CAPITULO 2

1169 Words
Após a partida dos atores contratados por Ellis, a atmosfera em sua casa começou a se acalmar. Ela caminhou pelos cômodos, fechando portas e janelas, refletindo sobre as ações que havia tomado. Rang Bone observava-a silenciosamente, seus olhos atentos fixos na morena enquanto ela se movia com determinação. Finalmente, Rang quebrou o silêncio. "Ellis, você precisa ser mais calma em suas decisões", disse ele, com uma voz séria e preocupada. Ellis parou e virou-se para encarar Rang, seu olhar desafiador. "Eu tomei a decisão certa", respondeu ela, com convicção. Rang suspirou, parecendo frustrado. "Atirar em Dmitry Nikolaevich e Maria Petrova sem sequer saber quem os mandou foi um tiro no pé." Ellis sorriu de maneira enigmática, como se soubesse algo que Rang não sabia. "Foi na verdade um tiro na cabeça", disse ela, mantendo seu tom de voz tranquilo. Rang franzia a testa, claramente confuso. "O que você quer dizer com 'tiro na cabeça'?" Ellis riu suavemente e explicou: "O tiro que dei neles foi um tiro na cabeça de cada um. Um aviso de que não estamos brincando." Rang rolou os olhos, parecendo impaciente. "Ellis, você precisa levar essa situação a sério. Ainda terá que enfrentar os primos de Vittorio, e não podemos subestimá-los." Ellis encarou Rang com firmeza. "Eu levei isso muito a sério, Rang. E você deveria ter confiado em mim e entendido meu plano desde o início." Rang arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços, desafiador. "Então, por favor, explique o plano para mim." Ellis sorriu, revelando um brilho de confiança em seus olhos. "Deixar Dmitry Nikolaevich e Maria Petrova escaparem seria um erro. Eles desapareceriam sem deixar rastros, e perderíamos a oportunidade de descobrir quem mais está envolvido. Atirando neles, atraímos a atenção dos outros. Sangue fresco sempre atrai o predador." Rang olhou para Ellis, finalmente compreendendo a estratégia por trás de suas ações. Ele assentiu lentamente, reconhecendo a astúcia da viúva de John Smith. "Você sempre tem um plano, não é?" Ellis sorriu, um sorriso que continha tanto determinação quanto mistério. "Sempre, Rang. Agora, precisamos nos preparar para o que está por vir. Não podemos deixar nenhuma pedra sem revirar se quisermos descobrir a verdade que tanto desejamos." Rang ainda não concordava totalmente com a abordagem dela. "Espero que você esteja certa, Ellis. Não podemos nos dar ao luxo de cometer erros agora." Os dois permaneceram na sala, cientes de que enfrentariam desafios ainda maiores em sua busca pela verdade. A jornada de Ellis estava longe de terminar, e ela estava disposta a seguir em frente, não importasse o quão perigoso o caminho se tornasse. *** A rua tranquila diante da casa de Ellis Smith, aparentemente vazia, logo se encheu de ação. Quatro carros escuros e imponentes estacionaram em formação, ocupando quase todo o espaço disponível. Homens encapuzados desceram rapidamente dos veículos e se moveram com determinação em direção à casa. Um deles, que parecia ser o líder, levantou a mão e fez gestos silenciosos, contando até três com os dedos. Seus olhares sérios e determinados comunicavam claramente a seriedade de sua missão. Então, em um gesto coordenado, eles arrombaram a porta da casa. Entretanto, ao entrarem na residência, os homens encapuzados ficaram chocados com a cena que se desenrolava diante de seus olhos. Não havia sinal de vida, mas havia algo ainda mais surpreendente: os corpos de Dmitry Nikolaevich e Maria Petrova estavam pendurados na sala de estar, cada um deles com um bilhete preso ao peito. O líder se aproximou dos corpos, seus olhos buscando as palavras escritas nos bilhetes. Com cuidado, ele retirou um dos bilhetes e leu em voz alta para seus companheiros: "Venha me pegar. Aguardo vocês em Pedesina." Os homens encapuzados se entreolharam, claramente confusos e preocupados com o significado dessas palavras enigmáticas. O líder, no entanto, não mostrou qualquer sinal de hesitação. Ele pegou um celular do bolso e discou rapidamente um número. No primeiro toque, alguém atendeu do outro lado da linha. A voz masculina que respondeu soava autoritária e fria. "O que aconteceu?" O líder dos homens encapuzados respondeu sem rodeios: "Ela já partiu." A voz masculina do outro lado da linha respondeu com urgência: "Então, busquem qualquer informação sobre o paradeiro dela. Não podemos perdê-la agora." O homem encapuzado assentiu, olhando para seus companheiros. "Eu sei onde encontrá-la," disse ele com determinação. A voz masculina do outro lado da linha perguntou, impaciente: "Onde?" O líder respondeu com calma: "Pedesina." A voz masculina, aparentemente satisfeita com a resposta, prosseguiu: "Então vá atrás dela. Encontre-a e traga-a de volta." O líder dos homens encapuzados concordou com um aceno de cabeça, mesmo que sua ação fosse invisível sob o capuz. "Nós a encontraremos, não se preocupe." A voz masculina encerrou a ligação abruptamente, e o líder fez um gesto para seus companheiros. Eles deixaram a casa silenciosamente, cientes de que tinham uma missão importante pela frente. Pedesina estava prestes a se tornar o cenário de um confronto inevitável, onde segredos seriam revelados e destinos seriam decididos. O jogo estava longe de terminar, e todos os jogadores estavam prontos para suas próximas jogadas. *** O jatinho particular de Rang Bone pousou suavemente em solo italiano, trazendo Ellis, sua filha Donna e o próprio Rang de volta à terra natal de Vittorio Amorielle. O sol italiano banhava o aeroporto com seu calor dourado, e uma brisa suave acariciava suas peles enquanto eles desembarcavam. O motorista particular de Rang já os aguardava, um homem de confiança que trabalhava com ele há anos. Ele os cumprimentou com um sorriso caloroso e um "bem-vindos". Rang, com sua típica expressão séria, parou em frente ao motorista e deu-lhe uma ordem concisa: "Para Pedesina." Ellis, sempre atenta às necessidades de sua filha, ajudou Donna a entrar no veículo e entrou em seguida. Rang acomodou-se no banco traseiro com elas, o olhar sério como sempre. Ele sabia que este era o momento em que teria que se despedir, pelo menos temporariamente. Rang encarou Ellis e disse com uma voz grave: "Você sabe que, quando chegarmos a Pedesina, eu não poderei mais ajudá-la. Minha missão está cumprida, e não posso me envolver em questões que afetariam meus negócios." Ellis olhou para Rang com gratidão e compreensão. "Eu entendo, Rang. Você já fez muito por nós, mais do que eu poderia ter pedido." Rang pegou um celular de seu bolso e o entregou a Ellis. "Quando você realmente precisar de mim, ligue. Eu virei até você." Ellis aceitou o celular e o guardou com cuidado. Ela sabia que poderia confiar em Rang, seu amigo leal. "Espero não precisar, mas obrigada, Rang." Rang acenou com a cabeça, sua expressão séria suavizando por um breve momento. "Eu também espero, Ellis. Cuide bem de si mesma e de Donna." O veículo continuou a se mover pelas estradas italianas, levando-os em direção a Pedesina. Ellis sabia que, a partir daquele ponto, ela teria que trilhar seu caminho sozinha, enfrentando os segredos e perigos que esperavam por ela. Porém, ela sentia que estava um passo mais perto da verdade que procurava.
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