Herança e Sacrifício.

Capítulo 03

VALENTINA NARRANDO.

Eu estava em êxtase por finalmente ter beijado o homem que tanto desejava, realizando o meu sonho. No entanto, levei um susto quando o pai dele apareceu de repente. Assim que ele mencionou que a minha mãe estava me procurando, saí correndo para casa, sem pensar em mais nada.

Precisei fazer uma pausa para me recompor antes de subir rapidamente ao meu quarto. O meu coração batia acelerado e a adrenalina corria tão intensamente que parecia que as minhas veias iam saltar do corpo. A emoção era tão avassaladora que eu m*l conseguia respirar.

Me recompondo, calcei novamente o meu salto e sai do quarto para encontrar a minha mãe. Não conseguia pensar em Nicollo agora, o simples pensamento do beijo ainda fazia o meu corpo arder de desejo.

Ele beija tão bem. O seu beijo é intenso e envolvente, as nossas línguas se entrelaçando em um ritmo delicioso. Eu só queria mais e mais dele, não conseguia me desvincular. A maneira como ele me tocava e me fazia sentir deseja era indescritível.

— Oi mãe, me chamou ? — Eu pergunto sorrindo para ela que estava tomando um chá na varanda de casa

— Sim minha filha. — Ela fala e faz sinal para que eu sente ao seu lado e a acompanhe.

— Quero saber como se sentiu sabendo quem é seu noivo. — Ela fala e eu sorrio passando a mão pelo meu cabelo

— Ah mãe… Eu o vi poucas vezes, e as histórias sobre ele não são muito legais, mas eu estou esperançosa para que tenhamos um casamento bem sucedido e que possamos superar todos esses obstáculos. — Eu falo e ela sorri

— Exato, você deve sempre ser muito educada, e confiar no melhor do seu marido. — Ela fala e eu concordo.

— As histórias dele, são apenas dele, e você deve se preocupar apenas em dar um filho homem a ele e seguir a linhagem e reputação da nossa família. — Ela afirma séria.

— Lembre que a máfia russa é muito mais severa do que a nossa, os homens não aceitam falhas e nem serem confrontados, saiba sempre o seu lugar de fala e não desobedeça o seu marido. — Ela fala e eu concordo com vários pensamentos.

O Dante é um homem frio, o que ele tem de bonito tem de arrogância, eu nunca fui m*l tratada, pelo contrário, os meus pais apesar de tudo sempre foram muito carinhosos e atenciosos comigo, eu não sei reagir caso eu seja m*l tratada, não irei aceitar com tanta facilidade assim, o nosso casamento será um grande desafio para mim

A minha mãe conversou comigo sobre muitos aspectos do casamento, a família de Dante e o poder aquisitivo deles. Fiquei bastante intimidada, pois, embora eles sejam tão ricos quanto nós, o seu poder sobre as terras é muito maior. Por isso, o meu pai insistiu na aliança.

Me lembrei da minha infância e pré-adolescência, quando Dante era uma figura muito rígida e sério. Ele sempre foi excelente nos treinamentos e evitava contato comigo. Eu era alegre e simpática, enquanto ele me olhava com um semblante fechado. Recordei um episódio marcante: quando Dante desonrou a irmã de Nicollo, o que causou grande tumulto. Ele vivia desaparecendo para ir a casas noturnas e se envolvendo com muitas mulheres, incluindo a irmã de Nicollo. Eu mesma o vi várias vezes com ela e ouvi as declarações dela para ele.

Não sei como Nicollo reagirá ao saber que Dante será o meu futuro marido, já que os dois se detestam. A irmã de Nicollo foi expulsa das nossas terras por manchar o nosso nome, enquanto Dante saiu impune. Nicollo guarda uma raiva profunda dele, o que me deixa preocupada com essa relação. Não contarei a Nicollo sobre Dante, não quero me envolver nesse conflito. Quando chegar a minha hora, simplesmente irei embora, é o que me resta.

Já era noite, e eu estava na janela do meu quarto, vestida com uma camisola de cetim preta, penteando o cabelo e observando as estrelas. Vi o carro de Nicollo passando pela propriedade e decidi enviar uma mensagem para ele.

— Está tudo bem? Só chegou agora? — Perguntei.

— Sim, está tudo bem. Vejo você amanhã no treinamento. — Ele respondeu rapidamente.

— Os sossos pais saíram para uma reunião. Não quer me encontrar? — Perguntei, mas ele demorou a responder.

— Não, é melhor você dormir. Boa noite. — Ele digitou.

— Tem certeza? Queria tanto repetir aquele beijo. Estou sozinha. Me deixe ir até você. Podemos ir mais distante; só quero sentir o seu beijo. — Escrevi, vendo o seu carro parar afastado.

— Valentina é melhor pararmos com isso. Semana que vem é o seu aniversário. Você já sabe quem é seu marido? — Ele respondeu, e eu engoli em seco.

— Tudo bem, então vou caminhar sozinha. Tenha uma boa noite. — Falei e deixei o celular de lado.

Coloquei um sobretudo leve sobre a camisola, calcei os sapatos e decidi caminhar pelo jardim que amava quando era criança. Era como um labirinto de flores lindas e bem cuidadas. Passava a mão por elas, fechava os olhos e respirava o ar puro, até sentir a presença dele atrás de mim.

— Eu sabia que você viria. — Falei sem olhar para trás e logo senti a sua presença se aproximando.