5- Mirella

2785 Words
— Qual foi Nick? Vai ficar de viadagem meu irmão...? Se você não quer essa gracinha eu quero valeu? — O tal Rafael diz me prendendo ainda mais ao seu corpo e eu espero que nenhum deles estejam armados porque eu estou vendo uma briga se iniciar aqui e eu estou bem no meio deles. — Eu vou falar só mais uma vez Rafa...! Solta... A garota... agora! — Ordena olhando fixamente nos olhos do tal Rafael que reluta em me soltar. Os olhos do tal Nick descem até os meus e ele parece realmente se importar comigo, mas o fato dele ser amigo desses monstros e estar junto com eles aqui, me faz odiá-lo do fundo da minha alma assim como todos os outros envolvidos, a cada dia que passa eu vejo que tomei a decisão certa ao evitar qualquer tipo de relação com essa raça miserável. — Eu só vou fazer isso porque você é meu amigo Nick... Do contrário eu pouco me importaria com a sua opinião ouviu? — Rafael diz o encarando raivoso e Nick também o encara duramente se impondo contra seu amigo. Belo tipo de amizade as pessoas escolhem hoje em dia! — Você não está fazendo isso só porque é meu amigo... Você está fazendo isso porque de um jeito ou de outro você sabe que eu posso te impedir.... Agora solta a garota! — Ordena com fúria nos olhos e eu tenho medo que se inicie uma briga e eu acabe levando a pior por estar no meio deles. Enquanto eles se encaram e se distraem de mim eu ajo por impulso e dou uma cotovelada no cara que me prendia a ele e no impacto do meu golpe ele me soltou, não penso antes de agir e saio correndo em qualquer direção que me leve para longe daqueles desgraçados. — Sua v***a desgraçada! — Esbraveja correndo atrás de mim mas ouço quando grita pedindo que o tal Nick o solte. Não presto atenção em mais nada apenas corro o máximo que posso mas assim que viro uma esquina me desequilibro e acabo caindo por causa do salto alto, arranco-os dos meus pés e volto a correr desesperada e com medo que venham atrás de mim, não sei o que fazer e nem para que lado devo ir, apenas corro e choro por estar passando por tudo isso. Depois de alguns minutos correndo eu avisto um táxi e me jogo na sua frente fazendo sinal, assim que o mesmo para eu entro correndo nele. — Rápido moço por favor! Me tira daqui! Por favor vai rápido estão atrás de mim. — Peço ainda chorando muito e ao ver o meu desespero o motorista acelera. — O que aconteceu moça você está bem? Quem está atrás de você? Você está machucada? Quer ir a um hospital eu posso levá-la? — Pergunta preocupado ao ver o meu desespero mas eu apenas balanço a cabeça negando. — Eu só quero sair daqui por favor... Me tira desse lugar moço... Me tira daqui... — Peço entre soluços e me encolho no bando do carro com medo que aqueles homens estejam atrás de mim. Me lembro da mensagem de Penélope e mesmo com as mãos trêmulas de tão nervosa eu vasculho a minha bolsa atrás do meu celular, assim que o encontro abro a mensagem onde me informa o nosso novo endereço e o andar do nosso apartamento, passo o endereço ao motorista e peço que ele me leve o mais rápido possível e assim ele faz, poucos minutos depois estamos estacionando em frente a um prédio de mais ou menos uns quinze andares em uma ótima localidade no centro, p**o ao taxista e antes de descer olho para os lados me certificando de que eu não havia sido seguida. — Moço muito abrigada... Será que o senhor pode esperar eu entrar na portaria por favor...? Eu não me sinto segura para sair daqui sozinha. — Peço tentando conter as minhas lágrimas mas está difícil pois ainda estou em choque. — Mas é claro que eu posso... Eu vou fazer melhor, eu vou levá-la até a portaria. — Diz já saindo do carro vindo abrir a porta pra mim e eu agradeço mentalmente por isso. Saio do