reconheceria aquele cheiro de lavanda e aqueles olhos a milhas de distâncias. Vejo seu peito subir e descer freneticamente, e por um instante nos olhamos com muita intensidade, enquanto a ponta de nossos narizes se tocam e seus cabelos cobrem nossas faces. E nosso olhar fixado em nossos lábios e vejo pelo movimento de sua garganta que ela engole seco. Juro vejo aquela cena toda em câmera lenta, pois isso durou segundos antes de voltarmos a realidade. — Liv? – Falo ainda confuso. — Me...Me...Desculpa. – Ela fala levantando e passando a mão pelo corpo ajeitando seu vestido. — Eu não vi você, fui ver uma mensagem e quando me dei conta, já estava em cima de você. — Liv? – Repito novamente ainda atordoado com a situação. Ela está tão diferente, mais linda, mais gostosa do que me lembrava. Eu vejo que minha menina virou uma irresistivel mulher, em toda a extensão da palavra. — Preciso ir... – Ela sai andando. — Espera não vá. – Digo pegando em sua mão com delicadeza, ela vira, seu olhar vai das nossas mãos até meu rosto, Olívia imediatamente se afasta do meu toque. — Nãã... — Mamãe, mamãe... – Uma criança grita vindo em nossa direção e seu semblante frio muda no mesmo instante para um cheio de amor. — Oi meu amor. – A criança larga a bicicleta no chão e corre abraçando Liv, ela teve uma filha? Como? No mesmo instante sinto um enorme ciúmes me consumindo, ela casou? Quem é o desgraçado que a roubou de mim? — Você não pode se afastar assim Megan, eu tive que sair correndo atrás de você. Ainda não sabe andar direito. — Eu sei mamãe, desculpa. É que a descedinha da ponte me levou rápido de mais. — Tudo bem. – Ela beija o topo da cabeça da tal Megan. — Você tem uma filha? – Olho para a garota e por que ela me lembra alguém? — Mamãe porque esse moço está me olhando com essa cara esquisita, ele é o tipo daquelas pessoas que você diz ter demência? Que garota abusada. No entanto, não dou-lhe atenção, tem algo que quero descobrir do que bater boca com uma fedelha. Volto para meu olhar para Liv. — Sim, como você pode ver Colin. Vamos Meg! – Ela abaixa e pega a bicicleta do chão. — Como? Você casou? Quando? Quem é ele? — Minha vida não é da sua conta. – Fala séria. — Responde Olívia. – Confronto ela já trincando os meus dentes. — Sim. Casei. Vamos Megan!
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