Outro dos planos bem feitos de Antônio Ottero

790 Words
Depois de uma longa tarde de conversa com Antônio Ottero, Paulo agora tinha um plano. No fundo, ele sabia muito bem que a garota não duraria nem mesmo mais um dia sozinha na Fazenda sem ele - por que os peões não a respeitariam - e também, se estivesse com medo... E assim, tudo o que ele precisava fazer era assustar ela um pouco... Naquela noite, ele preparou-se: pegaria um cavalo, um que não fosse dele, e iria até a Fazenda: ele podia soltar alguns cavalos, dar uns tiros, enlouquecer os cachorros e fazer com que Sophie se sentisse ameaçada. Ela acabaria indo atrás dele uma hora ou outra, dizendo que reconsiderava a oferta e, de duas uma: ou se casava com ele ou entregava metade da propriedade para ele e o deixava cuidando do que era dela também. Aquilo era o justo e o certo, ao menos na cabeça dele. Para Ottero, no entanto, essa ideia não parecia ser a melhor: se por um acaso Sophie se casasse com aquele capatazinho, ele teria direitos sobre as terras, o que não era bom, mas, se ela se sentisse fragilizada demais, a ponto de não conseguir seguir em frente, ele podia fazer ua boa proposta e comprar a propriedade, apenas para aliviar o sofrimento da pobre menina. - Boa noite - Inácio entra na sala, havia chegado há pouco da Fazenda, onde havia passado diversas horas com Sophie. - O bom filho à casa retorna - resmunga o velho, sem dar muita importância à visita. - Como tem passado? - pergunta Inácio. - Provavelmente, eu estou cada dia melhor - ri o velho - mais velho, mais chato e mais disposto a fazer tudo o que é preciso para er de volta o que é meu. - Lá vem você com essas histórias - Inácio suspira - eu vim ver se estava bem... - Bem, então acabou de ver com os seus próprios olhos que eu, muito provavelmente, nunca estive melhor - o pai debocha - vamos, faça-me o favor, diga logo o que quer, por que eu te conheço o suficiente para saber que não se deslocaria até aqui se não tivesse um bom motivo. - Deixa a Sophie em paz - é tudo o que Inácio diz - de verdade, deixa ela em paz, ela e os peões dela... - Eu não fiz nada - o velho se defende. - Eu não sei - Inácio agora anda de um lado para o outro na sala - eu não sei mesmo, mas fique sabendo que se pro um acaso fizer, eu mesmo vou descobrir. - Está mesmo me ameaçando? Dentro da minha própria casa, seu merdinha? - Antônio agora ri alto - Quem te vê assim, até pensa que é homem... Inácio e afasta um pouco, em silêncio, não vai ter aquela discussão com o pai, não agora. Já passou da fase de ter que se justificar e bem, aparentemente ninguém deveria estar sabendo das visitas de Jimmy para ele, eles estavam realmente tentando ser bem discretos com isso. - Eu avisei - suspira Inácio - espero que tenha ficado bem claro que eu vou estar ao lado de Sophie, independente de quem é que esteja contra ela. - Não pdoe ficar contra o seu sangue - o velho grita, mas Inácio já está na porta: ele esta decidido a ignorar o discurso do pai sobre família afinal, essa é uma coisa que ele não faz a menor ideia de como é que deve funcionar. Tão logo Inácio sai da sala, Antônio começa a andar de um lado para o outro, falando alto, com ele mesmo... "Se esse garoto pensa que isso vai ficar assim" - e logo ri - "Vou resolver toda essa questão em uma semana ou mais... Se ele acha mesmo que eu vou deixar a garota ficar usando ele e a influencia e o nome dele para tentar se manter... Era só o que me faltava" Naquela sala, naquela noite, surge outro dos planos bem feitos de Antônio Ottero, um que ele estruturara sozinho e que naquele momento, ele não fazia ideia das consequências que geraria no futuro tanto para o filho, quanto para ele: Vou contratar uma p********a bem barata, ela vai se encontrar com aquele v***o de m***a, e vai fazer de conta que passaram a noite juntos. Eu mesmo vou comer ela depois, vou fazer um filho nela... Um filho que ela vai dizer que é do garoto. Eu vou ser u bom avô e vou trazer a moça para viver aqui, Inácio vai se casar, ou não... Isso não importa. Mas independente da escolha dele, tenho certeza de que isso vai ser o suficiente para manter aquela viborazinha dos cabelos vermelhos longe...

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