carro ainda receosa olhando para todos os lados e agarro o braço do motorista que me abraça com cuidado me dando apoio. — Tem certeza que você está bem moça? Não precisa mesmo de um médico? — Pergunta enquanto caminha comigo até a portaria do prédio. — Eu vou ficar bem... Mais uma vez obrigada por me tirar de lá tão rápido... Que Deus o abençoe e o proteja... Tenha uma boa noite. — Me despeço e me identifico na portaria e logo a minha entrada é liberada. O porteiro me encara assustado por me ver tão transtornada mas mesmo assim me ajuda a chegar ao elevador, aperto o botão do meu andar e espero a minha subida até chegar ao fim, sinto o meu rosto queimar e minha cabeça latejar, quando acordei hoje cedo eu não imaginava que o meu dia seria esse pesadelo todo, primeiro fui abordada pelo traficante jeitinho, depois quase fui estuprada pelo meu chefe e na sequência quase sofri um estupro coletivo, agora eu sei que Deus está comigo porque me livrou do pior por três vezes no dia de hoje. Assim que o elevador para e as portas se abrem me apresso para chegar até o apartamento 1019 que não fica muito longe do elevador, bato na porta freneticamente afim que abram logo e ouço quando Pene grita lá de dentro. — Não precisa derrubar a porta eu já estou indo! — Grita lá de dentro e logo a porta se abre. Encaro Penélope ainda assustada e ao mesmo tempo aliviada por poder estar com ela e meu filho novamente, me jogo em seus braços querendo ter certeza de que eu estou mesmo bem e estou aqui com a minha irmã. — Meu Deus Milla o que houve? O que aconteceu fala comigo por favor? — Pede desesperada e o alívio que eu sinto é tão grande que sinto o meu corpo desfalecer em seus braços. ? Penélope — Mirella? Mirella fala comigo por favor...? Emílio me ajuda! Me ajuda por favor! — Peço desesperada vendo minha irmã desmaiada em meus braços e logo Emílio aparece correndo ao meu lado pegando Mirella dos meus braços. — Meu Deus o que houve com ela? O que aconteceu Penélope? — Pergunta também preocupado enquanto leva Milla para o sofá. — Eu não sei o que aconteceu amor, eu m*l abri a porta e ela desmaiou em cima de mim. — Explico começando a chorar de nervoso sem saber o que houve com a minha irmã. — Pega alguma coisa para colocar no nariz dela, talvez assim ela desperte... Rápido amor! — Pede enquanto ajeita Milla no sofá e eu corro pelo apartamento procurando algo que possamos usar. Me lembro do álcool setenta e corro até banheiro pegando uma bolinha de algodão e molho com álcool, corro de volta para sala e Emílio tenta chamar por Milla na esperança que ela acorde mas isso não acontece, lhe entrego o algodão molhado com álcool e ele passa pelo nariz dela que nem se mexe, começo a entrar em pânico quando encaro o seu rosto vermelho e inchado de tanto chorar, Emílio tenta mais uma vez passar o algodão no nariz dela e aos poucos Milla começa a se mexer, ela abre os olhos nos encarando assustada e começa a olhar a sua volta tentando reconhecer o lugar. — Cadê eles, Pene...? Eles vão vir atrás de mim... Eles vão me pegar Pene me ajuda por favor...? Me ajuda...! — Suplica me puxando contra si me abraçando forte em meio ao choro me fazendo chorar também ao ver o seu desespero. — Já está tudo bem não fica assim... Eu estou aqui Milla ninguém vai vir atrás de você minha irmã, fica calma por favor. — Peço tentando acalmá-la mas parece não dar certo. — O que aconteceu Milla? Me conta o que fizeram com você por favor...? Onde você estava? Quem estava com você? O que fizeram com você pelo amor de Deus me conta? — Peço também em meio ao choro preocupada e com medo de que tenham feito m*l a ela. — O meu dia foi horrível Pene... Eu fui abordada pelo Jairinho quando estava indo para o trabalho... O