PROCOLO DE EMANUELLY

1168 Words
PROCOLO DE EMANUELLY Meu nome é Manuelly Sennapo, mas os mais próximos me chamam de Manu. Tenho pele branquinha, sou magra, mas com pernas grossas e marcantes. Meu corpo tem suas particularidades: quadril largo, b***a grande, mas p****s pequenos. Meu cabelo é castanho e liso como seda, assim como meus olhos, que têm uma tonalidade de mel, uma cor que sempre chamou atenção. Atualmente, estou cursando administração e moro no Leblon, um dos bairros mais nobres do Rio de Janeiro. Vivo com meu pai, que é policial, minha mãe, e minha irmã mais nova. Desde cedo, meu pai sempre fez questão de que eu me dedicasse totalmente aos estudos e, por algum motivo que ele nunca me explicou direito, insistiu que eu fizesse aulas de defesa pessoal. Talvez fosse por causa do trabalho dele e o medo constante de que algo pudesse acontecer comigo. Mas, para ser honesta, nem sempre seguimos o caminho que nossos pais querem, não é? Apesar de toda essa fachada de filha certinha, já tive alguns atritos com o meu pai. Fui detida uma vez, por participar de rachas de carro, algo que ele nem sonhava que eu fazia. Aquilo, claro, virou um drama em casa. Meu pai acreditou que eu tinha parado, depois de uma boa conversa e algumas promessas vazias da minha parte. Mas a verdade é que eu nunca consegui deixar de lado a adrenalina das corridas. Meter drift, sentir o ronco do motor, correr sob quatro rodas... isso me faz sentir viva! Não é algo que eu consiga simplesmente abandonar. Minha irmã, por outro lado, é o oposto. Mais calma, quieta, sempre no canto dela. Mas, quando eu preciso, ela me dá cobertura. É minha melhor amiga e cúmplice. Quando estou em alguma corrida, ela garante que nossos pais não descubram, inventando desculpas e distrações. Ela não entende essa minha paixão, mas me apoia mesmo assim. Sem ela, talvez eu já tivesse sido pega de novo. Esse é meu segredo, minha vida dupla. De um lado, a filha exemplar, estudante dedicada e moradora do Leblon. Do outro, a garota que busca a liberdade e a emoção nas pistas clandestinas. E eu sei que, por mais que meu pai queira que eu siga um caminho seguro, não consigo deixar essa parte de mim para trás. Tenho uma turma da faculdade que compartilha da mesma paixão pelos rachas. Entre eles, tem minha amiga Beti, uma louca que está sempre no meio da bagunça comigo. A gente se diverte como ninguém e ela é a primeira a embarcar nas minhas ideias mais insanas. No grupo também está o Rafa. Às vezes, a gente fica, mas ultimamente ele tem insistido na ideia de me namorar, o que definitivamente não rola. Não consigo me ver presa a ninguém, muito menos com essa história de compromisso. Eu gosto da minha liberdade, e essa coisa de "se apegar" em um relacionamento simplesmente não é pra mim. Nossos rachas acontecem nas favelas, onde o clima é sempre tenso, mas a adrenalina compensa. Eu acabo competindo com alguns donos de morro, o que já me rendeu algumas histórias. Já fiquei com alguns desses caras, mas o problema é que eles sempre acabam se apegando. Isso me irrita profundamente. Eu sou livre, sempre fui. Meu foco está nos meus estudos e nos rachas – é isso que me move, e é isso que me basta. Além do Rafa e do pessoal dos rachas, tem o Leonardo, que trabalha com o meu pai. Meu pai parece ter uma ideia fixa de que a gente deveria namorar. Sempre dá um jeito de chamar o Léo pra vir aqui em casa, só pra tentar nos aproximar. Mas, sinceramente, o Léo não faz meu tipo. Ele é gente boa e tudo, mas entre nós só existe amizade, e eu já deixei isso bem claro. Tá pra nascer o cara que vai me fazer mudar de ideia. Às vezes, sinto como se meu pai me sufocasse. Ele se preocupa demais comigo, mais do que é necessário, pelo menos na minha opinião. Minha mãe, por sua vez, até pega no pé dele por causa disso, dizendo que ele exagera. Tenho 24 anos, já sou adulta, e ele não age assim nem com a minha irmã mais nova. É como se, para ele, eu ainda fosse uma criança que precisa ser vigiada a cada passo. Ele sempre quer saber por onde ando, o que faço, e quando dou um perdido para ir aos encontros de racha, as coisas pioram. Nessas horas, ele ameaça colocar seguranças atrás de mim ou me da castigo, o que eu acho completamente absurdo. Não aceito ser tratada como uma espécie de prisioneira dentro da minha própria casa. Isso me irrita profundamente, e às vezes acabo batendo de frente com ele. Mas, no final, ele sempre ganha. Aqui em casa, ele é a lei, e essa autoridade dele acaba prevalecendo. Minha mãe, por outro lado, tenta ser o lado mais calmo da história. Ela conversa bastante comigo, tenta me acalmar, e diz que o meu pai trabalha demais. Segundo ela, ele anda com a cabeça cheia, e acaba descontando esse estresse em casa, com essas cobranças que, na verdade, são pequenas perto dos problemas que ele enfrenta no trabalho. Ela sempre me pede para ter paciência, para entender que tudo o que ele faz é por amor e proteção. Mas, mesmo sabendo disso, às vezes é difícil lidar com a pressão. No final das contas, acabo sempre cedendo ao que minha mãe me pede. Fico em silêncio, respiro fundo, e me desculpo com meu pai para evitar que o clima de briga se estenda dentro de casa. Por mais rígido que ele seja comigo, sempre me tratou como sua princesinha. É a maneira dele de demonstrar carinho, mesmo que às vezes isso me pareça sufocante. Eu e minha irmã somos muito amadas, e, apesar das divergências e da proteção excessiva do meu pai, nossa casa é cheia de amor e felicidade. Mesmo com todas as regras e limites que ele impõe, sei que, no fundo, ele só quer o melhor para nós. Isso me faz querer preservar a paz no nosso lar, mesmo quando as coisas parecem sair do controle. Falando sobre a proteção excessiva do meu pai, no próximo sábado vai ter um rali no Morro do Alemão. No topo do morro, há um deserto fantástico de estradas de terra batida, e marcamos de fazer a corrida lá. O Alemão, que também participa das competições, vai estar lá, o que promete uma disputa ainda mais emocionante. Para não levantar suspeitas com meu pai, que sempre fica preocupado com minhas saídas, já planejei começar a mentir sobre um trabalho da faculdade. Vou dizer que estou ocupada com planilhas e outras tarefas para evitar que ele desconfie e me impeça de ir. Sei que isso pode criar um conflito interno, mas é a única maneira que encontrei para manter minha paixão pelos rachas em segredo e ao mesmo tempo preservar a paz em casa.
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