meu chefe tentou me estuprar... E me agarram na rua... Um grupo de homens... Eles iam me estuprar Pene... Eu quase fui estuprada duas vezes hoje Penélope... foi horrível... Eu pensei que iria morrer hoje... Porque isso está acontecendo comigo...? Porque...? — Relata chorando ainda mais me deixando chocada com tudo que ouço. — Mas que filhos da p**a! Como podem fazer uma crueldade dessa com uma mulher...? Como pode existir pessoas tão cruéis desse jeito meu Deus? — Esbraveja Emílio revoltado andando de um lado para o outro enquanto eu choro junto com a minha irmã. — Você conhece esses homens que te agarraram Mirella? Sabe de onde eles são ou os reconhece de algum lugar? — Pergunta Emílio fazendo Milla se soltar de mim para encará-lo. — Não... Eu não os conheço... Nunca os vi antes e nem sei de onde são. — Diz Milla tentando controlar as suas lágrimas. — Como você conseguiu chegar até aqui nesse estado Milla? Você veio sozinha? — Pergunto também tentando me acalmar. — Eu vim de táxi... Quando eu consegui correr daqueles homens eu consegui entrar em um táxi e vir pra casa... Eu pensei que nunca mais veria você e o meu filho Pene... Eu tive tanto medo... — Desabafa entre soluços voltando a chora ao se lembrar do que aconteceu. Eu não sei o que faria se fosse comigo, com certeza eu estaria ainda mais apavorada que ela. — Você precisa denunciar o seu chefe Mirella, nós vamos abrir um processo contra esse infeliz desgraçado... Eu sou advogado e vou te ajudar nisso, você me permite entrar com uma ação contra esse canalha Mirella? — Pergunta o meu amor me enchendo de orgulho por vê-lo querendo defender a minha irmã, Milla e Biel são a única família que eu tenho. — Mas Emílio... Eu não tenho como pagar os seus honorários... Nem um emprego eu tenho mais porque eu não volto mais para aquele lugar, eu nem sei se... — Ele a interrompe. — Meu Deus eu não vou te cobrar nada Mirella, não se preocupe, eu só não vou aceitar que esse infeliz fique impune depois do te fez! Isso eu não vou permitir Mirella! Ele pode ter feito isso com outras garotas e se não fizermos ele parar agora você não será a última vítima dele... Eu vou colocar esse canalha na cadeia. — Diz irritado ainda andando de um lado para o outro. — Se você precisa da minha permissão para fazer isso... Então você já tem, faça o que for possível para colocar aquele canalha na cadeia Emílio... Por favor! — Diz Milla um pouco mais calma mas suas lágrimas ainda escorrem pelo seu rosto. — Eu vou correr atrás disso amanhã mesmo, vamos precisar ir à delegacia para registrar um boletim de ocorrência contra os agressores, mas também vou precisar de informações sobre os caras que te atacaram na rua, eu preciso tentar descobrir quem são para processa-los também... Esses marginais precisam ser detidos o quanto antes. — Diz pensativo e Milla se levanta indo até ele. — Obrigada Emílio... Eu fico feliz que minha irmã tenha encontrado um homem de verdade, um homem de caráter como você... Se antes eu tinha alguma dúvida sobre você ser um bom homem para Pene, agora eu tenho certeza de que ela encontrou uma boa pessoa... Não há magoe nunca está bem? Ela não merece que brinquem com ela... Além do meu filho Pene é a única família que eu tenho, eu a amo muito e só quero a felicidade dela... E se for você a pessoa a proporção isso a ela, pode contar comigo para o que precisar... Obrigada por me ajudar, Obrigada por tudo que você está fazendo por nós eu... Eu... Me desculpe. — Milla tenta conter as suas emoções mas volta a chorar novamente. — Ei...? Você não tem que me agradecer Mirella, se você é importe para Penélope então é importante pra mim também... E não se preocupe porque eu não vou magoar a sua irmã... Eu prometo isso... Eu sei que você se preocupa e quer o melhor para Penélope e eu quero o mesmo que você, eu quero vê-la feliz e eu vou fazê-la feliz... Mas será que eu também vou poder contar com a sua amizade? Porque a amizade do seu filho eu já ganhei. — Diz a última parte sorrindo fazendo finalmente a minha irmã dar um pequeno sorriso. — O meu filho é esperto... Ele conquista todo mundo... Mas pode se considerar meu amigo também, você é um cara bacana diferente de muitos por aí. — Ela lhe estende a mão mas Emílio puxa ela para um abraço a deixando sem graça. — Se você não estiver se sentindo bem para conversar agora, podemos deixar para conversar amanhã sobre o que aconteceu... Você decide. — Emílio se solta dela pondo as mãos nos bolsos e sua expressão volta a ficar séria ao tocar nesse assunto tão horrível. — Eu prefiro conversar amanhã se você não se importar, eu estou me sentindo exausta e quero descansar um pouco ao lado do meu filho... Mas amanhã eu vou estar mais calma e conto tudo a vocês exatamente como tudo aconteceu... Pene? Me leva até o meu filho, eu ainda não conheço o apartamento mas amanhã você me apresenta tudo... Agora eu só preciso tomar um banho e ver o meu bonequinho. — Diz me estendendo a mão e depois de pedir para Emílio me esperar eu vou com ela até o quarto de Biel. — Você vai adorar o seu quarto Milla, cada um vai ter o seu banheiro sem precisar ficar esperando a outra sair para entrar. — Tento fazê-la esquecer um pouco tudo que aconteceu mas ela vem com mais um assunto para se preocupar. — Pene! Como vamos fazer agora? Estamos as duas desempregadas, como vamos sustentar esse apartamento? Eu não quero ser bancada pelo seu namorado, isso não faz sentindo nenhum pra mim... Eu preciso arrumar outro emprego o mais rápido possível para não deixar faltar nada para o meu filho. — Questiona naquele seu tom preocupado e eu queria que ela não se preocupasse tanto. — Não se preocupe com isso agora Milla... Nós vamos dar um jeito está bem...? Agora toma o seu banho e vai descansar, amanhã conversaremos melhor sobre isso ok? — Lhe dou um beijo e logo ela entra em seu quarto depois que digo onde Biel está. Volto para sala e Emílio ainda anda de um lado para o outro pensativo, me aproximo dele e o abraço apertado sentindo o seu corpo tenso. — Mirella é mesmo uma mulher muito forte... Depois de tudo que você me contou sobre o passado dela eu me surpreendi, por ela passar por tudo isso hoje e ainda sim se preocupar com você dessa maneira tão carinhosa... Essa garota merece todo o meu respeito assim como você minha princesa... As duas são admiráveis. — Ele se vira para mim me abraçando forte e eu me emociono por tê-lo cuidando de mim da minha irmã e do meu afilhado. — Obrigada por estar aqui meu amor... Obrigada por tudo que você está fazendo por nós... Você que é admirável, você incrível eu tive muita sorte de me apaixonar por um homem como você. — Me afasto brevemente para encará-lo com toda a minha admiração. — Quem teve sorte aqui fui eu meu amor, me apaixonei pela mulher mais linda desse mundo, eu vou fazer por você tudo que estiver ao meu alcance minha linda... Tudo. — Ele sorrir acariciando o meu rosto antes de beijar com paixão. — Eu vou deixar você cuidar da sua irmã, ela precisa de você agora meu amor... Eu vou subir para o meu apartamento, se precisar de mim é só me ligar é eu desço, está bem...? Dá um beijo no Gabriel por mim. — Diz me dando mais um beijo e sai me deixando encantada por ele. Fecho a porta ainda com aquele sorrir bobo no rosto mas ao me virar em direção ao corredor dos quartos, o meu sorriso se desfez, eu preciso ver a minha irmã, ela ainda deve estar muito m*l pelo que aconteceu.
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